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Análise

Mangá brasileiro existe? É bom? Conheça bons mangás brasileiros!

Mangá brasileiro existe? É bom? Conheça bons mangás brasileiros!
20 minutos para a leitura

Ouça essa incrível história real de um mangaká BRASILEIRO, e entenda melhor como é possível fazer bons mangás e chegar até o japão!

Acredito que para a grande maioria dos consumidores de mangás, essa história de “mangá brasileiro” possa ser novidade. Mas o fato é que existe mangá brasileiro há muito tempo, sendo que há até mesmo casos de sucesso, com inúmeras edições publicadas.

Por volta da década de 60, surgiu o Tupãzinho, personagem do autor Minami Keize, que teve como inspiração trabalhos como Astro Boy, do lendário Osamu Tezuka.

Tupãzinho, primeiro mangá brasileiro. Na capa, personagens do folclore brasileiro

Nessa mesma época também surgiu uma editora de mangá brasileiro a EDREL fundada por Salvador Bentivegna, Jinki Yamamoto e Minami Keizi. Alguns dos títulos mais famosos dessa editora foram:

  • O Samurai Mágico
  • Tupãzinho
  • Álbum encantado
  • O Samurai Ninja
  • Super Pinóquio
Mangá brasileiro samurai mágico a esqueda e a direita capa do super pinóquio

Anos se passaram desde o surgimento desses primeiros mangás brasileiros e pouco (ou quase nada) mudou nesse cenário, porque, ao mesmo tempo que muitos outros títulos surgiam, muitos outros caiam no anonimato.

Sendo assim, a ideia desse artigo é mostrar que há muito talento em nosso país, e que diversas obras merecem o mínimo de nossa atenção.

Todavia, mangá brasileiro existe sim!

Por isso, preparei essa lista om intuito de levantar alguns dos títulos mais conhecidos aqui no Brasil.

Vamos à ela!

1) Holy Avenger (mangá brasileiro de maior sucesso)

Capa holy avenger, paladina a frente, e alguns personagens ao fundo
  • Autor: Marcelo Cassaro
  • Twitter: @Marcelo_Cassaro
  • Gênero: Ação, Aventura, Fantasia, RPG
  • Ano de lançamento: 1999
  • Status: Finalizada (42 Edições)

Primeiramente, talvez esse seja o mangá brasileiro famoso dessa lista. Definitivamente, um mangá brasileiro de sucesso.

Holy Avenger é uma série criada por Marcelo Cassaro e ilustrada por Érica Awano. Essa obra conseguiu um feito incrível, ter 42 edições publicadas entre 1999 e 2003. Esse fato deve ser enaltecido, visto que nessa época, havia inegavelmente uma forte concorrência de mangás e HQs internacionais e já renomadas mundialmente.

Todavia, essa história foi bicampeã do troféu HQ Mix, em 2001 e 2002, na categoria ”Revista Seriada” e, em 2007, conseguiu o 6º na primeira edição do Prêmio Internacional de Mangá, realizado no Japão.

Primordialmente, Holy Avenger surgiu como uma aventura de RPG para o sistema D&D. Sua história tem início quando Lisandra, uma jovem garota criada na floresta, busca pedir ajuda ao grande ladrão, Galtran, para conquistar um dos Rubis da Virtude, para poder ressuscitar o desaparecido herói Paladino que morrera tempos atrás.

4 primeiras edições de Holy Avenger

Holy Avenger possui um ritmo característico com mangás de sua época, ainda mais por tratar-se de uma temática como o RPG. Portanto, se você é fã de D&D com toda a certeza esse é um dos mangás brasileiros que você deve dar atenção.

Sendo assim, caso você tenha interesse em adquirir Holy Avenger, é possível encontrar facilmente sua versão impressa na internet (todos os volumes).

Anime brasileiro de Holy Avenger!?

Vale ressaltar aqui que durante o painel da Eleven Dragons na Comic Con Experience, foi anunciada uma série animada de Holy Avenger.

Além disso, foi liberado o primeiro teaser da obra! Confira logo abaixo:

Infelizmente a série Holy Avenger ainda não possui data de estreia. Mas a detentora dos direitos autorais da obra, a Eleven Dragons, tem um série de material sobre em seu site, além de diversos outros projetos que merecem um conferida.

Provavelmente, se alguma novidade surgir sobre a animação desse mangá brasileiro, será lá o primeiro lugar a ser postado algo.

E tambem, caso você tenha interesse em saber um pouco mais sobre Holy Avenger, temos uma matéria completa sobre seu retorno, com Holy Avenger: Paladina.

2) Tools Challenge

Capa do volume 6 de tools challenge, mangá brasileiro
  • Autor: Max Andrade
  • Instagram: @andrade.max
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2011
  • Status: Finalizada (6 volumes)

Tools Challenge é um mangá brasileiro (já finalizado, inclusive) que nasceu como uma webcomic, e que vem tornando-se cada vez mais popular no nosso país, sendo que é possível encontrar todos os 6 volumes na internet.

A história escrita por Max Andrade se passa em um universo similar ao nosso, porém com uma grande peculiaridade: cada pessoa nasce com uma ferramenta, sendo que dentre estas há aqueles que nascem com ferramentas conhecidas como “Série Ouro” e não podem viver mais do que 15 anos longe de seu equipamento.

O protagonista dessa série é Raion (Lion!?), um garoto que nasceu com um série ouro mas que teve ela roubada logo após seu nascimento. Prestes a completar 15 anos, Raion terá que lutar para recuperar sua ferramenta se quiser viver.

Todos os seis volumes de tools challenge

Sua premissa, sem dúvidas, é muito original e isso por si só já vale a leitura, porém, para aqueles que curtem um tradicional shounen de porrada, Tools Challenge é uma pedida ainda melhor.

Caso você tenha interesse em conhecer um pouco mais desse mangá brasileiro, você pode acessar o site Noise Mangá e ler online alguns mangás brasileiros, dentre eles, o Tools Challenge.

3) Digude

Digude mangá brasileiro, protagonista e sua mãe fazendo uma jogada
  • Autor: Vinicius de Souza
  • Facebook: Vinicius de Souza
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2015
  • Status: Em andamento

Algo que vejo de comum em alguns mangás brasileiros é o fato dos mesmos tentarem incluir nossa cultura em sua premissa. Felizmente, Digude é um desses casos que faz isso bem feito sem apelar demais para o regionalismo.

Como o próprio nome já diz, Digude trata-se de uma história sobre batalhas de bolinhas de gude, mas ao contrário do que possa parecer, Digude consegue transformar algo simples, em algo totalmente empolgante.

Esse mangá brasileiro me fez lembrar Beyblade, com animais lendários adormecidos dentro das esferas, capazes de tornar uma ”tecada” (não sei se vocês chamam assim também) em uma explosão sem precedentes, porém, há algumas técnicas ”normais” que podem bater de frente com essas bolinhas lendárias.

Partida de Digude acontecendo na roma antiga, na imagem o colisseu

Di, o protagonista da história, sai em busca de sua mãe, a imbatível campeã mundial de gude, que desapareceu quando mudou-se para a Alemanha a fim de defender seu título. Entretanto, em um certo momento Di percebe que a única forma de revê-la é seguindo seus passos.

Personagem de Digude prepatrando uma jogada com 4 bolinhas de gude entre os dedos

Você pode conferir online alguns capítulos desse mangá brasileiro incrível no site da Shonen Comics. E também, se você gostar do projeto, você pode apoiá-lo no Catarse. Lá você pode encontrar o projeto do mangá brasileiro Digude.

4) Quack

Capas dos volumes de Quack, mangá brasileiro
  • Autor: Kaji Pato
  • Twitter: @KajiPatoPato
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2014
  • Status: Em andamento

Quack é um mangá brasileiro que ganhou destaque sendo um dos vencedores do Brazil Mangá Awards, concurso de mangás brasileiros realizado pela editora JBC, tendo sua história publicada em 2014 na revista Henshin! Mangá.

O mangá Quack é escrito e desenhado por Kaji Pato, e conta a historia de Baltazar Dumont, o membro mais novo de uma lendária família de aviadores, e seu companheiro, o debochado e mal-educado pato, Colombo.

Esse mangá brasileiro de comédia é incrivelmente criativo e único. Com uma inspiração clara em One Piece, Kaji Pato nos entrega uma criação de universo riquíssima e repleta de referências que fará com que o leitor fique com aquele ”sorrisinho” de canto de boca com o virar das páginas.

Além do fato citado acima, Quack tem um design agradavel. Na verdade, na minha opnião que não vale nada, o design é acima da média quando comparado a outros títulos nacionais, visto o nível de detalhes nas páginas deste mangá brasileiro.

Uma das páginas de quack, protagonsita e mais alguns personagens comemorando tomando algum tipo de bebida em uma caneca de cerveja

Além dos designs de personagens, os backgrounds são sempre repletos de detalhes – o que sem dúvidas eleva a qualidade da obra!

Se você gosta de uma comédia leve e uma história repleta de aventuras, com certeza vale a pena dar um conferida em Quack.

Esse mangá brasileiro possui alguns capítulos disponíveis de maneira gratuita no site Noise Manga. Porém, caso você tenha interesse em adquirir sua versão física, é possível encontrá-la facilmente na internet.

5) Rei de Lata (possivelmente meu mangá brasileiro favorito)

Capa Rei de Lata com vários personagens
  • Autor: Vinicius de Souza
  • Twitter: @Panda_de_Capa
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2017
  • Status: Em andamento

Rei de Lata não podia deixar de estar aqui, mesmo seu autor o intitulando como HQ. Mas, cá entre nós: HQ, gibi, mangá, manhua, manhwa, webcomics, e qualquer outro nome que você pense, são todas nomenclaturas diferentes para algo igual: uma história em quadrinhos.

O importante aqui é que Rei de Lata é sensacional, e merece estar nessa lista de mangás brasileiros, sem sombras de dúvidas.

Com Solo Leveling em alta, é inevitável fazer certas comparações, pelo menos para mim, um grande fã de SL. Rei de Lata possui aquela leitura verticalizada que conquistou muitos leitores, além é claro de ser completamente colorido.

Protagonista do Rei de Lata com a mão sobre o planeta terra

A primeira coisa que chama a atenção em Rei de Lata é seu design simplesmente incrível e autoral.

Cada personagem é único e icônico, o que é difícil, pois muitas obras por aí apresentam um design padrão com personagens padrões (“Kiritoverse” que o diga).

Identidade é o que define Rei de Lata!

O que vejo de ponto fraco em muitos mangás brasileiros são os diálogos.

Ou seja, o mangá brasileiro até tem uma premissa boa, mas a conversa entre os personagens e as relações entre eles são terrivelmente artificiais, dificultando a imersão.

Contudo, em Rei da Lata isso não acontece. Acima de tudo, aqui temos diálogos orgânicos e fluidos, e não é difícil ver frases memoráveis.

Página do mangá brasileiro Rei de Lata sobre uma reflexão da vida

O mais incrível de tudo isso é que Rei de Lata é um mangá brasileiro online e 100% gratuito. Sendo assim, caso você tenha interesse, você pode encontrá-lo na plataforma Tapas (também para celular).

E caso você goste da obra e tiver interesse em apoiar seu autor, existe um financiamento coletivo no site APOIA.se.

6) Japow!

Capa do volume 1 de Japow! Samurai negro de sobretudo branco segurando uma katana
  • Autor: Jun Sugiyama
  • Instagram: @junraiya
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2017
  • Status: Em andamento

Japow! é escrito por Jun Sugiyama e é ambientado no Bairro da Liberdade (São Paulo), no qual Jota, o protagonista, luta contra grupos que buscam tirar proveito da região.

Dentre os mangás brasileiros dessa lista, Japow!, na minha opinião, é um dos mais bonitos quando se fala em design e arte.

Sua arte belíssima me lembra um pouco uma técnica que Boichi emprega em Sun-Ken Rock, que é usar uma imagem real como background dentro do mangá (não sei nome dessa técnica, perdão).

Comparação Japow! e Sun-ken Rock

Porém, em constrate aos outros, Japow! é o que tem a história mais simples e superficial, infelizmente. De fato é um rapaz (com muito estilo, por sinal) batendo em vilões na Liberdade por algum motivo qualquer.

Então, se a sua suspensão de descrença é facilmente ativada em prol do entretenimento, certamente você irá gostar de Japow!. Além de bonito, as cenas de ação são empolgantes.

7) Sigma Pi (mangá brasileiro sem lutas!)

Capa Sigma Pi, mangá brasileiro sobre química, vários personagem ao redor de branco. Todos usando jaleco
  • Autor: Adriana Yumi
  • Twitter: @yumimoony
  • Gênero: Ação, Aventura, Shounen
  • Ano de lançamento: 2009
  • Status: Em andamento

Nem só de porrada vive o mangá brasileiro!

Sigma Pi é um exemplo de que podemos sair do padrão ”shounen de batalha” e ainda sim entregar um história criativa e interessante sem apelar para poderes espalhafatosos.

Sigma Pi conta a história de Branca, uma garota recém transferida para um colégio interno tradicional da cidade.

O que Branca não sabia é que todos os alunos são obrigados a frequentar um clube como parte de suas atividades extracurriculares. Porém, como ela veio transferida, há apenas dois clubes disponíveis, o de Karatê (caminho shounen de porrada) e o clube de Química, o Sigma Pi.

Volumes impressos de Sigma Pi

Para aqueles que esperavam ver um anime mais pé no chão ao assistir Dr. Stone e se decepcionou (igual o André), Sigma Pi talvez seja o que você procura.

Um fato interessante é que Adriana Yumi, autora dessa obra, é Drª em química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Sendo assim, Yumi tem total domínio nessa área, e consegue mostrar conceitos de química aplicados de forma divertida e lúdica, conciliando a química com o cotidiano muito bem e mostrando que é possível fazer química em todo lugar!

Sigma Pi é o mangá brasileiro dessa lista que tem o traço mais simples, pelo menos quando comparado a de um mangá padrão. Mas é nítida a evolução da autora ao longo dos anos.

Para além dos traços, Sigma Pi tem uma história que merece atenção dentro do nosso contexto nacional de mangás brasileiros. Pois, além do entretenimento, ele busca ensinar seus leitores.

Se você se interessou por Sigma Pi, dê uma conferida no trabalho da Yumi acessando a plataforma Tapas. Lá você vai encontrar todos os capítulos disponíveis até o momento.

Finalizando…

Como podemos ver de maneira breve, existe mangás brasileiros a muito tempo. Mas, parece ser mais fácil um brasileiro ter sucesso no Japão, do que em sua própria terra natal.

No artigo sobre “como mangá é feito” o André comentou um pouco sobre alguns autores brasileiros que fizeram sucesso na terra do sushi.

Sinceramente, eu mesmo não conhecia boa parte dos títulos dessa lista. Pior ainda é que boa parte desses mangás brasileiros já foram publicados e possuem mídia impressa e mesmo assim muita gente não faz ideia de sua existência.

Porém, inegavelmente é bem difícil apontar um vilão/culpado no cenário que vivemos. Editoras? Consumidores? Autores?

Contudo, se tem alguém que podemos afirmar com toda a certeza que não está fazendo um bom trabalho na divulgação desses materiais, são as editoras.

Quer um exemplo disso?

Esse ano saiu a terceira edição Henshin! Mangá em três edições, Henshin! Mangá #03, Blue e Red. O Henshin! Mangá é um compilado de 15 histórias vencedoras da 3ª edição Brazil Mangá Awards.

Embora esse seja o maior evento para mangakás independentes brasileiros e a JBC ser uma das 3 maiores editoras brasileiras (JBC, NewPOP e Panini), o fato dessa informação não ter chegado ao grande público mostra que a empresa está de fato falhando em fomentar o trabalho nacional no país.

A Mara, do blog Mais de Oito Mil, tem propriedade e contato para falar que eles fracassam nisso. Por isso, é fácil achar textos onde ela ataca essas editoras e falha do setor de marketing das mesmas.

Enfim… No cenário atual, cabe a nós leitores, procurarmos obras que nos agradam, e tentar divulgá-las para o máximo de pessoas possíveis, para que esses autores possam ter o mínimo de reconhecimento que merecem.

Daí, nasce essa lista. Espero que tenham curtido.

EXTRA: outros Mangás Brasileiros

Com toda a certeza é difícil montar uma lista de mangás brasileiros, uma vez que a maioria é feito de forma independente e muitas vezes ficam no anonimato.

Assim sendo, caso você conheça algum outro mangá brasileiro que não esteja por aqui, compartilhe com a gente nos comentários e fale um pouco sobre a obra. Com certeza tentaremos consumir ela para poder falar um pouco, igual eu fiz com as dessa lista (sim, eu li pelo menos parte de todas as histórias dessa lista após conhecê-las).

Porém, segue uma lista de mangás brasileiros que podem ser interessantes mas ainda não tive a oportunidade de dar uma conferida por motivos dê: impossível achar online nem o capítulo 1 como preview em sites oficiais e até mesmo fora deles.

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Escrito por

Pedro Bernardes

Profissional de Educação Física

Cult | Atleta | Leitor compulsivo

Belo Horizonte - MG

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