Animes de música não saem com frêquencia. De música clássica mesmo e que abordam instrumentos do gênero são mais escassos ainda. Eu acredito que o motivo seja porque eles não chamem a atenção do público geral, pois nem todas as pessoas se interessam por violinos ou pianos por exemplo. Por conta disso, quando obras como Ao no Orchestra saem é fácil deixar passar.
Todavia, eu pelo menos, não me considero um amante do “gosto comum”. Se a história aborda algum tema estranho, polêmico ou pareça “nichada”, eu to lá assistindo. Não é atoa que um dos meus mangás favoritos é Sachi-iro no One Room cujo até mesmo já escrevi um Primeiras Impressões aqui pra a Cúpula do Trovão.
Então, eu assisti os 3 primeiros episódios do anime e vou te falar o que eu achei da obra e se na minha humilde opinião vale seu tempo ou não. Antes de mais nada vamos dar uma olhada na staff.
- Gêneros: Drama, Música
- Estúdio: Nippon Animation (Hunter x Hunter (o antigo))
- Diretor: Seiji KISHI (Angel Beats!, Tsuki ga kirei)
- Material fonte: Mangá
- Onde assistir: Na internet (com dificuldade para achar)
- Novos Episódios: Domingo
Ao no Orchestra é claramente inspirado em Shigatsu wa kimi no Uso porém não é tão bom quanto
Caso você pode algum motivo não connheça Shigatsu wa kimi no Uso, recomendo fortemente que você o assista o mais rápido possível. Dando uma resumida na sinopse, é sobre um garoto prodígio no piano que devido a alguns eventos abandonou a música, até aparecer uma garota radiante e aos poucos leva-lo de volta para esse mundo.
As semelhanças entre as obras já começam na sinopse. Ao no Orchestra acompanha Aono, um garoto que é um músico prodigio que parou com a música devido a um trauma com um parente. Entretanto, diferente de Shigatsu o protagonista toca violino ao invés do piano e quem lhe colocou no mundo da música e depois lhe deu um trauma foi seu pai e não sua mãe.
Então seguimos o garoto em suas constantes afirmações que odeia o violino. Ele também não tem ideia do que quer para o futuro e vive rodeado com um ar de melâncolia (famoso sad boy). Aos poucos vamos sendo apresentados a alguns detalhes do seu passado, como o que lhe fez iniciar e parar com o violino.
Voltando ao comparativo, logo no primeiro episódio já ficam claras outras diferenças marcantes. Primeiro e mais importante: Emoção, a que a obra te passa não é boa, não convence. Não é uma questão das motivações dos personagens serem rasas ou algo do tipo, é a forma como é colocado, da uma sensação de vázio como se faltasse tempero, fica difícil até simpatizar com o protagonista.
Mas como eu gostei da ideia da obra, fui ler o mangá (pouco mais material que os 3 episódios adaptaram) e cheguei na conclusão que a culpa é da adaptação e não da obra em si.
A parte técnica do anime está triste
O que emociona na música clássica não são só as notas, melodia e harmonia, a expressividade que o músico coloca influência significativamente para tornar a execução da peça desde ruim a magnifica. A forma como um violinista segura seu violino, seu arco, como ele esbarra o arco nas cordas, sua expressão facial, tudo isso pesa.
No caso de Ao no Orchestra o anime erra feio ao reproduzir quase tudo isso, pois uma parcela significativa da animação são slides, não há fluidez, não existem detalhes nos frames. Isso é um ponto negativo que eu não consigo ignorar. Eu acho mais fácil assistir um anime ruim com uma parte técnica ótima, do que assistir uma obra boa que peca na parte processual.
Apesar de que, pelo menos a expressão facial dos personagens em algumas partes estão bem bonitas (o que é o mínimo, combinamos) Todavia não é o suficiente para me fazer querer recomendar essa obra para alguém.
Como voltar a tocar violino
É importante frisar que eu não acho essas semelhanças com Shitgatsu uma coisa ruim, se nos entregassem obras daquele nível poderia ter uma dessas por temporada que eu não reclamava (Na real, eu até quero mais obras assim kkk). Dito isso, mais uma vez, assim como em Shigatsu wa Kimi no Uso em Ao no Orchestra uma garota que toca violino aparece para trazer o protagonista de volta pro mundo da música.
O protagonista é frágil então vai para a enfermaria com frequencia, e em uma dessas idas somos aprensentados à Akine, que é a heroína da obra, uma menina da idade do protagonista apaixonada por violino. Ela utiliza a enfermaria para ensaiar com autorização de um professor e sempre que possível está lá produzindo um som…questionável.
Diferente do protagonista ela é uma completa iniciante e não sabe exatamente o que está fazendo, então sua execução é notoriamente horrível, no entanto ela tem paixão pelo instrumento e sonha em ir para uma certa escola por causa de uma orquestra que lá possuí.
Devido a várias circunstâncias, o Aono acaba recebendo a tarefa de ensinar ela a tocar, a qual ele inicialmente nega com todas suas forças, pois como continua se negando a tocar violino.
Contudo, devido a insistência da garota, ele acaba aceitando tocar uma música para ela no caminho de volta pra casa e tenho que admitir, a cena é bonita mesmo sendo uma sequência de imagens estáticas.
Não vou entrar em detalhes do que aconteceu depois disso aqui. Se ele só aceitou tocar uma música para ela deixar ele em paz ou se esse momento afetou sua escolhas daqui para frente. Para descobrir você vai ter que assistir o anime ou ler o mangá (recomendo o segundo).
Finalizando as primeiras impressões de Ao no Orchestra
Sendo bem direto, eu recomendo ir para o mangá e fingir que o anime não existe. A obra é boa, tem seu charme e potêncial. Mas a parte técnica do anime deixou muito a desejar e foi difícil assistir esses 3 episódios. Então eu vou ignorá-lo e ficar com meus quadrinhos japoneses.