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Análise

The Promised Neverland é bom? Vale a pena ler o mangá? | Crítica

Revisitando The Promised Neverland três anos após sua conclusão
15 minutos para a leitura

Sete anos se passaram desde a estreia de The Promised Neverland (Yakusoku no Neverland), na Weekly Shonen Jump. Desde então, tivemos diversos materiais sobre o título, como animes e uma adaptação em live-action. Em 2020 o mangá chegou ao fim, dando a alguns um final perfeito e a outros, entretanto, um final meia-boca que não agradou.

Porém, não somente o final do mangá decepcionou alguns, como também o final da adaptação em anime, na segunda temporada, foi um completo fiasco. Ou seja, assim como tantas outras obras, The Promised Neverland não fica atrás no quesito de não agradar no final.

É até comum as pessoas se decepcionarem com os finais de mangás, por mais que toda a narrativa até ali tenha entregado tudo muito bem e agradado o público. Muitas são as teorias por trás de um “péssimo” final. E após três anos que eu finalizei o mangá semanalmente, decidi reler ele para saber se minha opinião se manteve por todos estes anos.

Além do mais, haverá comparações com o anime aqui neste texto. Também, se você nunca leu ou não assistiu o anime, terá spoilers pontuais sobre The Promised Neverland. Entretanto, talvez não seja algo que irá arruinar a sua experiência com o título, então segue até o final.

poster mangá The Promised Neverland
  • Autor: Posuka Demizu (Arte), Kaiu Shirai (História)
  • Volumes: 20
  • Capítulos: 181 capítulos
  • Status: Finalizado
  • Gêneros: Mistério, ficção científica, suspense

Conhecendo a história das crianças da terra do nunca

Caso você nunca tenha notado, “neverland” é um referência a Peter Pan, um grande clássico infantil. Diz despeito às crianças que nunca deixam de ser crianças. E não metaforicamente. Na história encantada, por decidirem viver na Terra do Nunca, eles jamais iriam crescer e se tornar adultos. Contudo, aqui em The Promised Neverland o motivo é diferente, triste e macabro.

Sobre o plot, caso você nunca tenha ouvido falar sobre o mangá, somos apresentados a várias crianças que vivem em uma espécie de orfanato. Não se tem muitas informações sobre quem são essas crianças ou mesmo o porquê de estarem ali. Mas o fato é que todos vivem em harmonia e felicidade, como se fossem uma família de verdade.

o início do mangá de the promised neverland

Todavia, em um fatídico dia, três crianças consideradas as mais prodigiosas, descobrem que o orfanato onde vivem não é nada do que eles pensavam. Agora, eles têm que liderar o grupo todo num arriscado plano de fuga em prol da sobrevivência.

The Promised Neverland é um completo fascínio no início. Não à toa o melhor arco de todo o mangá é justamente o primeiro, o arco da Fuga de Gracefield. Aqui, toda a tensão de um bom mistério e a atmosfera do suspense toma conta do leitor. Impossível largar a história nessa introdução emocionante e repleta de mistérios.

Os demais arcos de The Promised Neverland

Que o primeiro arco é o ápice e que entrega tudo o que há de melhor em uma boa narrativa, ninguém discute. Porém, e quanto aos demais arcos da história? Lembro-me que, na época, eu fiquei um pouco confuso e achei tudo meio desorientado. Muito pelo fato do início apresentar uma temática que adquire outra forma no desenvolvimento da narrativa.

Mas depois que reli, percebi que faz certo sentido. De fato a premissa de mistérios e investigação por meio da inteligência é deixado um pouco de lado e abre portas para um cenário mais caótico e repleto de ação, com direito a armas de fogo e exterminação de monstros. De fato uma nova perspectiva para The Promised Neverland.

Na época, achei estranho, mas hoje vejo as conexões. Talvez por influência de opiniões externas eu tenha notado estes eventos, três anos atrás, com uma ótica que não era exatamente minha. Às vezes acontece de sermos influenciados por outras pessoas, mesmo inconscientemente. Entretanto, minha concepção acerca disto mudou nesta segunda leitura.

primeiro arco do mangá the promised neverland grace field

Por mais que os autores tenham mudado o estilo da história, o desenvolvimento fez sentido a partir do resultado que eles buscavam alcançar. E claro que em meio a toda a ação que permeava a narrativa, o foco no mistério e em buscar as respostas se manteve até o desfecho.

Em suma, nesses demais arcos, informações de suma importância foram reveladas, tanto para entendermos o motivo das crianças estarem presas naquela situação, como também para entendermos mais sobre aquele universo como um todo.

A melhor e a pior personagem de The Promised Neverland, ao mesmo tempo

Esta é uma opinião particular e diz respeito somente a mim e a forma como eu enxergo a vida. Há quem possa gostar da Emma, mas para mim, ela me deu muita dor de cabeça. Eu tinha me esquecido do quanto ela consegue ser insistente e chata. Claro que, às vezes, poucas vezes, ela consegue convencer de que a ideia dela faz sentido.

Aliás, a Emma possui um arquétipo do tipo “inocente”. Ela é otimista, sonhadora e esperançosa. O que melhor define este arquétipo é o fato dela apresentar certa ingenuidade e sempre procurar evitar conflitos ao máximo. O maior desafio está na necessidade de agradar. O principal objetivo é ser feliz. E é bom ter personagens assim de vez em quando, otimistas.

Ademais, esse tal arquétipo inocente que citei faz parte de um conjunto de 12 outros arquétipos que são chamados de “Os 12 arquétipos de Jung”. Esse termo foi popularizado por um psiquiatra suíço chamado Carl Jung. De forma sucinta, significa imagens formadas pela repetição constante de experiências que nos conduzem de forma indireta durante a nossa trajetória. Tal qual uma personalidade forte.

Aquilo que mais irrita nesta personagem

Contudo, na maior parte das vezes ela interfere. E o pior é que as opiniões e decisões dela interferem diretamente na história, mudando completamente tudo que já estava pré-programado. Nos acontecimentos finais do mangá fica claro essa manifestação das escolhas dela.

Se tratando do final, sem revelar nada, eu mantenho minha visão de que tudo foi condizente com quem é a Emma e as atitudes que ela poderia tomar. Esperava-se que ela fosse fazer tudo aquilo. Tem muito a ver com o histórico do personagem. E era típico dela concretizar, da forma que foi, toda aquela reta final do mangá.

protagonista Emma

Mas em muitos momentos é preciso aceitar e conviver com a Emma mudando os eventos da história, porque, novamente, ela interfere diretamente. Um exemplo, se você lê o mangá e em um dado momento deseja a morte de todos os demônios pelas coisas horríveis que eles fizeram, pode tirar o cavalo da chuva, porque a Emma simplesmente decide que não quer erradicá-los.

E acabou aí a matança dos demônios. Você será obrigado a acompanhar as crianças em busca de alternativas para que todos possam viver, não juntos, mas em um lugar onde não haja mais guerras e mortes. Emma idealista que, graças à ficção, consegue realizar seu desejo.

Mangá vs anime, uma comparação desleal

ESSE TÓPICO É PARA VOCÊ QUE CONCLUIU O MANGÁ E ASSISTIU AS DUAS TEMPORADAS DO ANIME. ENTÃO, AQUI NESTE PONTO, HAVERÁ SPOILERS SOBRE ALGUNS PONTOS DA HISTÓRIA E, SOBRETUDO E MAIS IMPORTANTE, SOBRE O FINAL DA SÉRIE. ENTÃO SE VOCÊ NÃO LEU E NEM ASSISTIU, SUGIRO QUE PULE ESTE TÓPICO E VÁ PARA O PRÓXIMO. CASO NÃO LIGUE, CONTINUE A LEITURA.

A primeira temporada do anime que, inclusive, está disponível no catálogo da Netflix, foi perfeita. Não há reclamações acerca desta primeira produção da CloverWorks. Com algumas alterações aqui e ali, mas nada que comprometesse a experiência. Contudo, a queda veio a partir da segunda temporada, que hoje vejo o quanto foi mal feita.

comparações entre o anime e o mangá de neverland

Acredite ou não, na época eu cheguei a defender. Entre nós aqui da Cúpula, eu fui o único que defendeu até o fim a produção. Ainda não sei o motivo disso. Agora, com todo o retrospecto mais claro, tanto do mangá quanto da segunda temporada do anime, eu vejo que é uma adaptação muito mal feita. E o pior é que não faz sentido.

A recepção do público com a primeira temporada foi satisfatória. Não entendi o motivo de eles cagarem completamente a segunda temporada. Foi tudo rushado, feito às pressas, com uma urgência completamente desnecessária. Aliás, também queria descobrir o porquê de não terem dublado a primeira temporada até hoje.

Ausência de arcos e mudança drástica no final da história

Uma das maiores ausências no anime talvez tenha sido o arco “Goldy Pond Battle”. É um arco muito intenso e sentimental no mangá, repleto de ótimos personagens e bons desenvolvimentos. Porém, foi deixado de lado na adaptação em anime. Esquecido pela produção. E com a ausência deste arco, muitos eventos legais foram excluídos.

E um ponto interessante é que um dos personagens que aparece neste arco tem uma presença marcante e fundamental na reta final da narrativa do mangá. No anime, claro, não teve nada a ver com o que aconteceu no produto original. E aqui vamos para a maior mudança de todas, a do desfecho definitivo.

Enquanto que no mangá temos Emma, Norman, Ray e companhia destruindo o império dos demônios, extinguindo as fazendas e seguindo em direção ao mundo humano para construir suas vidas por lá, no anime todos decidem permanecer no mundo dos demônios e ajudar as demais crianças a saírem das fazendas, a fim de dar uma vida melhor para elas.

arco goldy pond

Desses dois finais, na minha concepção, o pior é o do anime. Além de não ter nada a ver com o mangá, também aniquila uma série de acontecimentos legais que justificam os pontos definitivos para tudo o que aconteceu. Talvez pensassem que criar um roteiro original para o final e surpreender fosse mais interessante. Surpreendeu de fato, mas não de forma positiva.

Em conclusão, caso queira saber mais sobre esse fiasco que foi a segunda temporada de The Promised Neverland e também descobrir a opinião dos demais integrantes aqui do site, ouça o episódio que o pessoal do CupulaCast gravou sobre a segunda temporada de Neverland.

Finalizando a crítica do mangá The Promised Neverland

Em síntese, se você nunca teve contado com a obra antes, dê preferência para o mangá. Mas caso não seja muito adepto a ler mangás, pode assistir a primeira temporada sem medo. É uma ótima adaptação. Consegue entregar toda a atmosfera do mistério e do suspense.

Mas após isso, sugiro que migre para o mangá e conclua por lá, por mais que você possa não curtir muito mangás. É bem melhor do que ver a segunda temporada do anime e, primeiro, não entender muito bem os fatos e, segundo, perder uma enxurrada de acontecimentos legais. Por fim, minha segunda experiência com o mangá foi quase tão legal e divertida quanto a primeira.

Muita coisa eu lembrava, mas alguns detalhes eu tinha esquecido. E por mais que já soubesse dos fatos narrados, ainda assim foi uma sensação muito gostosa e prazerosa. Reiterando, você que nunca teve contato com este título antes, leia o mangá. É uma leitura sensacional. Você não irá se arrepender.

imagem final do texto de neverland
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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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