Technoroid Overmind com toda certeza passou despercebido pela maior parte das pessoas. Em parte porque realmente é um título desconhecido e, apesar de ter um design chamativo, seu tema e sinopse não são exatamente incríveis.
Também pelo fato de ter sido adiado no começo do ano passado e meio que esquecido. O projeto é uma mídia mista: engloba um anime, um game e músicas, que provavelmente complementarão um ao outro.
Assim, geralmente tento evitar qualquer anime ou mangá que pareça mirar em idols, simplesmente por ser um dos temas que não me agradam, então realmente não esperava nada de Technoroid. Contudo, há alguns pontos positivos que vou tentar explorar mais abaixo.
- Gêneros: Sci-Fi
- Estúdio: Doga Kobo (Plastic Memories, Gekkan Shoujo Nozaki-kun)
- Diretor: Im, Ga-Hee (Gundam vs Hello Kitty)
- Material fonte: Outro
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos Episódios: Quartas-feiras
Devagar e sempre e você vence… e paga a conta de luz!
Devido a mudanças climáticas em larga escala causadas por uma expansão solar, robôs e androides se tornaram parte importante da sociedade, executando atividades que os humanos já não podem mais realizar.
Assim, acompanhamos a história de Chrom, Cobalt, Kei e Neon, quatro androides que vivem juntos e descobrem, por meio de uma IA assistente chamada Eliza, que têm de pagar sua conta de luz para evitar um “desligamento forçado”.
Enquanto discutem sobre que tipo de trabalho procurar, eles acabam ouvindo na TV sobre a torre Babel, uma torre de entretenimento criada pelo governo, e sobre as recompensas por competir como um grupo de Escaladores e subir os níveis da torre.
Logo, eles fazem uma apresentação terrível e se veem rejeitados pelo público, sem sequer entender o porquê. Enquanto procuram entender o que saiu errado, eles acabam encontrando e ajudando o jovem Esola. E esse encontro acaba despertando algo diferente em seus programas.
Após essa mudança em seus “corações”, os quatro androides voltam para Babel e conseguem fazer sua primeira boa apresentação. Contudo, eles acabam sendo também as únicas testemunhas de um misterioso acidente em um alto-forno.
Dentre todos os eventos, há diversas pequenas coisas que vão capturando sua atenção: uma memória fora de lugar, uma pessoa misteriosa, gente que tem aversão aos robôs e androides. E você acaba esperando para ver como esses detalhes vão formando a história.
Ademais, mesmo sendo uma obra que foca pouco no humor, é divertido é ver como os androides são inocentes. Há diversas coisas que eles não compreendem e que são tão corriqueiras e cotidianas para nós.
Os personagens em si não tiveram muito espaço individual na trama ainda, mas eles funcionam bem como grupo e são bem presentes em personalidade.
Devagar, devagarinho… E talvez Technoroid Overmind chegue lá
E acredite, não estou referenciando a música de Martinho da Vila à toa. Embora o final do primeiro episódio te agarre pelos ombros, a obra avança em um ritmo bastante tranquilo, brincando de slice-of-life.
Claro que ela possui um universo bem criativo, mesmo que se utilizando de ideias já batidas, apresenta novos elementos e personagens interessantes começam a mostrar as caras ao longo dos episódios.
Também há os mistérios envolvendo Esola, os quatro androides principais para a trama e os pequenos mistérios sendo investigados no fundo, porém não dá para esperar que seja um novo Vivy: Fluorite Eye’s Song.
Embora não seja ruim, existem algumas coisas meio confusas. Um exemplo é quando os protagonistas conseguem “se conectar” com os sentimentos de Esola, uma música “toca” para eles e misteriosamente eles aprendem a cantar e dançar a dita música. E é com ela que eles vencem o primeiro estágio da torre.
Isso acontece de uma forma tão aleatória e sem nexo que você fica se perguntando o que aconteceu. Depois eles encontram alguém que ensina eles uma coreografia, e Esola passa a compor músicas pois ele já tinha uma pré-disposição para isso. Aliás, as cenas das apresentações tem uma vibe bem diferente do anime em geral.
A mudança gráfica da animação para as apresentações dos personagens é notável e estranha, contudo essa partes ainda são bem produzidas. Aliás, igualmente estranha foi a escolha da equipe de tradução, que legenda o anime, de não legendar nenhuma música sequer das que os personagens cantam.
Digo isso porque, considerando o projeto, as músicas muito provavelmente são importantes para a trama e o que ela quer transmitir, e a falta de entendimento delas pode ou não fazer diferença no resultado final.
Finalizando as primeiras impressões de Technoroid Overmind
Embora eu mesmo não considere Technoroid Overmind um anime ruim, não posso dizer que é uma das hidden gems da temporada. Estou certo de que a obra tem potencial e muita coisa vai depender se o projeto de game vai para frente ou não também.
Contudo, há diversos detalhezinhos interessantes que ajudam o expectador a juntar os pedacinhos e prever algumas coisas que podem acontecer, o que me dá esperança que a história possa entregar algo bom.
Ainda não decidi se vou continuar assistindo. Acredito que se houver tempo, continuo por pura curiosidade, com medo de o negócio dar ruim e eu me arrepender depois.