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Análise

Beck é bom? Vale a pena ler o mangá? | Crítica

Beck é uma amostra realista e sincera de como funciona a indústria musical
8 minutos para a leitura

Há muito tempo, enquanto eu fazia uma live no meu canal do Youtube, um inscrito me recomendou o mangá Beck, de Harold Sakuishi. Eu havia deixado na lista e, com o passar do tempo, acabou caindo no limbo do esquecimento. Contudo, ano passado eu finalmente me lembrei dele e o peguei para ler. Foram 34 volumes intensos e repletos de muita emoção.

Por se tratar de um mangá sobre música, é válido aquele questionamento: “como sabe como são as músicas ou mesmo conseguir sentir alguma coisa se é apenas papel?”. Por incrível que pareça, e eu sei que é um tanto absurdo, é possível sentir o feeling por meio das emoções dos personagens. E, claro, ainda é papel, mas transmite uma emoção bastante significativa.

protagonista do mangá beck

Além do mais, Beck teve uma adaptação em anime, então dá para ouvir algumas das músicas que a banda toca no início da narrativa, sendo “Moon On The Water” a minha favorita. Vou deixar um vídeo da canção aqui embaixo, caso você queira ouvir:

No entanto, eu não assisti o anime completo. Vi apenas alguns episódios para fazer pequenos paralelos com o mangá e, até onde eu assisti, está bem fiel. Todavia, por mais que não tenha absoluta certeza sobre a informação a seguir, aparentemente o anime não adaptou todo o material original. Sendo assim, se você for dar uma chance para Beck, leia o mangá.

A música transforma

A narrativa de Beck inicia-se e termina com Koyuki, um jovem que se sente perdido na vida, sem um grande propósito definido. As identificações já começam aí, com o protagonista. Qual jovem, ou mesmo adulto, dependendo da fase em que se encontra, já não se sentiu perdido?!

O legal de acompanhar a jornada do Koyuki é apreciar sua evolução e seus propósitos. Tudo começa por ele e, de certa forma, reiterando, também se conclui com sua participação. É engraçado notar esse contraste. Alguém que, no início, se julgava um ninguém, se torna um baita protagonista, não somente da sua própria história, mas também da de outras pessoas.

tocando guitarra em alto estilo

Aliás, a priori, Koyuki possui uma relação limitada com a música, até conhecer um tal de Ryusuke. A partir desse encontro, a vida de ambos mudará drasticamente para sempre. Ademais, o Ryusuke é outro personagem bastante interessante de Beck, sendo o mais enigmático de todos. Seu background é repleto de mistério e eventos inusitados.

A interação entre Koyuki e Ryusuke vai desencadear uma série de acontecimentos e vivências antes inimagináveis para os dois personagens, como, por exemplo, a criação de uma banda, o Beck, que também é o nome do cachorro do Ryusuke. Aliás, um cachorro, no mínimo, esquisito, mas que também possui uma história muito emocionante. O resto é história.

Beck: uma banda tentando emplacar dentro e fora do Japão

Aqui começa a história do mangá, com a instauração de fato da banda e a apresentação de todos os integrantes que irão compô-la. Temos também os primeiros contatos sérios com a música da parte do Koyuki, aprendendo e se estabelecendo como o guitarrista e vocalista do Beck. Uma evolução sensacional e muito gostosa de ser apreciada ao longo dos vários volumes.

O processo de formação do grupo e o desenvolvimento dos personagens ao longo do mangá é algo notável, uma vez que o Sakuishi desenvolve para cada um deles seus próprios valores e objetivos. Por mais que todos estejam reunidos por um desígnio em comum, eles são singulares em suas maneiras de pensar e agir. O Beck é um microcosmo onde existem várias mentes pensantes, cada um com suas histórias de vida e desenvolvimento.

Entretanto, uma das melhores partes do mangá Beck é quando o autor decide abordar e criticar a indústria musical, narrando fatos e tecendo argumentos. Neste ponto, somos levados a conhecer e vivenciar os altos e baixos da banda e, consequentemente, dos personagens. Um mix de drama, comédia, desespero, vitória e, claro, superação dos obstáculos.

os integrantes da banda beck

Beck e suas críticas à indústria musical e o que realmente importa

Por fim, porém não menos importante, os dramas da indústria musical são denotados por meio de críticas sobre como a indústria tem se tornado uma máquina de fazer dinheiro com músicas pop sem valor. O autor enfatiza, por meia de sua obra, a ideologia de que deve haver sentimentos autênticos nas letras das músicas.

O anime Bocchi the Rock! também trabalha essa ideia, uma vez que afirma que a música precisa ser sincera e escrita com o que deve ser dito e não o que querem ouvir. Sendo assim, por mais que não atinja a todos, quando acertar alguém, acertará em cheio e será sublime. A música é algo muito sério e possui um poder transformador.

Finalizando a crítica sobre o mangá Beck

O veredito final é LEIA BECK! É um mangá excepcional que, com certeza, te trará uma perspectiva diferente acerca do mundo da música. Nada é um mar de rosas e nem tudo é fácil. Mas quando se tem um sonho e você o torna um objetivo, verá que, mesmo com as intempéries na jornada da vida, no fim, valerá a pena toda o esforço empregado nele.

Além do mais, eu gravei um vídeo sobre o mangá Beck para o meu canal do Youtube. Lá eu comentei alguns outros pontos que não mencionei aqui, então, se quiser saber mais, assista o vídeo que vou disponibilizar logo abaixo e deixe aí nos comentários o que você achou desse mangá.

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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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