Temos então Mars Red, um anime que pretende homenagear obras clássicas em um mundo de vampiros com uma arte, digamos, conceitual.
Possuindo da forma mais pura os monstros vampirescos, com pingos na cultura steampunk e, principalmente, encharcada em romances e poemas clássicos, a animação pretende entregar algo diferente ao público.
Ouso dizer que esta obra seria um excelente quadro, ou peça teatral, mas será que como anime convence?
Antes que minha mente continue nestes devaneios de prosas diferenciadas, me acompanhe nessa magnifica (ou não) RegraDe3!
- Gênero: Ação, Fantasia, Mecha
- Estúdio: Signal.MD
- Material fonte: Peça de Teatro
- Episódios: 13
- Novos episódios: Terça-Feira
- Página do anime (na Cúpula) (no MAL)
Brincadeiras à parte, eu juro que quando escrevi a introdução deste artigo não sabia que para criar o anime basearam-se em uma Peça de Teatro! Certamente, agora muita coisa faz sentido na obra!
Do que se trata Mars Red?
Conhecemos de início o tenente Yoshinobu Maeda, que parece ter uma longa jornada pelas forças militares do Japão.
De uma forma bem crua e direta, descobrimos que neste mundo existem vampiros e que Maeda trabalha em algum projeto sigiloso que envolve estes seres e o governo japonês.
Então, para conter o avanço desta raça, o governo resolve criar uma unidade dentro do exército chamada “Código Zero”. Composta por alguns vampiros e chefiada obviamente, pelo nosso tenente Yoshinobu Maeda.
Será que este grupo conseguirá conter a evolução vampiresca que assola o país?
Realmente a trama é bem simples, afinal, temos um problema que incomoda um país e foi criada uma unidade especial para combatê-lo.
Realmente, a cereja do bolo desta animação não é a história e nem o primor técnico, mas sim a forma como é entregue este mundo para nós, telespectadores.
Bem-vindo ao Teatro!
Cada episódio deste anime até o momento nos traz diálogos diferenciados e referências à arte moderna. Tem momentos que aparecem pessoas recitando monólogos que se contrapõem ao assunto em tela.
Por outro lado, aparecem visualmente informações em cena que remetem a obras do ocidente, de forma simples, mas que entregam algo prazeroso aos olhos.
E as cenas que o roteiro se utiliza de poemas para encaixar uma conversa séria entre personagens é feita de maneira simples, contudo eficaz.
Digo isso, pois o anime não pretende trazer de forma rebuscada essa arte para tela da animação. Muito pelo contrário, são diálogos simples que preenchem a cena de uma forma bela.
Sem esquecer que, durante estes momentos, a trilha sonora é muito bem exposta. Até parece que estamos ouvindo um concerto ao fundo.
Portanto, podemos dizer que Mars Red não pretende ser apenas mais um anime, mas sim uma obra que possui a intenção de contar uma história batida de uma forma diferente.
Mas, nem tudo são rosas…
Infelizmente, toda essa poesia e trabalho no roteiro se perde na técnica de animação utilizada pelo estúdio para “pintar este quadro”.
Quando olhamos o cenário e os detalhes dos personagens, a única coisa que vem em minha mente é aquele meme “errou feio, errou rude”.
Veja bem, quando vemos um quadro aquarela que não possui formas detalhadas, não possui silhuetas perfeitas, o que nos salta aos olhos é a leveza das cores e os tons que compõem uma bela arte.
E aqui, percebe-se que a equipe sabe que não possui um primor técnico, mas mesmo assim quer trazer um realismo que não existe no anime!
E digo que eles sabem que não possuem o primor técnico, pois utilizaram muito bem um subterfúgio para cenas frenéticas: ora, se não temos uma animação impecável, como fazer uma boa cena de ação? Simples, não fazemos!
Contudo como estamos falando de vampiros, exército e quase uma guerra entre seres, claro que existem combates, mas que são resolvidos em golpes precisos ou poderes especiais.
E isso traz uma dinâmica muito bem pensada para a trama, pois se utiliza dos poderes dos seres folclóricos ou da resposta rápida para os humanos não serem capturados.
Portanto, ao meu ver faltou o mesmo cuidado que tiveram com o roteiro e as cenas de combate na execução da ambientação e criação dos personagens do anime. Digo até que, em certos momentos, com os olhos fechados, o anime se torna uma obra de arte (isso se você entende japonês).
E os personagens, valem algo?
Na mesma linha da ambientação, os personagens não conseguem entregar algo que some para o anime como um todo.
O único que se salva é o próprio tenente Maeda, você percebe que nele houve uma construção de personagem. Existe um mistério, um drama envolvendo a vida dele que a cada episódio é criada uma tensão para descobrirmos aos poucos quem ele realmente é.
Já os demais são apenas interlocutores que servem para se relacionar com Maeda e com a guerra que entre humanos e vampiros que está acontecendo.
Tanto é que, um ponto que me incomoda até o momento é que não explicaram porque que na unidade “Código Zero” existem vampiros que matam outros vampiros?! O que os vampiros bonzinhos têm de diferente dos demais?
Finalizando as primeiras impressões de Mars Red
Sinceramente, tenho vontade de continuar assistindo pela poesia e forma como contam esta história, mas infelizmente não fui fisgado por nenhum outro ponto do anime.
Até tentaram trazer um background para os vampiros, uma certa rixa entre traficantes de uma substância alucinógena criada para estes seres, só que totalmente esquecível.
O problema disso ao meu ver, é dispersar o foco da trama para eventos que não irão levar a nenhum ápice da história.
Mesmo com tantos problemas ainda pretendo continuar assistindo, talvez algumas dessas perguntas sejam respondidas nos próximos episódios e eu fique mais contente.
Embora, duvide que aconteça; enfim, existem tantos outros animes para assistirmos que acho que este não deve ser o primeiro em sua lista, mas caso queira colocar seu monóculo e verificar por si mesmo, fique a vontade.
Bônus
Para continua nesta onda conceitual, deixo aqui a ending do anime que é sensacional!