Getter Robo Arc é o anime mecha da temporada. Chamou minha atenção pelo seu passado, mas será que o passar do tempo e as novas tecnologias fizeram bem ao título? Afinal, o anime possui os clichês e traços dos anos 80/90, com o 3D dos dias atuais. Assim esperamos uma atualização de um título clássico, correto?
Então reforço: será que a execução foi boa, ou valeria a pena deixar o anime em sua forma original?
- Gênero: Ação, Ficção Cientifíca, Mecha, Shounen
- Estúdio: Bee Media
- Material fonte: Mangá
- Episódios: 13
- Novos episódios: Domingo
- Página do anime (na Cúpula) (no MAL)
Quando falo acima que a questão histórica do título me surpreendeu, é que além de nascer em 1974, nas mãos de Ishikawa Ken, os traços e a base mecha da série é inspirada, literalmente, pelas obras de Go Nagai, o pai de Devilman e Mazinger Z.
Digo literalmente, porque em uma visita a casa de seu amigo e mestre, Ishikawa viu uns rascunhos de robôs que Go Nagai não utilizou em Mazinger Z, e resolveu então levar para casa os papéis e deu a vida a Getter Robo. Por isso até hoje alguns se confundem se o título desta RegraDe3 é de Go Nagai ou não.
Bora pilotar um mecha?
Com este background todo parece que é impossível que este título desta temporada seja ruim… ou, será possível?
Enfim, a história de Getter Robo Arc se passa 19 anos após uma guerra, que em teoria transformou a Terra em um local inóspito pós-apocalíptico.
Nos apresentam então Takuma e seu amigo Baku. Ambos estão em busca de um laboratório onde cientistas desenvolveram a tecnologia Getter Robo, pois Takuma possui assuntos antigos para tratar com os cientistas que comandam o local.
Contudo, antes de chegar ao laboratório, os amigos acabam encontrando um dos robôs gigantes caído no chão e resolvem experimentar a máquina.
Assim, chamam atenção dos cientistas que então abrem totalmente o jogo com os amigos, será que essa jornada será proveitosa para Takuma e Baku, ou será uma cilada?
Sem delongas, antes de expecificar o porque não vale a pena ver este anime (sim, entreguei o veredito aqui mesmo), deixo claro que sou um grande fã de obras clássicas e clichês bem feitos.
Mas, infelizmente, este título deixou muito a desejar em vários aspectos.
Cadê o pós-apocaliptico em Getter Robo Arc?
O primeiro ponto que me tirou completamenta da imersão do título foi a ambientação mal feita. Veja bem, nos vendem um mundo que passou por uma guerra a 19 anos que ainda não se estruturou. Sendo assim, esperamos ver locais desolados, bandidos malignos, algo meio sinistro e até mesmo sombrio.
Porém, o anime parece se passar em um dia tranquilo de verão: sol raiando, o laboratório possui todas as ferramentas e energia necessária para operar normalmente e até segurança particular. Nossos heróis caminhando pela cidade encontram lojas de conveniência abertas que possuem mantimentos para venda, e pasmem, a economia ainda existe!
Enfim, parece apenas um dia normal! Para se ter noção, Japão Submerso, que se passa nos primeiros momentos de uma catástrofe é mais pós-apocaliptico do que esse universo de 19 anos após uma guerra.
Além da sensação da escassez de suprimentos não existir, as pessoas que a dupla encontra antes de chegar ao laboratório, não parecem nem um pouco assustadoras. Ou são bandidos de meia tigela ou são amigos.
Sinceramente, eu só percebi que se passava em universo pós-apocaliptico, porque toda sinopse traz este termo e no primeiro momento do anime também.
A mistura do passado e do presente em Getter Robo Arc
Outro aspecto da obra que ficou destoante foi a mistura da obra antiga com algo atual. Num primeiro momento até parece que isso seria um ponto positivo, mas, infelizmente, o 3D dessa obra deixa muito a desejar.
E o que acho mais estranho, é que a animação em 2D do anime é muito fluida, entretanto o estúdio resolveu colocar as cenas de ação no 3D. Até em frames de ação na versão simples a obra deixa um gostinho de “poderia ser bom isto”, que é deixado de lado pela produção do anime.
Eu sei que animação 3D é mais acessível que 2D, mas aqui destoou demais, o que me retirou no anime.
Mas tudo é chato?
Apesar dos apesares, temos um detalhe positivo, a trilha sonora do anime. Se você por um instante fecha o olho, parece realmente que você está assistindo (digo, escutando) um clássico dos anos 90.
Temos um rock empolgante, servindo de escada para as lutas dos mechas, momentos de comédia com sons caricatos e sonoplastia de momentos de ação, tudo é simples, mas no ponto. Para mim, a trilha da obra tem um peso nostálgico, pois me remeteu ao Hugo de 10 anos assistindo uma fita de Tokusatsu que acabou de alugar na locadora.
Este ponto só tem um momento ruim: quando você abre o olho e se depara com o 3Dzão das cenas de ação.
Essa mistura, do estilo antigo e novo de fazer animes, também pode ser vista no enredo de Getter Robo Arc. Parece que o estúdio tentou trazer os clichês clássicos de obras antigas, como, por exemplo, os colegas que se odeiam ou o cientista maluco que além de fazer os robôs gigantes, também aconselha o protagonista no que ele deve fazer para salvar o mundo.
Tudo isso misturado à uma tentativa de tocar os telespectadores mostrando a história sofrida vivênciada pelo nosso protagonista em sua infância, que é bem comum em shounens atuais. Porém isso também não ficou legal em Getter Robo Arc.
Finalizando as primeiras impressões de Getter Robo Arc
Essa tentativa de unir o passado para os saudosistas e o presente para novos telespectadores, aqui, só enfraqueceu a trama. Não sei se devo levar a sério, pelo clímax da infância e passado sofrido do protagonista, ou devo rir, desligar o cérebro e só curtir mechas tacando a porrada.
Quando li um pouco da história da franquia até deu vontade de conhecer um pouco mais deste mundo, mas este anime me decepcionou muito.
Ele é uma mistura de várias coisas, mas que é ser tão desconexa que nem ele mesmo sabe o que quer entregar.
Por fim, mesmo que possua um apelo aos clássicos, não irei continuar assistindo e não recomendo Getter Robo Arc. A não ser que você já viu todos os animes do mundo, aí pode dar uma chance.