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Análise

Ayaka | Primeiras impressões

Ayaka é um misto de todos os clichês possíveis, mas funciona!

Em nossas RegrasDe3, os autores assistem os 3 primeiros episódios de um anime novo lançado na respectiva temporada. Após isso, eles escrevem uma análise sobre esse começo da obra, sendo uma espécie de primeiras impressões. Fique atento: a RegraDe3 é uma visão baseada APENAS nesses 3 primeiros episódios, NÃO sobre o anime inteiro.

8 minutos para leitura

Ayaka é mais um daqueles animes perdidos no meio da temporada, que fica em cima do muro: assistir ou não assistir, eis a questão. Confesso que tive que dar uma segunda chance para ele logo no primeiro episódio…

O impacto dos primeiros minutos de um episódio é de extrema importância, pois são esses minutos que nos fazem ter uma boa ou má impressão. Sabe o clichê de “a primeira impressão é a que fica”? Pois bem! Nos primeiros 5 minutos do primeiro episódio é tudo um caos e confusão, fica beeeem difícil entender alguma coisa.

Mas, se você já está pensando que o anime não vai valer seu tempo, eu sugiro reconsiderar e acompanhar Ayaka comigo.

Ayaka Anime Cover
  • Gêneros: Fantasia, Mitologia
  • Estúdio: Studio Blanc.
  • Diretor: Nagayama Nobuyoshi (Uramichi Oniisan)
  • Material fonte: Original
  • Onde assistir: Crunchyroll
  • Novos Episódios: Domingos

Ayaka é um combo de clichês

É preciso superar os primeiros minutos confusos do anime e persistir para compreender que caos foi aquele do começo. Ficar perdido sem entender o que acontece direito logo na introdução, é ruim? Sim.

Contudo, dentro da narrativa isso faz bastante sentido. Estamos “dentro” da cabeça do nosso protagonista, Yanaga Yukito, que não lembra muito da sua infância vivendo na ilha Ayaka (Ayakashima).

Yanagi Yukito olhando para a tela com um fundo de céu azul e pinheiros

Aliado a forma de nos contar a história, temos um visual e trilha sonora harmônicos! Eu, particularmente, achei a estética do anime bastante bonita e, em especial, a ending me cativou. É agradável de assistir as cenas de ação da mesma forma que as cenas tranquilas da vida diária do nosso deprimido Yukito.

Pois é, Yukito é o protagonista depressivo com ausência de amizades e relacionamentos positivos. O combo do clichê, mas nada apelativo (e ele, digamos que, se recupera bem rápido, mas já vou chegar lá). Com isso, quero trazer curiosidades que me agradaram muito no anime.

No inglês, blue significa azul. E o que isso tem a ver com Ayaka? Bom, nosso protagonista é em tons de azul, desde vestimenta até a cor do cabelo e o estado depressivo (a expressão comumente usada em inglês para dizer-se triste é “feeling blue“). Outros personagens, também cativantes (apesar de frutos de outros clichês), e nomes próprios das ilhas seguem a mesma ideia.

Então, o Aka Ibuki, personagem bastante agressivo, tem tons de vermelho. Além disso, vermelho em japonês é aka. Uma das ilhas tem o nome de Ayakashima, e nela tem os Ayakashi… Entendeu o que eu quis dizer? Sim, eu amo esse tipo de detalhe e curiosidade aleatória.

Ibuki Aka com semblante cerrado segurando uma arma e atirando em direção a tela

Mas onde é que tá o combo de clichês, Amanda?

A meu ver, em quase tudo. Desde as curiosidades que falei acima até a estrutura da história (passado triste e traumático em comum a diversos personagens, treinamento de poderes e habilidades sobrenaturais, manutenção do mundo espiritual em interação com o mundo humano…).

Quando eu falo de clichês não é em tom pejorativo, mas sim de coisas que já sabemos/esperamos.

Por exemplo, Yukito é o famoso protagonista caladão com um passado sofrido. Seu pai foi um mestre Ley super fodão e mentor da galera. Mestre Ley são as pessoas com poderes que ajudam no controle dos ayakashis da ilha, utilizando as linhas de Ley.

Ah, não podemos esquecer do personagem devasso e comediante, daquele super certinho seguindo todas as regras ou daquele mais sombrio quebrador delas… Enfim, deu para entender, né? Esses elementos todos estão presentes em Ayaka.

Mas, reforço, eu não vi como algo ruim. É algo tranquilo de se observar, pois ao mesmo tempo em que temos essa previsibilidade também temos o elemento da surpresa.

Apesar de sabermos como funcionam os clichês, eles sempre nos pegam.

Yanagi Yukito, Sagawa Jingi, Kurama Haruaki e Ibuki Aka personagens de Ayaka

Tudo não terás (contém pequenos spoilers do primeiro episódio)

Como nem tudo na vida são flores, Ayaka peca em alguns pontos que a mim são importantes. Dentro da história, Yukito é super receptivo a todas as mudanças súbitas que acontecem em um curto espaço de tempo. Ele se forma, conhece um doido na saída da escola, depois descobre os poderes sobrenaturais da galera, vai morar com sabe Deus quem…

Yukito, Jingi, Inou e Momoko sentados a mesa tomando chá

Ele até que faz os questionamentos mais decentes e esperados possíveis, mas isso ainda me fez ter dificuldade com o caminhar acelerado da história. A mudança de ambiente (literalmente e também das pessoas com quem Yukito convive) provoca uma mudança nos comportamentos padrões dele, contudo.

Na psicologia sabemos que o fator ambiental tem bastante influência nos nossos comportamentos e emoções, então assistir a isso no anime foi bastante interessante. Por isso eu digo que ele melhora até que rápido para um garoto deprimido, mas a meu ver ainda é bastante coerente pensando na mudança total da sua vida. O que, de fato, incomoda é a velocidade dessa mudança completa de vida.

Em um único episódio e em, basicamente, um único dia a vida inteira de Yukito se transforma. De morar em orfanato a morar com o melhor amigo do seu pai (que nunca deu sinal de vida até então), descobrir que existem outras pessoas com poderes místicos… E a cereja do bolo: ele completamente de boa com tudo isso!

Finalizando minhas primeiras impressões de Ayaka

Yukito andando na rua na frente de Jingi que o segue, ao fundo prédios altos em tons de branco, cinza e marrom

Apesar desse ponto de mudanças súbitas e rápidas na história, tive ótimas primeiras impressões. A história confusa nos primeiros minutos logo de cara no primeiro episódio me forçou a dar uma segunda chance para o anime (tive que assistir o começo duas vezes, pois queria entender que raios estava acontecendo!).

Superando esse momento inicial de confusão e entendendo que estamos tendo a perspectiva do protagonista tornou as coisas muito interessantes. Eu, novamente, só assisti aos três primeiros episódios para honrar nosso quadro RD3, mas eu assumo que terminei o terceiro episódio já querendo maratonar tudo! Tá aí o valor da regra de 3!

A trilha sonora me interessou bastante também junto com a animação e estética do anime. Uma última curiosidade aleatória é que existem duas estéticas e ambas são lindas, você pode conferir no site oficial do anime, é só clicar aqui.

Estou acompanhando poucos animes de temporada, mas Ayaka definitivamente está nessa lista! Mas e você, vai acompanhá-lo também?

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Escrito por

Amanda Franco

Psicóloga

Escritora | Resenhista

São Paulo - SP

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