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Análise

Hirayasumi | Primeiras impressões

Mangá de Keigo Shinzo nada contra a maré da realidade contemporânea e apresenta um cenário sereno
7 minutos para a leitura

Sinceramente, não me recordo como parei em Hirayasumi, mas agradeço por ter encontrado esta obra. Antes de qualquer consideração da minha parte, acredito ser interessante comentar que Hirayasumi é um slice of life. Ou seja, aqui você não encontrará muita agitação ou situações mirabolantes e repletas de ação. Apenas o trivial da vida.

Não é a primeira vez e nem será a última que comento o quanto essas narrativas simples, porém extremamente simbólicas, afinal, não são excludentes entre si, me cativam. Em meio a turbilhões de eventos que acontecem diariamente, todos quase que ao mesmo tempo, ter aquela sensação de respiro parece ser muito mais valioso do que aparenta ser.

E Hirayasumi é um mangá que aborda justamente isso. Um protagonista que não vive com base nas perspectivas que as pessoas jogam sobre ele, mas que vive daquilo que acredita, com seus próprios ideais. Mangás assim são relevantes por trabalhar um elemento da vida que, atualmente, pouco a pouco parece estar se perdendo. Keigo Shinzo, autor do mangá, tece críticas ao estilo de vida acelerado e nada contra a maré da realidade contemporânea.

personagens principais do mangá Hirayasumi

Hirayasumi e o conflito entre o imediatismo e a tranquilidade

Com uma perspectiva serena em relação à vida, Hiroto Ikuta compreende profundamente que às vezes a melhor maneira de avançar é desacelerando. Aos 29 anos, Hiroto não se encontra envolvido em relacionamentos amorosos, empregos que consomem todo o seu tempo ou planos rígidos para o amanhã. Contudo, sua felicidade transborda em cada aspecto de sua existência.

A incrível disposição de Hiroto pode parecer enigmática para muitos. Num mundo permeado por ansiedades, incertezas e melancolias, ele e o restante da humanidade apenas tentam desvendar os mistérios dessa jornada chamada vida. Após estabelecer uma improvável amizade com a idosa reclusa da vizinhança, Hiroto se vê inesperadamente incumbido não apenas da herança física da senhora, mas também de lidar com um turbilhão de emoções.

Hiroto, protagonista do mangá

Quando sua jovem prima, Natsumi, de apenas 18 anos, passa a viver sob o mesmo teto, ela traz consigo seus próprios dilemas como uma aspirante a artista, desafiando assim o estilo de vida pacífico de Hiroto. Diferentemente dele, sua prima é muito mais ativa e ansiosa em relação à vida. Ela se preocupa em fazer amigos, conquistar seu espaço e realizar sonhos.

Não me entendam mal. Nada disso é errado. Muito pelo contrário, é importante também. Todavia, aqui eu falo que essas necessidades podem tornar-se nocivas no sentido de elas tirarem sua paz e fazerem você esquecer o que de fato é ter uma boa qualidade de vida. Como já disse C. H. Spurgeon:

“Não deixe aquilo que é urgente tomar o lugar daquilo que é importante em sua vida.”

Um modo de vida invejável para muitos… ou não

Enquanto Hiroto segue os dias de sua vida vivendo sem muitas preocupações e grandes ambições, o restante do mundo parece estar em uma espiral de aflição sobre como será o dia de amanhã, onde estão e o que farão. É indubitável dizer que esses pensamentos fazem parte de, praticamente, quase toda a população do universo.

De fato são poucos que possuem o privilégio de realmente não sentir-se oprimidos pelo peso das responsabilidades da vida. E em um mundo tão movimentado, pessoas que veem outras que não estão pactuadas com isso acabam causando um certo incômodo. É o caso do Hiroto. No decorrer do mangá, o autor denota essa percepção acentuada dos personagens.

E aqui entra uma linha tênue muito expressiva. Pode ser que haja a confusão de uma pessoa que vive sem preocupações passar a imagem de um fracassado, vagabundo, sem ambições na vida. E isso pode ou não ser verídico. Assim como existem pessoas que escolheram uma vida agitada e repleta de desafios, também existem aqueles que optaram por uma vida mais calma, mas que também possuem suas adversidades e esforços.

o tema felicidade dentro do mangá

Finalizando as primeiras impressões do mangá Hirayasumi

Em síntese, Hirayasumi é um mangá extremamente interessante e que passa uma sensação muito agradável de conforto. Os traços do mangaká refletem bem o conteúdo da obra. As páginas coloridas com o que parece ser uma espécie de técnica de aquarela deixa tudo mais suave e com uma perspectiva autêntica de simplicidade.

A convicção do protagonista em seu estilo de vida, mesmo em meio a multidões que o fulminam com os olhos, é algo invejável. No fim, Hirayasumi é um mangá que acarretará em boas reflexões sobre a vida e nas escolhas que tomamos.

Sobretudo, sobre sermos felizes com o que temos e nunca perder de vista o que realmente é importante e não urgente. Mas, claro, reconhecendo nossas limitações e, a partir disso, buscar sempre o que for melhor de acordo com nossos parâmetros.

uma amizade improvável, mas extraordinária
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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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