Você já teve vontade de conhecer ainda mais sobre a cultura do japão? Entender porque eles possuem certos hábitos, que aos nossos olhos são excentricidades? Conheça Bungou to Alchemist. Um dia ainda visito o Japão cof… cof..
Um anime que fala sobre a cultura literária do Japão. Quem não ficaria interessado ao saber disso, não é mesmo?
Assim, apresento a você o anime Bungou to Alchemist: Shinpan no Haguruma (文豪とアルケミスト), algo como “Autores e Alquimistas” (em português) ou você pode chamar de BunAru (文アル) como forma mais curta.
- Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
- Estúdio: OLM (Pokemon, Utawarerumono)
- Material original: Jogo
- Episódios: Não Informado
- Novos episódios: Sexta-feira
- Abreviação de nome: BunAru (na verdade é “BumAl”, mas no Japão a pronúncia fica “Aru”…)
Aliás, é melhor já deixar claro que o anime não tem a ver com Bungou Stray Dogs, com exceção do uso dos autores como personagens. Ainda assim vou trazer um comparativo aqui pra vocês.
O anime foi lançado nessa temporada de primavera 2020 (abril), e tem como o diretor Odahiro Watanabe e é produzido pelo estúdio OLM (Pokemon, Utawarerumono). Enfim você pode ver mais informações na página de temporada do anime aqui da Cúpula.
Bungou to Alchemist teve sua origem num jogo de cartas com base em RNG desenvolvido pela DMM, lançado em 01 de novembro de 2016. Bem como adaptações para novels, peças de teatro e o anime do qual vamos falar aqui.
A “primeiras páginas” de Bungou to Alchemist
BunAru tem um início um tanto quanto diferente, pois ele é diferente de outros animes, onde a história é apresentada junto com o(s) protagonista(s). Nesse caso, ele te deixa bem confuso sobre o que você está vendo.
Afinal, ele não te da muitas pistas e sim pequenos elementos de uma possível história que vamos acompanhar.
O diretor tenta te manter fisgado por esse fato, e, dessa forma, você não entende o que ta acontecendo. E ainda fica curioso pra descobrir o que é. Isso se você já não conhece o jogo ou nem viu nada do anime como eu, é claro.
O anime já começa com um “mini plot twist“, que foi a forma que introduziram o universo de Bungou to Alchemist para nós. E cara, que formato diferente de apresentar uma obra.
O primeiro episódio te apresenta o Melos, já no meio de uma história, onde ele está motivado a matar o rei de onde ele vive.
Assistindo, você meio que tem o sentimento de cair de paraquedas em uma história. É como você chegar pra assistir um filme quando ele já está nos seus 40 minutos, sabe? Foi assim que me senti nesse início do primeiro episódio.
Ali, logo conhecemos outro personagem principal, o Akutagawa Ryunosuke.
Entendendo a história
O Akutagawa logo nos apresenta o plot, e Melos não é o protagonista do anime, mas sim do livro no qual é o lugar onde eles estão.
Pra explicar melhor, essa história onde eles estão é conhecida como “Corra, Melos”, de Dazai Osamu, o autor do livro e que no episódio interpreta o Melos.
Ai é que tudo muda, pois estamos em um mundo onde existe uma entidade maligna conhecida como os “Maculados” que tem objetivo de destruir todos os livros da humanidade e dar um final ruim para eles.
E os autores dos livros entram nas histórias para defender e impedir que a literatura seja destruída.
Vamos admitir aqui: isso é um plot bem diferente!
Uma ode aos autores
Foi uma surpresa boa isso, descobrir que você está em um livro, onde o autor precisa replicar as ações já descritas pelo seu livro e dar um bom final a ele (o final do livro).
Livros? Sim, livros. Autores de inúmeras épocas, se tornaram investigadores e guerreiros para lutar contra esse mal e impedir que os livros sejam destruídos. Simples mesmo, não é?
Mas o charme ao que tudo indica desse anime não é essa ideia em sim, mas sim a forma que nos apresentam eles e suas histórias. Os personagens são reais e autores de grande sucesso no Japão e entram no anime sendo fantasmas criados a partir da imagem do autor real, seres astrais.
Se você é um rato de biblioteca e quer conhecer uma história equivalente a algo como ler Machado de Assis, Monteiro Lobato, Cecília Meireles e Carlos Drummond batalhando contra pessoas que querem que o mundo esqueça que suas obras existiram, Bungou to Alchemist pode ser bem interessante.
Os personagens de Bungou to Alchemist
Logo depois de sermos apresentados aos primeiros personagens e a esse universo de autores protegendo seus legados que, aliás é muito interessante ter a oportunidade de conhecer, somos apresentados ao primeiro mini arco.
Nele, novos personagens aparecem e a história do anime nos surpreende. Confere aqui alguns desses autores e mestres da escrita:
Um mergulho profundo na cultura japonesa
Claro, já esperava que BunAru fosse me falar sobre a cultura japonesa e autores famosos, mas fui surpreendido pela forma que isso é feito.
Somos literalmente colocados dentro da história, conhecemos um pouco dos autores e suas caraterísticas na literatura assim como personalidades que batem muito com o que foram em vida.
Por exemplo, em uma conversa no anime um dos personagens Shimazaki Touson conversando com Nakahara Chuuya cita que a Buraiha (decadentes), uma escola de autores japoneses que desprezaram a forma que faziam a literatura antes deles e passaram a fazer do seu próprio jeito.
Vale citar que era muito próximo da Segunda Guerra Mundial a época que isso aconteceu. Sim, aconteceu. Baraiha existiu.
Outra coisa muito interessante é o que os personagens [autores] discutem seus pontos de vista sobre as histórias, como elas são interpretadas de acordo com suas características. E claro, conhecemos as histórias.
Parte técnica de BunAru
Contudo, existem algumas coisas na parte técnica do anime que me incomodam.
As mudanças de trilha sonora são repentinas, porque não existe uma construção até aparecer uma nova música. E isso não te ajuda a imergir completamente na história.
Além disso, tem a falta de uma sensação de perigo, e isso também incomoda. Afinal, não há momentos que você acredita que os personagens podem se dar mal de verdade.
Porém, preciso que dizer que o character design dos personagens é um show à parte.
Finalizando…
A história é bem interessante quando vista sobre uma perspetiva de querer conhecer mais sobre o Japão.
Ela consegue te prender com os visuais, que convenhamos, são bem bonitos.
Em suma, apesar desse shounen de ação e fantasia ser um pouco “fujoushi“, ele vale a pena ser visto por qualquer fã de animes. Principalmente porque não parece que teremos cargas exorbitantes de fan-service como vemos em outros animes como Free!!.
E não deixe de acompanhar nossas RegrasDe3 da temporada. Além disso, você pode usar nosso guia da temporada para acompanhar os animes que estão saindo também!
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