Eu cresci com meus pais e avós falando coisas como: “política, futebol e religião não se discute”. Realmente, à grosso modo, isso faz sentido. Porém existem certos assuntos que nem mesmo podem ser citados em determinados lugares. Este foi o caso que aconteceu com o CD bônus presente no Volume 4 do Blu-ray/DVD de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba.
Autor do artigo: Hugo Brogni
Mas afinal, o que consta nessa trilha? Alguma blasfêmia? Algum insulto fora do comum? Não, o compositor Go Shiina “apenas” utilizou na faixa 51 da ost o “Adhan” ou “Azan”, que seria tipo “o chamado” para comunidade muçulmana a tomar parte da oração.
Segundo a tradição (e a Wikipédia, rs) o Azan consistia originalmente numa frase simples: “vinde à oração!”. Entretanto, o profeta Muhammad (Maomé) pediu ao seus crentes uma forma de tornar o apelo mais sofisticado.
Num sonho, o companheiro Abd Allah ibn Zayd teve a visão de que os crentes deveriam ser chamados de uma forma melodiosa, que é a forma que se impôs.
O “Azan”
Este é o Muazzin (pessoa designada a realizar o Azan). Ele seria comparado, talvez, ao sino da igreja católica, que avisa quando a missa irá começar.
Houve um certo murmúrio no twitter pelos fãs em nota publicada no site de Kimetsu (tá em japonês, mas dá para traduzir com o Chrome).
Um pedido de desculpas…
Podemos ler o pedido de desculpa pelo ocorrido, nas palavras do autor:
“Desta vez, é sobre o CD bônus incluído no Blu-ray/DVD Volume 4 da animação de TV de “Demon Slayer” (lançado em 30 de outubro de 2019).
Foi revelado que havia um uso inadequado do áudio relacionado ao Islã na fonte sonora (Faixa 51) da coleção de músicas que o acompanha. A faixa foi produzida usando material de áudio disponível comercialmente e nunca teve a intenção de ferir ou blasfemar contra muçulmanos e muçulmanas, mas entendemos completamente o significado e o conteúdo do áudio.
Pedimos desculpas pelos sentimentos desagradáveis que foram causados a comunidade religiosa. Observe que esta faixa é gravada apenas no CD de bônus e não é usada para o anime principal.
Levaremos esse assunto a sério, deixaremos de enviar o produto as lojas e coletaremos imediatamente todos os que já foram enviados. Trocaremos os CDs bônus que já foram comprados.
Além disso, pedimos desculpas por qualquer inconveniente causado aos clientes que adquiriram o produto e aos fãs de “Demon Slayer”.
No futuro, aprofundaremos nossa compreensão do Islã e de sua cultura e prestaremos mais atenção à produção de fontes sonoras para que a mesma situação não aconteça novamente.”
A posição do estúdio, ao meu ver, foi muito correta, porém o que não sai da minha cabeça é que, daqui um tempo, quanto será que vai valer o “CD proibido de Demon Slayer” no “mercado negro dos animes”? Hahahah
Antes de finalizar, gostaria de dedicar este post ao Pedro Margotti, um amigo meu que a 1 da manhã me avisou dessa notícia rs
E ai o que achou do desenrolar desta história?
Autor do artigo: Hugo Brogni
Fonte: Twitter do Cnago