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Muito provavelmente você já assistiu ou leu uma determinada obra que chamou a sua atenção e, a partir disto, ela tornou-se a favorita da sua vida. Alguns anos se passaram e você decide revisitar esse título tão querido e descobre, no entanto, que não significa mais a mesma coisa. Talvez Os Cavaleiros do Zodíaco se encaixe neste quadrante.
Percebe que o que fez daquela obra algo tão único e especial, claro, além da história que te cativou, talvez tenha sido o momento, a leveza da vida ou mesmo a época em si.
Recentemente eu decidi ler Os Cavaleiros do Zodíaco e, finalmente, concluí essa série. Como muitos, nunca assisti, na época da televisão, o anime completo. Apenas fragmentos da história. Para ser mais preciso, A Batalha das Doze Casas, o último arco da Saga do Santuário.
E embora a narrativa de Saint Seiya seja muito legal, pode-se dizer que o sentimento que permitia que o vislumbre por essa obra fosse um completo fascínio, talvez não estivesse exatamente no que apresenta, mas sim no que significou para nós na infância.
Após alguns anos, ir de encontro ao mangá e viver toda a experiência que ele é capaz de proporcionar provou esta teoria. Reiterando, a história é, de fato, boa. Não estou dizendo que o conteúdo em si é ínfimo. Tem seus méritos.
Todavia, a sensação de que a nostalgia tem um peso maior na hora de aferir a importância dele em nossas vidas parece falar mais alto.
- Autor: Masami Kurumada (história e arte)
- Volumes: 28
- Capítulos: 110 capítulos
- Status: Finalizado
- Gêneros: ação, aventura
A incrível e motivacional odisseia de Os Cavaleiros do Zodíaco
Que Saint Seiya é um mangá que tem como premissa difundir a ideia da amizade e da justiça, isso não é nenhuma novidade. Afinal, é um shounen. Um dos pilares rudimentares que dão forma a esta demografia é justamente o poder da amizade. E aqui, você vai encontrar muito disso. Inúmeros momentos em que nada funcionará, além da boa e verdadeira amizade.
Aliás, de um tempo para cá, a metodologia de fazer shounes mudou um pouco. Com o avanço, não somente da tecnologia, mas também geracional, é comum haver determinadas mudanças para que haja uma adaptação com o novo público.
Se este assunto te interessa, o pessoal do CúpulaCast gravou um episódio muito bacana comentando sobre “A nova forma de fazer shounen de porrada”. Caso queira conhecer mais sobre o tema, vou deixar o vídeo logo abaixo:
Por fim, Masami Kurumada dividiu o mangá em três grandes sagas:
- A primeira e, quiçá, mais famosa de todas, é a Saga do Santuário. Nela estão os primeiros cinco arcos da série: Guerra Galáctica, Os Cavaleiros Negros, Os Cavaleiros de Prata, Os Cavaleiros de Ouro e Batalha das Doze Casas.
- Depois vem a Saga de Poseidon.
- Por último, a Saga de Hades, que concluí o título com três arcos, sendo eles o Santuário, Inferno e Elísios.
Cada uma dessas sagas e arcos são funcionais para apresentar cavaleiros, suas motivações e ambições. Sobretudo, para denotar a justiça e o amor, que são elementos básicos que regem toda a história. Mais ainda, mostrar a linha tênue que existe dentro dessas características.
Qual a maior saga de todas?
Particularmente falando, a Saga de Hades foi a mais envolvente. Não apenas pela história atraente e cheia de reviravoltas, mas também por seu worldbuilding (construção de mundos). Enfrentando Hades, o deus do submundo, toda a atmosfera de combater um ser tão poderoso, ganhou uma forma e um clímax radiante abaixo da terra.
As várias referências à mitologia grega, os personagens, os cenários, as habilidades e o peso que existia por trás de cada luta foi muito significativo. Nada melhor do que fechar a história com um arco intenso e muito bem construído.
Entretanto, talvez essa seja a “melhor” saga. Mas no que tange a “maior”, acho que a Saga do Santuário ganha. Muito por ser, de fato, a mais famosa. Foi a partir dela que muitas pessoas hoje em dia sabem o que é Os Cavaleiros do Zodíaco. Mais ainda, sabem o que são animes e mangás. Logo, há um peso histórico muito grande nesta saga.
Ademais, por fim, é importante salientar que está é MINHA OPINIÃO. Não estou batendo o martelo e definindo como verdade absoluta. Essa é minha interpretação da obra, tanto à luz do mangá, como do impacto que ele teve na vida de muitas pessoas, inclusive na minha.
Mas Os Cavaleiros do Zodíaco é só coisa boa? Claro que não
Eu quis deixar esta parte por último justamente por ser um tópico “negativo”. Está entre aspas porque não é exatamente um problema, visto que, desde o início, Saint Seiya se vendeu como uma história onde o poder de amizade e o protagonismo superam qualquer coisa.
Aliás, como foi supracitado, a amizade é um dos pilares do shounen. Logo, em todas as batalhas é possível notar o peso e influência que isso tem, sempre levando os cavaleiros à vitória.
O que me incomodou, no tocante a esses “problemas”, foi o fato de tudo e qualquer coisa que se denominasse forte e, o pior, o mangá evidenciasse a comprovasse este fato, Seiya e companhia vencessem puramente por amor e amizade.
Como, por exemplo, na Saga de Hades, quando Thanatos aparece. O cara simplesmente afirma que pode matar QUALQUER PESSOA QUE QUISER apenas com o pensamento. Mas quando ele tenta fazer isso com um dos amiguinhos de Seiya, adivinha, ele não consegue fazer nada.
Este é um exemplo de vários que tem no decorrer do mangá. Todavia, aí que está o ponto. O mangá se vende com esta premissa. Logo, sabendo disso, é justamente isto que irá encontrar.
Não é como se fosse uma surpresa. Portanto, ao mesmo tempo em que pode ser considerado um problema, também tem que ser reconhecido como “parte da narrativa”.
Finalizando a crítica sobre Os Cavaleiros do Zodíaco
O tópico final pode ter parecido um comentário negativo e agressivo, mas não é exatamente isso. Reiterando, apenas incomodou um pouco.
Ademais, não é nada que afete a experiência como um todo. Afinal, se você conhece o básico de Os Cavaleiros do Zodíaco, sabe que não tem como correr disso. Está ali e faz parte.
Mas no geral, vale muito a pena ler o mangá. Na infância eu assistia, esporadicamente, o anime. Eu dei uma chance para o mangá, porque prefiro essa mídia hoje em dia. Não sei como seria reassitindo o anime.
Mas, em conclusão, a experiência de ter pegado o mangá para ler e, agora, depois de tanto tempo, ter finalizado na vera, é quase uma realização de vida. Leiam Saint Seiya. Vale muito a pena.
