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Análise

Sugar Apple Fairy Tale | Primeiras impressões

É tóxico? Sugar Apple Fairy Tale dá medo, mas cumpre seu papel em três episódios de romance

Em nossas RegrasDe3, os autores assistem os 3 primeiros episódios de um anime novo lançado na respectiva temporada. Após isso, eles escrevem uma análise sobre esse começo da obra, sendo uma espécie de primeiras impressões. Fique atento: a RegraDe3 é uma visão baseada APENAS nesses 3 primeiros episódios, NÃO sobre o anime inteiro.

8 minutos para leitura

Sugar Apple Fairy Tale me deu, de início, um certo receio. Aliás, há muitos animes que me causam essa sensação, principalmente quando envolvem romance e escravização ao mesmo tempo. Como eu já mencionei em algum lugar por aqui, Shield Hero faz isso – e executa muito mal.

Isso porque um bom roteiro que leve em conta esses dois temas precisa: 1. tratar a situação de escravização como um problema social; 2. ressaltar as diferenças entre os personagens, trazendo a situação-problema; 3. trazer, com verossimilhança, o arrebatamento de um amor que não pode ser parado sequer pelas diferenças sociais.

Desse modo, teremos algo mais ou menos próximo de um roteiro que possa tocar seus espectadores. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Amores impossíveis são deliciosos quando bem desenvolvidos. O clássico queijo e goiabada, azeitona na empada (que eu detesto).

Na minha opinião, Sugar Apple Fairy Tale começa na corda bamba, mas desenvolve o suficiente as dinâmicas entre os seus protagonistas para virar um romance de qualidade. Tem potencial, e eu vou te explicar o porquê.

Sugar Apple Fairy Tale
  • Gêneros: Aventura, Fantasia, Romance
  • Estúdio: J.C.Staff (Toradora!, Shokugeki no Souma)
  • Diretor: Suzuki, Youhei (Hentai Ouji to Warawanai Neko, Urara Meirochou)
  • Material fonte: Light novel
  • Onde assistir: Crunchyroll
  • Novos episódios: Sexta-feira

Sugar Apple Fairy Tale é a história de uma artesã de doces

Basicamente, uma confeiteira do nível Buddy Valastro, bem Cake Boss das ideias. Ela herdou da mãe uma técnica de criar esculturas de açúcar, sendo este açúcar retirado diretamente da maçã (o Açúcar Prateado).

É bem diferente ver o açúcar sendo retirado de outros alimentos que não a cana, já que, na minha cidade, cana-de-açúcar é um alimento que tem aos montes. Mas, deixando isso de lado, a garota tem talento, e faz essas esculturas já há muitos anos.

esculturas de açúcar de um gato e uma rosa

O nome dela é Anne, e o sonho dela é se tornar – adivinha – a Mestre do Açúcar Prateado, que é como se fosse a maior entre todos os artesãos. É um cargo quase mágico naquele mundo, bem inalcançável. E, para chegar a esse cargo, ela pretende se apresentar em uma importante feira.

anne halford sugar aple fairy tale menina de 15 anos com cabelos castanho claros e olhos claros com franja e dois laços azuis

Após a partida de sua mãe, estar solitária é um processo difícil para Anne. E, para chegar a essa feira, não ter a ajuda de ninguém seria cometer suicídio. Ela tem 15 anos e não é exatamente atlética. Por esse motivo, ela compra uma fada guerreira, o Challe, que irá auxiliá-la protegendo-a na jornada.

Nesse mundo, as fadas estão infelizmente subjugadas aos humanos. Cada fada perde uma asa, que fica em poder dos humanos, enquanto a outra permanece em seu corpo. Isso porque caso a fada se rebele, basta machucar a asa em posse do dono, que o corpo inteiro da fada ficará machucado.

fada que teve sua asa retirada em sugar apple fairy tale

Se a asa for inteiramente destruída, a fada também morrerá. Ou seja, o relacionamento de Challe e Anne já começa em pé de desigualdade. Além disso, no início, parece que há um amigo antigo de Anne que pretende se casar com ela e ainda se oferece para acompanhá-la na viagem.

Por que, então, comprar uma fada, se ela não concorda com as fadas estarem presas?

A história se desenvolve com calma, e isso é bom

Eu já estava julgando. Estava pronta para falar que estava tudo errado e de que o relacionamento dos dois era meio esquisito, porque o Challe insiste que ela dê ordens diretas e o trate com severidade.

No entanto, no terceiro episódio, o enredo amadurece um pouco. O amigo de infância de Anne rouba seu açúcar prateado e sua escultura, traindo-a. Tudo o que sobra para ela é a companhia de Challe, que a protege de ser morta por cães.

A “forçada narrativa” de fazê-la comprar uma fada no começo, ainda que ela não concorde com o ato, se estabelece depois, quando ela realmente fica sozinha e o Challe é a única pessoa que permanece ao lado dela.

Mas, vamos ser sinceros: a história é inteiramente contada por um female gaze. Caso você não saiba, o female gaze (olhar feminino) veio para se contrapor ao male gaze (olhar masculino), que tinha a função de sexualizar mulheres.

Então, no female gaze, faz-se o contrário: o que as mulheres sentem? O que elas pensam?

E normalmente isso resulta em homens extremamente sensualizados ou exacerbadamente idealizados. O Challe é tão bonito que pensam que ele é uma fada de companhia, e tão pronto a proteger que está lá até mesmo nos piores momentos. Mas cá para nós, é bem fofo.

challe fen challe fada guerreiro com olhar sombrio, cabelos longos de cor azul escura e olhos também escuros e levemente amendoados

O worldbuilding do anime não deixa a desejar

Bem, você já viu que eu usei as palavras “guerreiro” e “de companhia”, e provavelmente ficou sem entender nada.

Mas o que acontece é que eles fazem questão de separar como cada fada funciona e como aquele mundo se organiza sem necessariamente narrar isso. A narrativa não expositiva já ganha alguns pontos com o espectador.

As fadas são divididas assim nessa criação de mundo:

  • Fadas para trabalhos domésticos: são pequeninas, mas dão conta de tudo o que tiver que fazer na casa. Desde limpar até passar, lavar e cozinhar.
  • Fadas de companhia: São aquelas usadas para servir de companhia (não me diga) ao mestre. E daí vai desde o acompanhamento em qualquer lugar até fazer peripécias para maiores de dezoito.
  • Fadas guerreiras: São aquelas usadas para luta.

Normalmente, não se costuma ter tanta atenção aos detalhes em animes de romance como esse. Mas os detalhes fazem diferença e dão potencial a Sugar Apple Fairy Tale.

E isso não é imediatamente explicado em uma longa narração. Você vai aprendendo aos poucos, como nos momentos em que Anne e Challe chegam em algum local e a questionam onde arranjou uma fada de companhia tão bonito.

Até sugerem que esteja rolando algo entre os dois. Está, mas pode ter certeza de que vai ser um slow burn daqueles. Vai demorar…

Finalizando as primeiras impressões de Sugar Apple Fairy Tale

challe segurando anne em sugar apple fairy tale

Por fim, cabe dizer que a história está surpreendentemente se desenvolvendo bem. Sugar Apple Fairy Tale, apesar de começar de forma controversa e sugerir umas práticas meio masoquistas por parte da fada guerreira que acompanha Anne, sempre volta ao tópico de que Challe não deve estar preso.

Anne já o promete, desde o primeiro episódio, que o soltará à liberdade assim que cumprirem sua missão. Mas, conforme o tempo passa, ela vai se afeiçoando cada vez mais à fada que caminha ao seu lado e protege.

Eu, que vim cheia de pedras para tacar, posso dizer que talvez seja, em realidade, uma história que se desenvolva gradualmente e toque com carinho os espectadores românticos. O terceiro episódio foi realmente o ponto alto dos três, o que me faz ter mais esperanças de que poderá ser um shoujo marcante.

A premissa, apesar de ser em um mundo medieval, é bem diferente de outras que eu já vi, e os visuais não deixam a desejar. Estão muito bonitos!

Portanto, se você gosta de romance e achou a proposta interessante, pode dar uma chance. Sugar Apple Fairy Tale, apesar do tema, é uma opção leve que pode deixar seu coraçãozinho bater mais forte.

E se você tem interesse de saber quais outros animes podem dar certo nessa temporada inverno 2023, dê uma olhada nesse guia aqui.

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Escrito por

Helena Nunes

Advogada | Professora | Concurseira triste

Máquina de spoiler | Jojofag

Campos - RJ

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