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Undead Unluck chamou minha atenção desde a elaboração do nosso guia de temporada por um simples motivo: é da Shonen Jump. Sempre crio bastante expectativa quando mangás dessa revista são serializados em anime. Afinal, a revista tem um ótimo histórico, apesar de as vezes saírem algumas paradas meio sem sal como Mashle e Hell’s Paradise. Tem quem gostou, né…
Contudo Undead Unluck parece diferente! Não só diferente dos supracitados, mas de provavelmente qualquer outro anime que você já assistiu.
Afirmação ousada demais? Provavelmente. Principalmente porque Undead Unluck evidentemente se inspira em obras populares, como One Punch-Man ou My Hero Academia.
Entretanto, eleve suas expectativas, porque Undead Unluck provavelmente atenderá elas.
- Data de estreia: 07/10 (sábado)
- Material original: Mangá (Yoshifumi Tozuka)
- Estúdio: David Production (JoJo)
- Gêneros: Ação, Comédia, Sobrenatural, Superpoderes
- Onde assistir na estreia: Não encontrei 🙁
Undead Unluck é mais do mesmo, só que diferentemente legal
Apesar de completamente maluco e disruptivo, é bem simples descrever Undead Unluck.
Começando com a parte de fato diferenciada, temos a premissa. Na história acompanhamos um morto-vivo (que não gosta de ser chamado de zumbi) e uma garota normal, Fuuko. Talvez “normal” seja forte demais para descrevê-la, pois ela tem um poder bizarro de “dar azar” para aqueles que a tocam. Ou seja, se você encostar nela, algo de ruim acontecerá com você. A intensidade, inclusive, vai variar de acordo com os sentimentos da garota por você. Aparentemente, quanto mais gosta, mais treta! Já imaginam para onde vamos aqui?
Andy, nome criativamente dado ao morto-vivo pela garota, acaba por acaso esbarrando com a menina durante sua tentativa de suícidio. Sim, eu sei, não ficou claro quem estava tentando tirar a própria vida, mas escrevi de maneira intencional acima, porque ambos estão tentando se suicidar (Andy e Fuuko).
Ela, por temer cultivar qualquer tipo de relação com qualquer pessoa e prejudicar alguém devido aos seus poderes e estar cansada disso. Ele… por já ter vivido tempo demais? Sabemos pouco dele até agora, mas é o que ele alega.
Ao descobrir que a menina tem esse estranho poder de causar desastres àqueles que estão ao seu redor, Andy vê a chance perfeita de finalmente pôr um fim à sua longa demais vida.
O anime não é bem o que parece…
Da maneira que decrevi faz parecer que a história é um drama, onde teremos personagens conversando e discutindo sobre “motivos para viver” ou até mesmo encontrando suporte emocional ou no outro. Bem, talvez isso até aconteça, mas em meio a muitas piadas, porradaria desenfreada e muito, muito sangue!
Assim como o poder de Fuuko, o poder de Andy, ser um “morto-vivo”, dá as mais variadas opções ao personagem de sair das situações em que se encontram.
Andy está numa luta centenária com uma tal de “União”, e o anime não perde tempo para mostrar que essa é a trama principal da história (apesar de sabermos muito pouco do passado dele, como antes comentei). A opening dá a entender que ele tem um passado meio Gintoki (Gintama), que ele era fodão e agora é meio zoeiro. Pelo menos foi o que peguei.
Jorrando sangue pelas pernas ou atirando partes do próprio corpo, as lutas do protagonista contra seus oponentes são bastante criativas e com certeza arrancarão algumas risadas. O negócio é nível JoJo de bizarrice, e nível Jujutsu na hora de explicar as habilidades. Em outras palavras: é maluquice pra caramba e ninguém entende de verdade alguns poderes.
Nunca assisti um anime que tivesse maneiras tão malucas de desenvolver as lutas e a história. O ritmo é ultra-rápido, tanto no desenrolar dos eventos quanto do avanço da história (sair do ponto A e ir para o ponto B).
Eu já falei que o protagonista fica nu quase 100% do tempo? Não né?
O “mais do mesmo” de Undead Unluck
Em meio às bizarrices descritas acima, o anime conta com várias coisas que são comuns para fãs de shonen. Temos sistemas de poder, organizações do mal, nomes para os golpes, e muita, muita piadinha de cunho sexual.
Quanto às paradas que vemos em todo shonen, não tem errada. Você já viu coisas semelhantes, e provavelmente continuará vendo. Pessoalmente, amo esse tipo de clichê.
Vou apenas destacar o ponto das piadinhas…
Esse ponto pode deixar algumas mulheres desconfortáveis ao assistir, já avisando. Mesmo tendo função narrativa e ser menos agressivo que em outras obras, esse tipo de piadinha é chata, ainda mais se repetida em demasia. Assisti com minha namorada e perguntei se ela achou desconfortável, a resposta dela foi:
Cara, estranho e rápido. Provavelmente se eu parar para pensar vai me incomodar. Mas assim… Põe o próximo? To gostando dessa doidera aí.
Não encaixei a citação dela aqui para tentar convencer alguém que “mulheres apoiam Undead Unluck“, porém, pelo menos dá uma noção do que estou tentando transmitir nesse parágrafo.
Na cena acima, por exemplo, eles precisavam atrair “muito azar”. Para conseguir isso, supostamente, eles deveriam trans4r (lembra que a intensidade muda de acordo com o nível de sentimento ao tocar). Obviamente que nada acontece, mesmo a menina tendo chegado à conclusão que queria fazer isso para superarem o desafio.
Andy depois disso gentilmente fala como foi tosca a atitude dela e que nunca faria isso naquela situação. No fim, acaba sendo um momento fofo e não nojento, mas, claro, a piada ainda estava ali, segundos antes, sabe? Complexo explicar. Mais fácil vocês assistirem e depois me contar o que acharam…
Uma animação que acompanha bem a maluquisse que Undead Unluck pede: temos!
O estúdio David Production é muito conhecido por conta de sua entrega de altíssima qualidade na série de JoJo. Aqui em Undead Unluck não deixaram a desejar e mantiveram um nível igual, se não superior.
Digo isso porque enquanto em JoJo temos muitas cenas de impacto meio “travadas”, como se fossem uma homenagem aos painéis maravilhosamente desenhados por Araki no mangá, aqui na produção de Undead Unluck os animadores estão caprichando e entregando cenas com bastante fluidez e que se adequam ao ritmo apressado do anime.
As lutas são rápidas, e a animação acompanha. Além disso, algo que ficou muito acertado foi o “impacto” e a coreografia das lutas. Curte só:
Finalizando as primeiras impressões de Undead Unluck
Mesmo que o episódio 3 tenha sido um pouco mais fraquinho que os demais, sinto que temos um futuro muito divertido aqui. Esse anime carrega uma vibe One Punch-Man consigo: é muito sobre o que está acontecendo. É sobre divertir e entreter, e não sobre uma trama específica ou um vilão final X, sabe? Em outras palavras, não sei se será de fato um anime marcante, obra prima, algo que entrará para seu top 10 animes da vida.
Acho que a proposta não é revolucionar a forma de contar uma história, ou até mesmo transmitir uma mensagem profunda ou inédita. Mas claro, isso é só achismo meu. Não sei para onde a história irá, e isso é inclusve positivo, pois a imprevibilidade é fator determinante para esse estilo de anime vingar.
É como se você assistisse JoJo acertando como o Araki resolverá os conflitos. Ficaria chato e previsível. Até agora, Undead Unluck passou longe de ser chato e previsível. Foi o oposto!
As vendas no Japão vão bem, e em divulgações oficiais da revista ele está lá, ao lado dos grandes. Isso chama atenção pois mostra um pouco do nível da “aposta” da revista nesse mangá.
É uma pena que a Crunchyroll não conseguiu os direitos de exibição dessa obra. Pelo que parece, Undead Unluck ficará disponível (algum momento) no Star+, igual foi com Bleach. Monopólio é ruim, eu sei, mas as vezes é uma merda ter animes em diversos streamings separados…
Mas e você? O que está achando de Undead Unluck?
