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Análise

Whale Star (webtoon) | Primeiras impressões

Whale Star: A Pequena Sereia coreana em busca da liberdade
9 minutos para leitura

Whale Star: The Gyeongseong Mermaid foi o que me tirou do meu hiato de escrita aqui na Cúpula. Com tantas obrigações ultimamente, o formato do webtoon me ajudou muito a me conectar com o que gosto, sem precisar desprender muito tempo.

Afinal, é aquela história que a gente lê no celular, bem rapidinho. Você só rola a tela e perde no máximo uns 5 ou 6 minutos. Então, se você é como eu, e tem dificuldade em tirar trinta minutos do seu dia parado em frente a uma tela, quanto mais assistir 100 ou 200 episódios, o webtoon sempre pode ser um formato a seu favor.

Mas, falando especificamente de Whale Star, é um dos melhores romances que estou lendo ultimamente. E, todos da Cúpula estão aqui para provar, eu leio MUITOS! Quando vou ver, já rompi madrugada a fora.

Também chamado de Gorae Byul, em coreano, esse romance histórico é uma releitura de “A Pequena Sereia”, do Hans Christian Andersen. Só que é bem, bem triste. E, evidentemente, muito melhor que o filme infantil.

Sendo assim, Whale Star resgata a essência de Andersen, trazendo elementos históricos da cultura coreana e japonesa no ano de 1926, e discutindo sobre a história que nunca é vista – a história do ponto de vista das mulheres. Em guerras e revoluções, quem são as mulheres? O que fazem?

E se uma serva que não sabe ler de repente ficasse muda?

whale star
  • Autor: Na Yoonhee
  • Ano de publicação: 2022
  • Capítulos: 105
  • Status: Finalizado
  • Gêneros: Drama, histórico, romance

Whale Star é a história do ponto de vista dos vencidos

Pessoalmente, acredito que seja o melhor tipo de história. Em dado momento, você já deve ter ouvido que a história, como a conhecemos, é sempre contada do ponto de vista dos vencedores. Aqueles que sobrevivem e que ganham a guerra.

Não obstante, Su-Ae é uma serva de uma família que serve o Japão após o fim da dinastia Joseon. Joseon (e isso é verdade) foi a última dinastia coreana, e com a invasão japonesa, vários coreanos se renderam ao governo japonês. E, em decorrência disso, a nação se dividiu em japoneses, pró-japoneses e coreanos.

Ou seja, Su-Ae é uma menina coreana vendida a coreanos que servem japoneses. Para facilitar.

E, vendida a uma família pró-japonesa, a vida de Su-Ae gira em torno da sua “dona”, sem mais nada a ser feito. Resumindo, ela vive sob regime escravo, já que não tem mais para onde ir.

su-ae em whale star

Sem uma mãe, vendida pelo pai e escrava de uma família que era chamada de traidora pelos coreanos, Su-Ae só tinha uma pessoa a quem recorrer. Yunhwa seria a única pessoa em sua vida.

A lealdade de Su-Ae a Yunhwa é tão grande que ela se compara a um peixe, sendo sua senhora a água que ela respirava.

Ou seja, aquela era a única chance de sobreviver. O único jeito de continuar vivendo. Ou assim ela pensava.

O príncipe fora da água

Diante de tudo isso, havia ainda rebeldes esperando por uma chance de retomar Joseon de volta dos japoneses. Ou seja, os rebeldes. Aqueles que lutam por independência.

Dois deles, mais especificamente, entraram em bases japonesas para realizar um ataque terrorista. No entanto, acabam sendo pegos, e um foge para a costa da praia.

Su-Ae, em uma de suas visitas ao mar, encontra o terrorista. E decide… que irá cuidar dele. A partir deste momento, a vida de Su-Ae muda completamente, e é um encontro que deixa seu coração marcado em meio a guerra.

Como aquele homem poderia matar alguém? O que está acontecendo? Será que algo irá acontecer comigo se eu cuidar dele? Não posso deixá-lo aqui.

São esses os pensamentos que provavelmente se passam na cabeça dela, tendo em vista que o webtoon mostra quase tudo sem palavras, nos pequenos detalhes. Su-Ae sai de seu caminho e passa a cuidar daquele homem machucado que poderia custar sua vida.

Esse encontro remonta A Pequena Sereia, fazendo a vida de Su-Ae girar em 180°. Ela sacrifica sua lealdade, sendo, inclusive, encontrada por Yunhwa.

Mas vê, naquele homem perseguido por todos, uma chance de ser algo além de um peixe.

Então, Whale Star é um romance como qualquer outro?

Não. Se fosse, eu não recomendaria. Assim que Yunhwa, vendo o terrorista procurado e o cuidado de Su-Ae, decide não denunciá-lo, a história galopa.

Vemos uma filha de um pró-japonês ajudando um “terrorista”. E também a vemos depois fugindo de um casamento indesejado por meio do suicídio. Nisso, Su-Ae perde a sua “dona”, que na verdade era a única amiga que tinha.

E, atrás do homem que admirava, também vemos Su-Ae sofrer uma tentativa de morte e perder sua voz. Garanto, isso não é spoiler. Está na sinopse. Ela esperava encontrar aquele homem que salvou, e que nem sabia o nome, mas é forçada a tomar um veneno.

Ou seja, ela se torna – de fato – a pequena sereia. Completamente muda por ter sido envenenada, a única alternativa que lhe resta é caminhar com as próprias pernas.

Sem sua única companhia, sem sua voz e sem a habilidade de escrever, Su-Ae perdeu tudo o que tinha. E ela, além de ir atrás de vingança, irá atrás do único rastro de esperança que lhe resta: o terrorista que encontrou na praia.

Finalizando as primeiras impressões de Whale Star

Apesar de ser um romance, a história não se foca nele. E é isso o que mais me impressiona em Whale Star. Por ser uma releitura, eu imaginei que fosse ser extremamente idealizado, como a maioria dos romances. No entanto, o romance é bem realista.

Após perder a sua voz, Su-Ae, lutando por sua vida, agora tem algo que não tinha antes: liberdade. E é essa a palavra que define Whale Star. A busca por liberdade gira em torno de todos os que têm papel de destaque.

Liberdade para se casar, para viver, para se comunicar, para lutar, para perseguir um ideal. Até mesmo o nosso “príncipe”, vindo de uma família rica, anseia por liberdade para lutar por sua nação.

E enquanto Su-Ae luta para se tornar livre, nós acompanhamos sua história. De fato, é certamente triste, mas olha o lado daqueles que não são olhados. Em filmes de guerra, acompanhamos os heróis e as batalhas, mas nunca as mulheres que são deixadas ou os servos que são vendidos.

E, apesar da ficção, o período, a guerra e os fenômenos vivenciados são, de fato, históricos, e tomam tempo exatamente nesse contexto.

Muito mais do que um romance, Whale Star é buscar o céu enquanto se submerge.

Como está completo, vou lendo aos poucos com os “passes diários” que o webtoon me garante. Mas desde já posso afirmar que ainda devo chorar muito! Estou amando a história e queria muito que você lesse também, se gosta de romances.

Depois, volta aqui para dizer o que achou!

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Escrito por

Helena Nunes

Advogada | Professora | Concurseira triste

Máquina de spoiler | Jojofag

Campos - RJ

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