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Até hoje, consumi poucos mangás que seguem uma narrativa voltada para o estilo de vida delinquente, de formação de gangues e afins. No total, foram três, contando com Crows.
Esse estilo de história não somente é uma forma de entretenimento, como também é um recorte da realidade do Japão. Achava que esses grupos de arruaceiros existiam apenas na ficção? Nada disso. Existem vários tipos de gangues e de delinquentes.
Aliás, um delinquente não necessariamente precisa fazer parte de uma gangue para praticar atos maldosos, como confusão, brigas, roubos, entre outros. Contudo, podem agir de maneira diferente nas ruas ou realizando bullying nas escolas.
É o caso de Crows. Entretanto, os alunos criam facções dentro da própria escola, se dividindo entre si em grau de influência e, sobretudo, força. Independente do “modus operandi”, todos acabam tendo coisas em comum, como falta de respeito às leis, tatuagens, informalidade e cabelos extravagantes tingidos de cores chamativas. Geralmente são loiros.
E é com base neste quesito histórico que ingressamos em Crows. Aqui, seguimos a vida do jovem delinquente Bouya Harumichi, um aluno recém-transferido que vai mudar de vez o sistema atual da nova escola, a “escola dos corvos”.
- Autor: Hiroshi Takahashi (História e Arte)
- Capítulos: 98
- Volumes: 26 (Concluído)
- Gêneros: vida escolar, delinquente
Um estudante nada intimidador… ou será que é?
Típico de narrativas deste gênero, o protagonista geralmente é meio idiota e bem humorado. É difícil não encontrar uma situação na qual ele não sirva de bode expiatório ou se passe por um completo bobalhão. Esses momentos são a chave desse tipo de história, pois fazem com que o leitor se aproxime gradativamente do personagem. Funciona bem.
O primeiro contato que temos com Bouya é intimidador. Um quadro mostrando sua malevolência e delinquência. Todavia, algumas páginas subsequentes percebemos o quão idiota ele é. Mas não se enganem. Ele é algo quando precisa que ele seja. Talvez essa frase não seja tão sem sentido para você que está habituado a personagens assim.
Enquanto temos essa visão boba de Bouya em momentos sem necessidade ou mesmo de pura trivialidade, quando o bicho pega e é necessário que ele interfira, fica claro o quanto ele é forte e digno de ser chamado de delinquente.
Por outro lado, esse termo “delinquente” talvez se aplique muito mais aos seus colegas de escola do que a ele, exclusivamente. Diferente dos demais, Bouya é apenas um espírito livre que deseja fazer o que bem quer, porém sem causar mal a ninguém. Mas seu estilo, tanto de vida quanto de se vestir, acabam moldando uma parte de seu caráter.
Mangás parecidos com Crows que talvez você conheça
Como supracitado, eu não tenho muita bagagem no que tange a mangás sobre delinquentes e gangues. Os que li foram Tokyo Revenges e GTO – Great Teacher Onizuka.
No entanto, há um parêntese a fazer nesses dois títulos. Ambos abordam a questão, mas não estão inteiramente focados em permanecer nela, apensar de que Tokyo Revenges foca bastante nas lutas entre gangues.
Enfim, acredito que se você já acompanhou essas obras, conseguiu compreender o que eu quis dizer. Além do mais, caso você não conheça essas obras e queira saber um pouco mais, eu e o pessoal do CúpulaCast gravamos um episódio comentando sobre a primeira temporada do anime de Tokyo Revengers.
E acerca de GTO – Great Teacher Onizuka, eu escrevi um artigo há alguns anos sobre ele. Leia para conhecer mais sobre a história do homem que deseja se tornar o “Great Teacher”.
Por fim, para você que é um adepto e quer se aprofundar mais nesta categoria, segue uma pequena lista de algumas indicações de outros mangás sobre vida delinquente que eu descobri enquanto pesquisava sobre o tema:
- Drop, de Hiroshi Takahashi (Arte), Hiroshi Shinagawa (História), Dai Suzuki (Arte)
- Swot, de Naoya Sugita
- Sanctuary, de Sho Fumimura & Ryoichi Ikegami
- OUT, de Iguchi Tatsuya & Mizuta Makoto
- Bakuon Rettou, de Tsutomu Takahashi
Finalizando as primeiras impressões de Crows
Eu curti demais a leitura de Crows. É um mangá que vale a pena conhecer, mesmo que sejam somente os primeiros volumes. Ao total, o mangá teve 26. Também, por ser um mangá da década de 1990, os traços tem aquele aspecto antigo. Comigo funcionou muito bem, afinal eu gosto dos desenhos nesse estilo. Trazem uma sensação de nostalgia gostosa para mim.
Em conclusão, leia Crows. É um mangá divertido e que, com certeza, vai tirar umas boas risadas de você. Além de todo o desenvolvimento com o protagonista e as várias confusões que ele vai se metendo ao longo do percurso, um dos objetivos está na comédia. Então, caso esteja a procura de algo leve e engraçado, Crows é a recomendação.
