O fato de comparar Iris Zero com Boku no Hero não é absurdo, visto que a narrativa se assemelha um pouco, a começar pelo protagonista. No entanto, claro que não é exatamente a mesma coisa. Como material original e com suas particularidades, vale a pena conhecer mais sobre esse título.
Por este motivo ele está aparecendo aqui, como uma recomendação de leitura. A história é bastante divertida e interessante. Pense em um mundo onde a grande maioria nasce com poderes. Agora, imagine que alguns não conseguem este dom e sofrem a vida inteira por causa disso.
O que temos? Boku no Hero? Quase, mas não. Temos Iris Zero. Esta é a premissa básica do mangá. Difícil não remeter ao mangá de Kouhei Horikoshi. Mas afinal, qual é a originalidade de Iris Zero e porque você deveria dar uma chance? Continue no texto para descobrir.
- Autor: Hotaru Takana (arte) e Piro Shiki (história)
- Capítulos: +44 (em andamento)
- Volumes: +8
- Gêneros: drama, mistério, romance, vida escolar, sobrenatural, superpoderes
O que é um Iris Zero?
Nos primeiros capítulos do mangá é dito que essas habilidades especiais, chamadas Íris, eram raras, sendo taxadas com apenas 1% de chance de acontecer. Porém, com o passar do tempo e o nascimento de novas crianças, essa taxa aumentou para 99%, tornando-se algo quase que natural. Exceto com o protagonista, que nasceu sem nenhum poder.
Aliás, essa tal habilidade funciona a partir da visão e existe em várias ramificações. Há personagens que conseguem enxergar quando alguém está contando uma mentira, que conseguem analisar se alguém é bom ou não para uma determinada função, que podem prever a morte de alguém, enfim, são inúmeros talentos que o autor desenvolve ao longo de sua trama.
Mas existem aqueles que não possuem habilidade nenhum, os chamados Iris Zero. É aí que o protagonista da série, Toru Mizushima, entra. É interessante porque, em um mundo onde todos são iguais por terem poderes, ele é especial por ser normal, por conseguir enxergar sem nenhum filtro no olho. O autor faz questão de enfatizar isto.
Ao ler Iris Zero é perceptível o porquê de ele ser especial. Diferente de muitos que utilizam seus poderes para tentar solucionar problemas, ele apenas pensa de uma maneira comum e segundo o olhar do outro para tender resolver os casos. E isso é algo que somente ele pode fazer. Legal esse paradoxo de ele ser especial por, exatamente, não ser especial.
A relação do protagonista com os personagens
Novamente fazendo alusão à Boku no Hero, aqui não temos alguém grandioso que oferece um fio de cabelo para o protagonista comer e assumir os poderes dele. É de se imaginar, porém, nos volumes futuros ele liberar alguma habilidade que estava bloqueada ou algo do gênero.
Porém, até onde li, ele é o que é e não tem problema continuar assim. Afinal, reiterando, é isso que faz dele um bom personagem. De certa forma, se fosse o caso de ele ganhar algum poder, deturparia a mensagem inicial do mangá.
Porém, algo que ele tem em comum com Izuku Midoriya é o fato de ter sofrido na infância pela ausência de habilidades especiais. Por sempre ter sido motivo de chacota por aqueles tinham alguma vantagem, Toru Mizushima cresceu com uma lema: “baixa exposição”. Resumindo, ele odeia chamar atenção e acha que ficar fora do radar é a melhor opção.
Mas claro que, com o passar dos capítulos e das interações com os demais personagens, ele percebe que isso será impossível, e cada vez mais se tornará o personagem central da trama. Ademais, por ter nascido sem poderes, ele desenvolve uma incrível e precisa habilidade analítica, o que o torna ainda mais interessante e importante.
Finalizando as primeiras impressões de Iris Zero
Embora o mangá tenha alguns “probleminhas”, eu não vejo motivo para citá-los aqui. Sobretudo, o que é importante ter noção no momento é que o mangá é bem interessante e pode te surpreender bastante.
Ademais, se você é adepto aos gêneros sobrenatural, mistério e vida escolar, Iris Zero é uma ótima recomendação para ti. Apesar de o começo já ser legal o suficiente para comprar a ideia da obra, com o passar dos capítulos e com o desenvolvimento da trama, a história vai ganhando forma e ficando cada vez mais imersiva e empolgante.
Em síntese, é um título que vale a pena dar uma chance. Aliás, por fim, por falar em mangá de vida escolar/slice-of-life, eu escrevi uma primeira impressão sobre Kimi wa Houkago Insomnia. É muito agradável e gostoso de ler. Bem provável que você também goste da história.