O novo anime intitulado pet segue o material original de Ranjō Miyake, que é um mangá antigo (de 2002) da revista Big Comic Spirits que durou até 2005, totalizando 5 volumes.
Essa nova produção feita pelo Geno Studio adapta, na verdade, a versão remasterizada do material original. Esse “remaster” dos 5 volumes foi publicado em 2009, na editora Enterbrain.
E logo de cara, admito que a sinopse de pet me chamou MUITO, confesso.
- Gênero: Mistério, Psicológico, Sobrenatural
- Estúdio: Geno Studio
- Material: Mangá
- Episódios: 13
- Novos episódios: Segunda-feira
SINOPSE
“A história de suspense psíquico gira em torno de pessoas que possuem a capacidade de infiltrar-se nas mentes de outas pessoas e manipular memórias. Os seus poderes são usados no submundo para encobrir incidentes, assassinatos e outros atos. Estes poderes não só podem destruir os espíritos de outras pessoas, mas também corromper os próprios corações dos utilizadores ao mesmo tempo. Os utilizadores tiveram que proteger os seus corações frágeis e inseguros, como se estivessem acorrentados um ao outro. Eles são chamados de “animais de estimação” (pets) por medo e desprezo.“
Talvez seja porque eu estou começando a curtir muito obras desse estilo mais psicológico e profundo. Sabe, aquelas que de fato tem uma mensagem para passar, bem diferente dessa coisa aqui.
Somando isso aí ao fato de Taahiro Omori, o diretor, já ter dirigido obras como Baccano!, Durarara! e Samurai Flamenco a minha vontade de dar play no primeiro episódio foi quase incontrolável, mas eu preferi esperar os 3 episódios chegarem para poder assistir tudo de uma vez só e ter tudo fresco na minha memória para montar essa RegraDe3.
E cara, eu esperei.
Mas WTF.
Entrando nesse louco anime chamado pet
Acho bom deixar claro aqui que eu não li o material original, e nem pesquisei nada sobre teorias ou explicações para os fenômenos que vivenciei nesses 3 primeiros episódios.
Sendo assim, tudo que eu vou escrever daqui para baixo é a forma como eu interpretei as mensagens que o anime quer nos passar por meio de uma narrativa que, sinceramente, não é para qualquer um.
Sobre a premissa
Apesar de você ter lido (ou não) a sinopse lá em cima, talvez tenha ficado um pouco complexo, então foi tentar falar um pouco aqui do universo em que a obra se passa e suas peculiaridades.
O anime pet começa nos apresentando uma criança que aparentemente sofre de algum tipo de transtorno psicológico. É mostrado como sua mãe está desesperada, e também mostra que o garoto já passou por exames médicos e cosias do tipo.
Não muito tempo depois, numa clínica, nosso jovem garoto problemático é encontrado por um cara adulto que parece entender a situação. Então, o tal adulto faz uma “conexão” com o garoto, aparentemente entrando no “mundo interno psicológico” do garoto.
A narrativa fica bem louca aqui, pois somos introduzidos ao mundo complicado e que aparentemente é uma memória “ruim” (ou péssima) do garoto. E ele está preso a ela.
O adulto mostra que os seres humanos precisam ter essas memórias ruins, mas precisam também ter as boas para poderem sobreviver. Em pet, chamam isso de “vale” e de “pico“, sendo a pior e a melhor memória, respectivamente.
O homem explica também que nós precisamos proteger esses “ambientes”, pois é através deles que nós “somos quem somos”. É, é uma pira bem louca, mas resumidamente seria algo assim.
Não me lembro se é aqui ou depois, mas é explicado também que existem pessoas que são mais sensíveis e podem realmente entrar nos pensamentos, no “interno” das pessoas, podendo assim fazer uma bagunça com os “vales” e os “picos”.
Logo após temos um time skip, e começamos a história de fato.
Espera aí!
Eu recomendo que não leia caso ainda não tenha visto nem o primeiro episódio da série (que é um dos melhores primeiros episódios que eu já vi, mesmo com a narrativa um pouco rápida e confusa).
Na verdade, farei dessa RegraDe3 algo meio que “convencer você a ver o primeiro episódio”, porque assim como em Yakusoku no Neverland, se você for sabendo de algo, vai perder parte da graça.
E garanto que se você ver o primeiro, irá ver os próximos 2.
pet tem uma narrativa não-expositiva (talvez até demais)
Para assistir pet, é bom que você saiba onde está se metendo.
Pela sinopse e pelo meu breve resumo, já deu de ver que é algo bem fora dos padrões genéricos, mas isso por si só não é motivo para ser um anime confuso.
A culpa da confusão aqui talvez seja narrativa da série, pois ela é muito rápida, e, além disso, super não-expositiva.
O anime parece fazer questão de deixar você confuso e boiando na trama, justamente para que quando as coisas comecem a se encaixar, você fique tipo “ahhhh, entendi!”. É esse tipo de anime que é pet.
Ou seja, não é para todos. Para mim não é um problema, mas somente se eu for assistir todos os episódios de uma vez só, ou em maiores levas do que somente 1 mísero semanal.
Para animes que trabalham muito esse lance pensativo e metafórico, é complicado ver só 1 episódio por semana simplesmente porque você esquece as coisas relevantes e detalhes do último episódio.
No fim, acaba se perdendo ainda mais em meio aquela narrativa confusa e pesada. Pelo menos comigo é assim.
Personagens misteriosos
Apesar da narrativa um pouco complicada, os personagens aqui parecem ótimos. “Parecem” porque, por ser um anime de mistério bem feito, eu não faço ideia se a pessoa que estou vendo é de fato aquilo que vejo. E isso por si só já é um ponto positivo.
Na história, acompanharemos os protagonistas, Hiroki, Tsukasa e Satoru. Mas eu não vou falar mais NADA além disso. Justamente pela analogia que fiz com Neverland antes.
Mas voltando ao assunto, todos os personagens apresentados me chamaram a atenção, primeiramente por parecem únicos e muito vividos à sua maneira (tirando o Hiroki que é muito novo para isso), e em segundo pela maneira com que interagem entre si.
Eu realmente não consegui identificar quem é aliado e quem é inimigo ali. Na verdade, não sei nem mesmo se os personagens do núcleo principal seriam aliados entre si!
Digo, temos 3 ali que realmente parecem se dar bem, mas há um quarto elemento (o Katsuragi) que “prejudica” muito a relação deles (mesmo sendo riquíssimo para o desenvolvimento da trama).
E dos 3, na verdade temos uma relevação bem louca no final do episódio 3 que explica a origem do nome “pet“, porém de maneira rasa. Eu quase deixei passar!
Sendo assim, o que posso afirmar é: esteja preparado para uma trama cheia de personagens com suas próprias ambições e determinações, brigas de ideologia e muitos, mas muitos conflitos psicológicos.
Eu curto quando temos dois lados da moeda e cabe a nós, como audiência, julgar a moralidade do pessoal do anime.
Também acho incrível perceber como nós seres humanos temos pontos de vista diferentes sobre um mesmo acontecido, e pet mostra isso com excelência. E acredito que mostrará muito mais, na verdade.
Os conflitos psicológicos em pet
Em pet, já vi que teremos muitos “mergulhos” do pessoal dentro de outros seres humanos para resolvermos os conflitos do plot.
À fim de exemplo (e vou me abster de nomes aqui por conta de spoilers), temos uma parcela de pessoas que conseguem literalmente “esmagar” alguém através dos “vales” e “picos” que citei antes.
Em outras palavras, o pessoal mais “sensível” consegue invadir os outros, realizando proezas como hipnose, confusão, botar para dormir ou até mesmo acabar com a sanidade mental da pessoal. Pense nos genjutsus de Naruto. Isso mesmo, é nessa linha de pensamento.
Acompanhamos os personagens entrando na mente de uma pessoa e, lá dentro, eles meio que “alteram” as memórias dessa pessoa para poder manipular a verdade daquela pessoa.
Porque, afinal, nossas memórias são nossas verdades. Altere as memórias de alguém e você alterou à verdade, a realidade para aquela pessoa. Profundo, né?
Mas enfim, é nessa “viagem mental” que pet se desenvolverá: pessoas entrando na mente de outras pessoas para ajustar coisas da memória em prol do benefício próprio, para realizar um trabalho para uma companhia ou para salvar a vida de alguém.
As possibilidades são incríveis com esse tipo de “poder”, fora toda as bombas metafóricas que são lançadas.
Vendo esse tipo de anime eu me sinto meio burro as vezes. Parece que não estou conseguindo pegar tudo que a obra quer passar coff coff Tatami Galaxy. É só comigo isso?
Finalizando…
Bom, resumindo, eu acho que pet vai continuar seguindo com sua narrativa maluca, seus personagens misteriosos e uma trama bem diferenciada.
Acredito ainda que continuaremos a ter diversos plot-twists, e muita gente tendo seu “vale” ou “pico” invadidos pelo pessoal que mergulha na mente dos outros. E para fechar com chave de ouro: um final super tendencioso e subjetivo, que nos deixará em cima do muro.
Esses 3 episódios com certeza mostraram o que pet veio para mostrar, e veio com muito estilo cult-mistério-psicólogico.
Já deixei claro na introdução mas faço questão de reforçar: esse anime não é para qualquer um. Mas não no nível Mob Psycho, só que também não no nível Tatami Galaxy. Interprete como quiser.
Concluindo, eu com certeza verei todos os episódios que sairão, e talvez chegue até a ver o material original para poder comparar melhor um mangá antigão com sua versão recente em anime.
Aconteceu o mesmo em Banana Fish, e foi impecável lá. Espero que aqui também esteja sendo, pelo bem dos fãs de pet.
E para mim e para pessoas que como eu não são “fãs de pet“, apenas “espectadores curiosos”, espero que a narrativa fique um pouquinho menos apressada e confusa, pelo menos para o bem da minha saúde-mental (saúde-mental, rs).
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