Itai no wa Iya nano de bougyoryoku ni Kyokufuri Shitai to Omoimasu, ou do inglês BOFURI – I Don’t Want to Get Hurt, so I’ll Max Out My Defense ou ainda em português, em tradução livre “Não quero me machucar, então irei maximizar toda minha defesa”, é uma série japonesa de Light Novels, escrita por Yuumikan e ilustrada por Koin.
- Gênero: Comédia, Fantasia, Aventura
- Estúdio: Silver Link (Kenja no Mago, Kokoro Connect: Michi Random)
- Material original: Light novel
- Episódios: 12
- Novos episódios: Quarta-feira
- Abreviação de nome: BOFURI (BOgyoryoku ni KyokuFURI ) ou, como eu gosto de chamar, “All in Defense“.
BOFURI começou a serialização online em 2016 no site de publicação de Novels Shōsetsuka ni Narō, gerado por usuários.
A série foi adquirida pela Fujimi Shobo, que publicou o primeiro volume de light novel em setembro de 2017, sob a marca Kadokawa Books.
Após isso, quatro volumes foram lançados em agosto de 2018. Uma adaptação do mangá com arte de Jirō Oimoto foi serializada na revista de mangá da Kadokawa Shoten, a Comp Ace, desde 26 de maio de 2018.
A obra foi coletada em um único volume tankōbon e uma adaptação para anime da série de televisão Silver Link estreou em 8 de janeiro de 2020, e é sobre ela que vou tratar aqui.
Nota do autor
Iniciarei esse artigo dizendo que tenho três vezes mais horas de vídeo game do que tenho de animes.
Por isso, esse anime da garota do escudo é uma ofensa a tudo que eu conheço sobre jogos online, mas mesmo assim eu ri pra caramba assistindo.
Ele é uma mistura descarada de SAO, Tate no Yuusha e Slime.
Sim, já vou abrir com essa imagem mostrando a protagonista em sua forma suprema. Sabem por quê? Não é porque essa imagem aparece exatamente após 2 minutos e 35 segundos do inicio do primeiro episódio, e sim porque ela representa tudo que o anime é: FÁCIL!
Antes de iniciar a RegraDe3 sobre BOFURI quero abrir um grande parênteses defendendo ele aqui, pois quero ser imparcial e já vi que não dá para exigir muito dele.
Esse anime é para pessoas que não entendem muito de jogos online, porque ele é expositivo, simplificado e GENÉRICO, porém leve e engraçadinho.
É o tipo de anime que quando seu amigo que nunca assistiu uma obra japonesa pede dica de por onde começar, aí você responde Boku no Piko BOFURI.
Então, se quer algo um pouco mais cabeça sobre jogos online, com ação desenfreada e protagonista apelão, veja Sword Art Online. Quer algo sobre RPG um pouco mais sério? Veja Hai to Gensou no Grimgar.
Agora, se você procura uma obra prima bem estruturada sobre um MMORPG, vá direto para Log Horizon.
Contudo, se quiser entender um pouco mais sobre o famigerado gênero isekai, recomendo fortemente que ouça nosso podcast sobre o assunto.
E, uma última coisa: sempre que vocês lerem algo escrito DESSA FORMA, imaginem eu, indignado, jogando a mesa do computador para cima. Desse jeito:
Fecha parênteses.
Uma ressalva antes de tudo…
Irei resumir o primeiro episódio só para vocês terem uma noção do que esperar de BOFURI. Então, fica avisado: tem spoilers. Mas minha intenção é mostrar a principal proposta do anime.
Isso porque tudo é uma questão de expectativa. Se você está esperando algo um pouco mais sério, você logo se decepcionará com algo mais voltado a comédia. E isso estraga a experiência geral da coisa. Foi o que aconteceu comigo assistindo Drifters, por exemplo.
É como se espantar com um trailer de filme/anime e, na hora de assistir, ver que não tinha muita semelhança com o que você esperava. No meu caso com BOFURI, eu já esperava um experiência mais “divertida”.
O início de BOFURI
Kaede (em jogo, Maple) é uma colegial que, influenciada por sua melhor amiga, Lysa, adquiriu o NewWorld Online, um dos jogos da moda.
Assim que o game chegou, ela entrou sozinha para se familiarizar com ele antes de jogar junto com Lysa.
Como Kaede não gosta de se machucar, ela rapidamente procurou uma classe que não ficasse muito exposta ao perigo, considerando primeiramente ir de mago.
Porém, ao ver um grande escudo, ela se interessa pela ideia de ser um personagem focado em vitalidade e resistência.
O resultado disso? Uma personagem com 0 de Agilidade é incrivelmente lento, chegando a “caminhar” igual uma tartaruga. Ao mesmo tempo que um personagem com 0 de Ataque (supostamente) não causa muitos danos no oponente.
Upando no modo “izi”
Maple pergunta para outros jogadores onde ela pode upar seu nível, e um deles aponta a direção. Logo, a protagonista vai caminhando (cara, é muito engraçado ela andando) até o local indicado.
Para a surpresa da garota, o seu primeiro oponente é incapaz de arranhá-la, fazendo com que ela perca algumas horas apenas tirando sarro daquela situação.
Mas, assim que a criatura atinge o escudo dela (isso mesmo, ela nem utilizou o escudo ainda) ele morre instantaneamente.
Após isso, Maple enfrenta um inseto do tipo venenoso. A criatura começa a causar dano a protagonista com seus efeitos tóxicos. E é aqui que às coisas ficam sérias (só que não). Alguns minutos em combate e ela adquire imunidade parcial ao veneno.
Após a “exaustiva luta”, a garota resolve tirar um cochilo no meio da floresta. Só que, como resultado, várias criaturas atacam ela enquanto ela está “indefesa”.
Mas, pasmem, ela não sente nada! Fica lá, dormindo e, acreditem ou não, UPANDO ALGUNS NÍVEIS!
Depois disso, a garota resolve parar de jogar e voltar só no dia seguinte.
Após o seu primeiro dia, Kirito Maple encontra Klein Kuromu, com o objetivo de adquirir um equipamento maneiro igual o dele.
O jogador leva ela até uma loja de equipamentos onde conhece Iz, a vendedora. A jogadora logo diz que o preço de um equipamento igual a de Kuromu é absurdamente alto.
A gota d’água de BOFURI
Os dois novos amigos de Maple sugerem a ela ir ao Labirinto do Dragão para adquirir alguns equipamentos bons. Porém, eles alertam que as criaturas lá são fortes, e por isso ela deveria ir em algum outro momento.
Mas o que a protagonista faz? Isso mesmo. Vai direto para lá.
Chegando ao final da dungeon, Maple encontra o salão do chefe, onde está uma Hydra Dragão Venenosa super forte aguardando a jogadora.
No primeiro ataque da criatura, Maple perde cerca de 10% de sua vida e todo seu equipamento devido os efeitos corrosivos do chefão. É nesse momento em que você pensa “Haha! Agora ela terá um verdadeiro desafio”.
PORRA nenhuma!
Lembra que ela adquiriu um pouco de imunidade a veneno? Com muita perseverança e poções de vida, MAPLE CONSEGUE IMUNIDADE TOTAL A VENENO E SE TORNA IMUNE AO PRINCIPAL ATAQUE DO CHEFE!
Tá, mas ela está desarmada e não tem nem um ponto sequer em ataque. Como ela irá matar uma Hydra Dragão?
A resposta: COMENDO ELA.
Aparentemente, ela tem a “INCRIVEL HABILIDADE” de adquirir poderes quando ingere criaturas (e aparentemente nem um outro player descobriu que da para fazer isso).
Esse resumo do primeiro episódio foi realmente necessário para você ter uma noção do que esse anime te reserva.
E ele é basicamente isso mesmo: Maple, mesmo sendo vários níveis abaixo de outros jogadores, ela é simplesmente invencível já no seu segundo dia jogando o tal do NewWorld Online.
Analisando BOFURI como um todo
Tenha em mente que eu não li nem uma das light novels de BOFURI, por isso não sei qual caminho o anime irá tomar. Tudo que eu irei escrever aqui será com base nas minhas impressões nos três primeiros episódios da obra. Afinal, estamos numa RegraDe3.
BOFURI é muito genérico.
É bastante evidente de onde o autor tirou sua inspiração para criá-lo. Basta juntar o que havia de mais legal em cada uma das obras acima e colocar num anime bem leve em que até um público ainda mais jovial seria capaz de assistir.
Mas, vocês acham que eu estou pegando muito no pé da obra ressaltando esse ponto? Eu acho que não. BOFURI é como assistir o mesmo anime de uma forma diferente…
Outro ponto negativo da obra é a falta de perigo/desafio. Talvez seja o meu gosto para anime, mas o que me motiva geralmente é ver o protagonista superando alguma dificuldade. E BOFURI carece disso.
Só a Maple sozinha já é bastante forte. Porém, lembra que ela tem uma amiga que iria jogar com ela? Pois é, a Lysa (em jogo, Sally) aparenta ser uma jogadora profissional que esconde isso de sua amiga.
Pensando nisso, quais os desafios seriam pareôs para essa dupla?
E mesmo que haja um, o que elas teriam a perder? Afinal, isso tudo não passa de um jogo online apenas para se divertir?
No entanto, um dos poucos pontos fortes de BOFURI é a trilha sonora que reproduziu bem a sensação de um jogo online pois as cenas na cidade possuem músicas bem animadas, chegando a lembrar Ragnarok e Grand Chase.
Além disso, quando o boss aparece, a música progride lentamente até se tornar uma espécie de sinfonia representando o perigo do momento.
Finalizando…
Para mim, um pequeno lampejo de esperança surgiu no começo do terceiro episódio de BOFURI. Pelo menos isso se assemelha a uma situação que ocorre em um jogo online.
A classe da Maple sofreu um NERF (redução de força/potencial de uma habilidade) devido ao desbalanceamento que ela apresentou no episódio anterior. Mesmo assim, falta muito para o personagem que ela criou deixar de ser forte.
Entretanto, é difícil saber o que esperar dessa obra, tendo em vista todos os pontos negativos que elenquei aqui. Mas, no fim, provavelmente Maple irá apenas se divertir e fazer novos amigos. E acabará assim, sem sal ¯\_(ツ)_/¯
E você, o que espera desse anime?
Na dúvida do que assistir nessa temporada? Dá um pulo no nosso eletrizante GUIA DA TEMPORADA!
GUIA DA TEMPORADA