I am the Sorcerer King é um webtoon feito por Decaspell e ilustrado por Miro, que está em seu 119º capítulo atualmente. O que me dá uma certa propriedade para dizer que a obra possui capítulos suficientes para que eu possa emitir uma opinião mais concreta.
Particularmente, sou tendencioso a gostar do tipo de obra onde alguém passa pelas dificuldades e dá a volta por cima (Naruto feelings!), mas temos problemas por aqui também. E COMO TEMOS!!
Apesar de tudo, também tem coisas muito legais nas páginas de I am the Sorcerer King.
Hoje entro em um nicho diferente do qual estou acostumado e vou destrinchar junto com vocês esse formato completamente diferente de curtir histórias e, paralelamente, como essa história em particular chamou a minha atenção, de maneira positiva ou não.
Continuem comigo para vermos se é bom ou se é bomba!
Sinopse de I am the Sorcerer King
I am the Sorcery King nos conta a história de Lee SungHoon, um pobre coitado em um mundo virado do avesso há 10 anos.
Nesse período, portais se abriram pelo mundo e monstros saíram dele, causando o caos. Ao mesmo tempo, pessoas começaram a despertar habilidades sobrenaturais e, consequentemente, a lutar contra os monstros.
Todavia, esse não foi o caso do nosso protagonista. Sofrendo com a sua mãe doente e sem poderes, só conseguiu trabalho como alvo nas caçadas, literalmente. Quando ficou gravemente ferido após um ataque de monstros, ele se lembrou de sua vida passada.
Nela, ele era o feiticeiro Kratraus, que criou um feitiço que garantia sua reencarnação, assim mantendo seu conhecimento.
Ele era tão poderoso nesse mundo que virou rei de sua própria nação.
Depois que ele acordou, rapidamente conseguiu reunir energia e despertou seus poderes, começando a virar o jogo.
O foco de sempre: o protagonista!
Nessa obra, o autor não tem a preocupação em aprofundar outros personagens, exceto o Lee SungHoon.
Não sei se faz isso por desleixo ou se apenas quer mostrar o mundo através da ótica do nosso prota.
Ele sim, é bem aprofundado conforme adentramos na história. Quando recupera suas memórias da vida passada, por exemplo, se torna mais sério e calmo, obviamente escondendo muitos segredos.
O mais interessante nisso é que ele entende na hora que se tornou outra pessoa e começa a buscar seu antigo poder e expandir sua influência pelo mundo.
Logo grandes empresas começam a prestar atenção nele e a especular o nível de habilidade que possui, alcançando ganhos e mais recursos.
Além disso, a primeira coisa que faz é procurar salvar a sua mãe; e não mede esforços para conseguir isso.
A arte mostrada
Normalmente os webtoons possuem traços simples porém bem bonitos, e esse não fica de fora.
Aqui vemos a cena de forma direta, várias vezes focando em um personagem e sua expressão no momento. Em outros quadros, vemos ambientes internos criados de maneira funcional, valorizando ângulos onde vários personagens estão.
Todavia, quando partimos para o mundo exterior, a coisa muda de figura; os planos de fundo são meio desvanecidos, evidenciando muito o que acontece em primeiro plano.
Talvez eu esteja sendo muito duro, mas sou acostumado com Yasuhisa Hara desenhando milhares de soldados em formações diferentes na mesma batalha, nas paginas de Kingdom.
As batalhas mágicas me dão um sentimento misto, ora sendo muito bem feitas e ora sendo meio apressadas. Acho que o autor teve alguns momentos de correria nisso.
A representação de itens é maravilhosa, todos são muito belos e seriam perfeitos aqui no mundo real, com destaque para um cubo de mana que ele usa na ponta do seu cajado. Eu gostaria de ser um mago se pudesse ter um item desses.
Assim como o design das dungeons e dos monstros em geral também são muito bons e bem criativos, isso conta positivamente no todo.
O mundo de I am the Sorcerer King
O mundo apresentado é o nosso, contemporâneo, com todas as suas particularidades – exceto pelo fato de ter monstros saindo de portais e destruindo tudo. É importante lembrar também das pessoas com poderes que surgiram.
Mas por que todas essas coisas aconteceram? A resposta está no que ele descobriu assim que despertou.
Ele descobriu que havia uma entidade superior que estava mexendo com tudo no planeta, fornecendo e coletando dados sobre toda interação com monstros, dungeons, etc.
O Sistema Ahkasha rege os humanos “despertados”, fornecendo informações sobre níveis de habilidades.
Sendo assim, é correto afirmar que esse sistema é algo vivo cuja motivação continua oculta.
Caso não tenha ficado claro, esse sistema se baseia em uma UI de um jogo e toda a interação dele com os despertados lembra um MMORPG. E disso os coreanos entendem muito bem!
Nesse sentido, várias situações dentro do desenrolar da história acontecem igual a jogos, sendo monitorado diretamente pelo sistema.
Dessa forma, todos os despertados consideram ele uma divindade e com certeza será o ultimo desafio do protagonista.
Geopolítica nesse webtoon
O autor usa bem as personalidades reais que são representados em seus devidos cargos e algumas teorias de conspiração são incorporadas também à trama principal. Isso ficou legal.
A forma como cada país trata seus lutadores de elite é bem legal e diferente, com cada um deles tendo seus métodos e especializações regionais.
Porém isso tudo cai por terra por causa do motivo que explico no próximo tópico…
Problemas de I am the Sorcerer King
Eu gostaria de saber o porquê dos níveis de poder serem sempre tão apocalípticos!
E isso não acontece só com essa aqui. The God of Highschool, The Max Level Hero has returned e God of Martial Arts (esse então, meu Deus, que sofrimento!) passam por isso.
Nesse sentido fica a impressão de que é algo cultural deles o fato do protagonista sempre ser extremamente poderoso.
Todavia, mesmo que o cara seja todo-poderoso ou tenha algum tipo de vantagem em relação ao mundo, falta ao autor equilibrar esse fato com algumas dificuldades.
Isso não é feito. Quando se descobre um mago, imediatamente começa a acumular mana e descobre pedras que vão ajudar a aumentar seus níveis.
Posteriormente, os níveis de poder beiram ao extremo como é esperado, e claramente não há mais desafios para o nosso protagonista.
Mas chega ao máximo quando se reconhece que ele tem o poder de uma nação, pra vocês terem uma ideia do quanto é absurdo.
É tão absurdo que em um determinado momento ele cria outro cérebro e uma inteligência artificial que vira sua companion mais recorrente.
A falta de personagens secundários bem construídos impacta tanto na obra que quando ele monta um time pra ajudá-lo, fica na cara que são apenas peões.
Além disso, a mãe dele mesmo vira uma coadjuvante após a resolução de sua trama. Depois de ler outras webtoons como Solo Leveling e The Begining after the end, eu percebo o tanto que essa história é fraca, apesar de ter alguns pontos legais…
Finalizando a crítica de I am the Sorcerer King
Comecei a ler essa obra sem muitas expectativas e passei a gostar a partir de um determinado momento.
Porém a minha suspensão de descrença foi tão bombardeada que literalmente foi ao solo, me fazendo questionar o que eu lia, e isso prejudicou um pouco a experiencia de ler o webtoon.
No geral eu gostei, tanto que estou acompanhando ainda (kkkk); quero ver onde vai dar essa bagaça.
É aquele tipo de obra que se deve ler puramente por entretenimento, então não espere algo profundo.
Porém se você gosta dos enredos mais amarradinhos e detesta Deus-ex-Machina, passe longe, pois você vai sentir raiva com as soluções óbvias tomadas.
Beijos do tio e até o próximo artigo!