Bokutachi no Remake conta a história de Hashiba Kyouya, um desenvolvedor de jogos nos seus 28 anos. Após uma série de eventos que culminaram na sua demissão, teve que voltar para a casa de seus pais pois estava falido e se sentiu deprimido por não ter seguido o sonho da sua vida.
Sonho esse que era entrar na escola de artes visuais, na mesma época que estudou artistas que ele admirava e sonhava conhecer.
Parece mais um drama clássico/seinnen, mas aqui entra uma variável nova: estamos falando de um “returner“.
- Gênero: Slice of life, Drama Escolar, Romance
- Estúdio: feel. (OreGairu, Tsuki ga Kirei)
- Material: Light Novel
- Episódios: 12
- Diretor: Tomoki Kobayashi
- Novos episódios: Sábado
- Página do anime na Cúpula e no MAL
Tá, mas que parada é essa de Returner em Bokutachi no Remake?
Simples, no auge de sua depressão e com a carta de aprovação do curso em mãos, ele pegou no sono, mas ao acordar ele se viu 10 anos antes, quando chegou a carta que ele tanto queria.
Um returner, na estética dos webtoons, é aquele personagem que volta sua consciência ao passado e tenta modificar sua vida a partir daí.
É um argumento de roteiro que muitas obras shounen (muitas mesmo) utilizam nas páginas. Não preciso nem dizer. Há muitos problemas nesse tipo de artifício.
O pior deles é sem dúvida o fato de que alterar o passado significa que o futuro no qual o returner pertence não existirá mais, então teremos um paradoxo.
Porém vamos deixar de lado a física relativista por um momento e vamos nos concentrar no anime.
Aqui a estética do returner é diferente, pois ele não altera a história, exceto pelo fato de ter ido estudar no curso que queria.
Inclusive ele não faz ideia do que vai acontecer no curso, só se lembra dos fatos muito relevantes do futuro porque são coisas muito noticiadas.
Ele só utiliza sua experiência como adulto para resolver problemas e/ou no estudo. Isso já um ponto ganho na minha opinião, pois subverte o propósito original.
Breve análise dos 3 episódios.
O anime tem uma premissa bem simples que fica clara logo no primeiro episodio: não viva com arrependimentos. Isso foi bem explorado em 3 episódios.
Achei muito bacana a produção do anime falar o quanto é difícil viver de arte, ainda mais nesses tempos de pandemia.
Fica bem explicada essa questão quando a professora deles mostra que cultura é sempre o primeiro item a ser retirado do orçamento familiar em tempos de crise.
Sei muito bem o que é isso, afinal, sou músico profissional há 23 anos.
Por outro lado, é previsível demais o encontro com os artistas da futura geração platina, os quais ele admira. Isso não fica explícito nesses 3 episódios, mas não é difícil perceber quando eles aparecem.
Ainda tem um certo personagem que aparece no primeiro episódio que fica evidente o retorno dele.
A trilha sonora não me encantou muito, achei mais ou menos, mas não é ruim.
É fantástico ver o dia dia da produção de uma obra cultural, seja ela qual for. Aqui não é diferente, então eles mostram em detalhes a produção de um curta metragem, isso conta pontos a favor.
Finalizando as primeiras impressões de Bokutachi no Remake
Deixo aqui registrado que me surpreendi com esse anime, de uma forma positiva, embora não ter ideia do que vá acontecer nos próximos episódios, por não ter lido o material de origem.
Seu tom é leve e divertido como um slice of life consegue ser e seus momentos de drama são legais.
Apesar de ser previsível em alguns momentos, ele traz um panorama de como é a indústria da cultura como um todo e creio que vão explorar mais a fundo nos próximos episódios.
Se for para um lado mais harém ou ecchi desnecessário, confesso que vou me decepcionar bastante, espero que mantenha essa linha de história apresentada nesse começo.
E sim, vou continuar a assistir pra ver o desfecho disso tudo. Então se você gosta de arte deveria dar uma chance para Bokutachi no Remake, mas é claro liberando um pouco sua descrença.
Beijos do tio!