Frieren: Beyond Journey’s End ou, do Japonês, Sousou no Frieren é uma das obras mais aguardadas dos últimos meses, pra não dizer do ano todo. E devo dizer que, em parte, também tenho culpa pelo hype enorme gerado em cima dela, já que espalhei essa obra aos quatro ventos.
Conheci Frieren mais ou menos na mesma época em que o projeto de anime foi anunciado ano passado. A Panini já havia começado a publicação dele por aqui sob o título Frieren E A Jornada Para O Além – que a Crunchyroll também assumiu como título para a localização PT-BR – e eu estava a procura de uma boa obra de fantasia.
Ele se tornou bem popular nesse meio tempo e olha, para ser sincero já aqui no começo do texto, isso é porque Frieren: Beyond Journey’s End é uma obra inegavelmente boa! Então essa obra era uma Escolha Trovejante praticamente garantida aqui na Cúpula.
Entretanto é óbvio que dependendo do que você esperar do anime ele pode não agradar suas expectativas, como pode ocorrer com qualquer outra obra. Além disso sempre existe o risco do estúdio que está produzindo pisar na bola e transformar algo ótimo em algo mediano ou até ruim.
Então você deve estar se perguntando: será que Frieren é tudo isso mesmo?
- Gêneros: Aventura, Drama, Fantasia
- Estúdio: Madhouse (Death Note, One Punch Man)
- Diretor: Keiichiro Saito (Bocchi the Rock!, Sonny Boy)
- Material fonte: Mangá (Kanehito Yamada e Tsukasa Abe)
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos Episódios: Sextas
Frieren se desenrola como um enorme conto de fadas
A aventura de uma vida acabou, mas essa mesma vida continua para Frieren, uma maga elfa que, junto de seus corajosos companheiros – o herói Himmel, o sacerdote Heiter e o guerreiro Eisen – derrotou o Rei Demônio e assim eles trouxeram paz à terra.
Entretanto, sendo uma elfa, Frieren viverá por muito mais tempo do que o restante de seu antigo grupo. Assim, décadas após a vitória contra o Rei Demônio, o funeral de um de seus amigos confronta Frieren com sua quase imortalidade.
E ela sente culpa, pela primeira vez, por nunca ter prestado muita atenção neles.
Dessa forma, ela se propõe a cumprir os últimos desejos de seus amigos e começa uma nova aventura para entender melhor os humanos e seus próprios sentimentos. Isso também leva ela a acabar com uma aprendiz, chamada Fern, “confiada” a Frieren por Heiter.
Ela decide viajar novamente através dos caminhos que ela percorreu com o grupo do herói, a fim de reviver esses passos antes que eles desapareçam. Enquanto também aproveita para tentar entender melhor seus amigos e sua aprendiz.
Então, resgatando meu comentário para o nosso Guia da Temporada: esse é um típico anime de fantasia medieval com dragões, muita magia e demônios. Mas também com um bom plot twist nessa história – que pode ser considerada quase um melodrama.
É uma aventura que fala sobre a preciosidade do tempo e de nossos companheiros em uma jornada cheia de emoção e melancolia.
Acompanhamos essa curiosa elfa, chamada Frieren, em sua aventura para entender melhor sobre a vida. Dessa maneira aprendemos, junto dela, que cada momento que passa em tem valores diferentes em nossas memórias e corações. E que talvez mesmo após o fim da aventura de uma vida essa aventura ainda possa continuar.
Seria Frieren: Beyond Journey’s End um shounen, ou até mesmo uma obra de fantasia, atípica?
Sei que não sou nenhum crítico profissional, mas acho que é legal ao menos tentar alinhar as expectativas de vocês quanto a esse anime. Acredito que o maior ponto de inflexão de Frieren, em comparação com outras obras de fantasia na demografia Shounen, é a forma que a narrativa se aproxima do expectador.
Literalmente, esse não é um shounen de lutinha ou isekai com poderzinho, mas isso não é ruim.
Apesar de uma óbvia falta de tensão nessa reta inicial – onde há pouca ação até que o verdadeiro destino dessa aventura seja revelado – a obra foca constantemente nas reflexões e sentimentos de Frieren a cerca de sua aventura e seus amigos.
Esta busca por entendimento, tentando saber o que mudou dentro dela no curto espaço de menos de um centésimo de seu tempo de vida, é a força motriz por trás da narrativa. Acompanhamos não só a aventura que ela está trilhando agora, mas também conhecemos melhor o grupo do herói por meio de suas lembranças.
Brinquei mais acima sobre poder considerar Frieren até mesmo um melodrama e, embora seja algo mais teatral, meio que isso é verdade. Além do tom claro de conto de fadas juntando cenários vívidos em aquarela, cenas curiosas e um tom comum do dia-a-dia…
Há uma clara verossimilhança criada para impressionar e comover a gente.
E isso é absurdamente bem trabalhado juntando ao visual deslumbrante que a adaptação trouxe, aos arranjos musicais incríveis de Evan Call e os compositores Yoichiro Nomura e Daisuke Nakamura.
E o que eu acho de Frieren?
Acho que já falei bastante, mas parece que nem dei uma opinião concreta. Só falei de forma mais geral acerca da obra. Então vou fazer esse gancho aqui “bem rapidinho” só para exaltar o quanto eu estou amando a adaptação até aqui.
Frieren e a Jornada para o Além é uma obra com um tom ao mesmo tempo divertido e melancólico, juntando esses dois mundos de forma bem prática e funcional. Sem contar que eu adoro a dinâmica entre os personagens da obra, em particular a relação singular de mestre e aprendiz entre Frieren e Fern.
Acho que por si só os personagens são mais do que o bastante pra conquistar qualquer um, eles são bastante únicos e tangíveis, com suas virtudes e vícios bem expostos quase que o tempo todo. Ao ponto de, mesmo em um curto tempo de tela, já conseguirem gerar empatia.
Toda essa ideia criada em torno da protagonista e a percepção distorcida dela sobre as relações com as pessoas, devido a sua longa expectativa de vida, é bastante interessante e curiosa. É o tipo de coisa que faz a gente parar para pensar real no quanto a gente vive com pressa as vezes, pelo menos eu acho isso.
Aliás, apesar que os trailers já davam uma ideia geral de como a adaptação ia ser, fiquei bastante surpreso com o resultado final. Elogiei ali em cima as composições e não posso deixar de dizer que tanto a abertura quanto o encerramento, interpretados por Yoasobi e millet respectivamente, são músicas lindas!
Finalizando as primeiras impressões de Frieren: Beyond Journey’s End
Embora eu seja suspeito para falar, Frieren é sinceramente um dos acertos mais fáceis de Escolha Trovejante que a Cúpula já fez! Para minha pessoa é simplesmente o anime da temporada e um dos animes mais incríveis do ano.
Quem talvez me acompanha no X (saudades do nome Twitter) ou tem contato comigo pelo Discord deve ter até cansado de me ouvir falar desse mangá para todo mundo. Contudo sei muito bem que todo mundo que leu, por minha culpa, gostou.
E quem foi assistir por minha insistência, me xingou pelas lágrimas derramadas, rs.
Acho interessante apontar aqui que, além da qualidade do material original, a animação de Frieren é particularmente um investimento e esforço conjunto enorme de um grande número de produtores que possibilitou ao estúdio Mad House produzir esses episódios com tamanha qualidade.
E devo dizer que é maravilhoso para quem já teve contato com o mangá a fidelidade ao material original. Um acerto absurdo no tom da animação, na trilha sonora e nos interpretes das personagens, é de encher os olhos de lágrimas e o coração de alegria.
Sabendo que serão dois cours consecutivos, totalizando 28 episódios semanais, dá uma certa preocupação de que a qualidade possa decair no meio do caminho… Contudo, espero muito que consigam manter assim e que nenhum dos produtores, animadores e outros envolvidos na adaptação, sofra no processo.
Enfim, acho que é isso, Frieren: Beyond Journey’s End é maravilhoso! Me contem aí nos comentários o que vocês estão achando!