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Análise

Junji Ito (Netflix): é bom? Vale a pena assistir? | Crítica

Junji Ito: Maniac perde em relação ao original, mas não é totalmente desprezível
24 minutos para leitura

Junji Ito: Histórias Macabras do Japão ou Junji Ito: Maniac gerou essa crítica, que vai funcionar de uma forma um pouco diferente. Para quem já leu ou viu alguma coisa do Junji Ito, já sabe que ele costuma trabalhar com histórias um pouco mais curtas.

Atenção! Esta obra é da Netflix, mas não confunda com a Junji Ito Collection que está na Crunchyroll. São histórias diferentes.

Ou seja, cada história ali é independente, e há, inclusive, algum episódio que contenha duas histórias ou mais. Aqui, vamos destrinchar esses episódios juntos, e eu vou te dizer, em termos simples, se vale ou não assistir aquele episódio.

Como todos são histórias independentes, você pode ficar à vontade para pular episódios e assistir da forma que você quiser. Por isso, essa vai ser uma crítica (porque fala de uma obra só), mas também será, em partes, uma lista, porque vou te indicar dentre os episódios aqueles que devem ser assistidos.

Então, vamos para Junji Ito: Histórias Macabras do Japão!

Itou Junji Maniac
  • Estúdio: Studio Deen (Higurashi no naku koro ni, Sakamoto Desu Ga?)
  • Data de lançamento: 19 de janeiro de 2023
  • Gêneros: Horror, Sobrenatural, Terror
  • Direção: Shinobu Tagashira (Junji Ito Collection, Diabolik Lovers)
  • Episódios: 12
  • Fonte: mangá

Junji Ito: horror ou terror?

Fazer essa definição para começar a nossa crítica é muito importante, porque ambos têm teores diferentes, e é não só possível confundir como também interpretar mal essas histórias.

O terror está ligado a uma dimensão psicológica do medo. Está mais na interpretação da realidade, no medo do desconhecido e na ameaça iminente. Muitas vezes, o terror funciona mais na nossa cabeça do que na própria tela.

Falar que existe um autor que faz “terror psicológico” pode até ser uma redundância. Existe uma aplicação de dimensão mental em todo terror. Um exemplo é o diretor Satoshi Kon, inspiração para Inception e outros filmes de grande garbo.

Nesse texto aqui, que fala sobre a distinção entre terror e horror, há uma definição de horror da qual eu gosto muito:

“Já o horror, segundo Radcliffe, contrai, congela e quase aniquila as faculdades humanas, pois é causado por algo que nos choca, algo a qual ficamos sem reação, congelados no tempo, horrorizados: o que em geral é causado pelo vislumbre de algo horrendo, graficamente assustador, seja no outro ou em si mesmo, o que pode ser relacionado a abnormalidades físicas repentinas, como mutilações, ações de violência extrema, cenas de carnificina que causem repugnância”. (grifo meu)

“O horror é causado pelo choque do qual não se pode retornar, enquanto que o terror é o estado de alerta a temer a possibilidade do horror”.

Junji Ito faz uma mescla de terror e horror em suas obras

Com a minha pequena experiência em Junji Ito, depois de ter ganhado aqui da Cúpula o volume único de “A Sala de Aula que Derreteu“, não estaria tão qualificada para afirmar algo.

No entanto, sabemos que Junji Ito é extremamente conhecido por outras obras, tais quais Uzumaki e Hell Baby. E uma de suas características é óbvia: a destreza gráfica desses mangás.

Ito tem uma assinatura estética extremamente difícil de ser reproduzida, o que o torna, indubitavelmente, parte do gênero horror. Criaturas grotescas, demônios, sangue, pessoas derretendo: ele não deixa de criar cenários que causam impacto a seus leitores.

Por isso, é certo falar que Junji Ito é um dos mestres do gênero horror. Mas e quanto ao terror? Bem, como já disse, não sou grande consumidora das obras do Ito, mas o Luiz já recomendou, em uma de nossas listas de terror, o one-shotO enigma da falha de Amigara“.

Ao falar da obra, o Luiz diz que “não tem monstros sobrenaturais, demônios e nada desse tipo, somente a situação incomoda e estranha interessa. Ainda mais pela preferência do autor em escrever história do tipo plot driven, onde o interesse maior é o desenrolar dos fatos e não construção de personagem“.

Ou seja, apesar de eu poder afirmar que A Sala de Aula que Derreteu é prioritariamente horror, O enigma da falha de Amigara se demonstra um terror. Por isso, é quase certo dizer que ele trabalha de forma a misturar os dois gêneros (e é possível). Dito isso, vamos seguir à lista dos episódios e verificar se esses gêneros são bem trabalhados na série da Netflix.

1: Os estranhos irmãos Hikizuri

a família hikizuri

Para essa primeira história, há seis irmãos morando em uma determinada casa afastada. Esses seis irmãos são, como o próprio título diz, estranhos.

Quando uma fotógrafa decide se aproximar da casa para pesquisar mais sobre espíritos, o irmão mais velho a convida para fazer parte de uma sessão espírita.

Essa história vai um pouco mais para o lado do terror. É mais psicológica e traz alguns elementos de estranhamento sem explicar muito, para dar a sensação de perigo.

No entanto, não posso dizer que gostei. Não tem muito um enredo definido, tampouco uma resolução. Você não sabe muito bem onde termina, nem onde começa. Por isso, o final é um tanto sem graça.

⚠️Minha opinião: não veja.

2: A história do túnel misterioso/Caminhão de sorvete

história do túnel assombrado por poltergeists menino segurando lanterna no escuro

Sim, o segundo episódio é dividido em duas histórias. As duas são igualmente boas, então acho que vale a pena ver o episódio todo.

A primeira história se trata de um túnel em que a mãe do jovem protagonista havia morrido há alguns anos. Aparentemente, ela teria se suicidado. Apesar de toda a aura dark que ronda o lugar, a irmã do menino SEMPRE vai parar lá de alguma forma.

Ambos sentem que o túnel, de alguma forma, chama-os. É um bom terror, e mistura elementos de horror. No caso, poltergeists. Não é a melhor história do mundo, mas vale a pena!

⚡Minha opinião: veja.

história do ônibus de sorvete

Sobre o caminhão de sorvete, trata-se de um cara bonitão que começa a vender sorvete no bairro. As crianças ficam sempre animadas todos os dias, e ele apenas fornece sorvete aos pequenos.

Além disso, também os leva dentro do carro de sorvete para brincar. Mas… tem alguma coisa bem suspeita sobre ele. Quando um dos pais pediu para acompanhar a viagem, ele não deixou. O que é? Muito Willy Wonka das ideias.

O horror faz bastante parte dessa história e a trilha sonora encaixou muito bem!

⚡Minha opinião: veja.

3: Balões no ar

história dos balões com cabeças gigantes do junji ito

Neste terceiro episódio, é contada a história de uma famosa atriz que se suicidou. O suicídio dela gerou muita comoção, mas esse não é o problema.

Na verdade, muitas pessoas, após sua morte, passaram a ver um balão enorme com a sua cabeça no céu. Entre aqueles que acreditam e aqueles que não, a cidade passa a adquirir um clima estranho.

Parece que há outros balões no ar além daquele da atriz, e estranhos suicídios tomam conta da cidade.

Essa história vai mais para o lado do horror, mas ainda assim é bem tensa, e vale a pena ver para quem gosta de histórias graficamente assustadoras. Vai te dar medo!

⚡Minha opinião: veja.

4: Quatro x quatro paredes/Esconderijo

história das quatro paredes com soichi, o irmão mais novo que gosta de levar pregos em sua boca

Na primeira história, “Quatro x quatro paredes“, o irmão estudioso da família, Koichi, não consegue estudar. Isso ocorre porque o caçula, Soichi, anda fazendo barulhos pela casa.

Na verdade, a história é meio dúbia, e te coloca em dúvida se é Soichi mesmo que faz os barulhos ou alguma espécie de fantasma. Mas, no fim, é ele mesmo.

E por que estou te contando o fim? Porque essa é meio sem graça. Não há aquela sensação de tensão que tem em outras histórias desta lista. Apenas um irmão mais velho bravo com um irmão mais novo esquisitão.

E as quatro paredes são, de fato, quatro, porque o menino muda o quarto para que não consiga ouvir os gritos do irmão mais novo. Não adianta. O mais novo se enfia no meio das paredes e atazana.

⚠️Minha opinião: não veja.

história esconderijo junji ito

A história Esconderijo é um pouco mais curtinha do que a anterior, e é sobre um homem chamado Yuji, que tem sido atormentado em seus sonhos.

Em uma conversa com Mari, sua amiga (e provavelmente seu amor), ele diz que o homem que é seu alter ego está tentando sair dele nos sonhos.

Ela não entende, e por isso faz companhia a ele enquanto ele dorme, para que se sinta seguro. Na real, um outro eu sai dele (de verdade) e invoca o horror na tela.

Para mim, essa história não deu muito medo, porque foi bem mais horror do que terror. Vou falar mais sobre posteriormente, mas a série como um todo não tem a fidelidade estética esperada, e o enredo não sustenta o horror empobrecido.

⚠️Minha opinião: não veja.

5: Intruso/Cabelo longo no sótão

história sobre versões alternativas junji ito

A história “Intruso” vai mais para o lado do terror. Nela, um menino chamado Oshikiri, que, aparentemente, mora sozinho, está ouvindo passos na sua casa.

Após se encontrar com alguns colegas, eles conversam algo sobre a possibilidade de realidades paralelas, e resolvem investigar a casa de Oshikiri.

Embora muitas histórias desta crítica não tenham um final fechado, essa aqui chega ao ponto de nem ser compreendida. Há corpos dos colegas de Oshikiri na casa dele, bem como um clone dele andando por aí.

E acaba por ser só isso mesmo. É decepcionante, porque a premissa é boa, mas a história não parece nem perto de ser fechada.

⚠️Minha opinião: não veja.

história da chiemi e de seus cabelos longos

A segunda história, Cabelo longo no sótão, começa em 13:42. É uma das melhores histórias da lista, muito provavelmente, e foi por isso que coloquei o momento exato em que ela começa. Afinal, você pode querer vê-la sem ver a anterior.

Chiemi namora um cara há muito tempo, e ela sempre fez de tudo para que o namoro deles fosse feliz. Quando ele termina com Chiemi, ela sente muita raiva por ter feito seu cabelo crescer apenas para que ele pudesse elogiá-la.

No dia após seu término, um rato aparece enrolado em seu cabelo. Por quê?

Esta história mescla horror e terror, dando um pouco mais de ênfase ao primeiro. Ótima para ver de noite!

⚡Minha opinião: veja.

6: Mofo/Visão na biblioteca

história mofo

Mofo” é uma daquelas histórias para que os fãs deixem de dizer que as obras devem ser adaptadas em preto e branco. Toda em tons cinzentos, a história é sobre um homem chamado Akasaka, que aluga sua casa para um velho professor, o sr. Rogi.

Ao voltar do Japão, Akasaka retorna a sua casa, já que a família do velho professor já havia saído. Sem entender muito bem para onde eles foram, também percebe que a casa está podre e cheia de mofo.

Esse mofo vai se alastrando cada vez mais pela casa, até ficar muito esquisito. De onde todo esse mofo vem? E como sempre, a pergunta não é respondida.

Tentei tirar algo dessa história, mas não consegui. O Akasaka morre (como de praxe) e a história é um suspense misturado com horror que não causa muito impacto. Para mim, é um não.

⚠️Minha opinião: não veja.

história da biblioteca junji ito

A segunda história, Visão na biblioteca, é bem interessante! Começa em mais ou menos 11:23 do episódio.

Koko tem um marido que é obcecado por livros, e tem uma biblioteca enorme que ocupa quase toda a casa. Ele lê e mantém um diário desde que aprendeu a escrever, e a vida dele gira em torno dos livros.

Em determinado dia, alguns de seus livros somem completamente. Ele não entende o que está acontecendo e entra em pânico. Começa inclusive a alucinar e a culpar a esposa.

A história é bem interessante e vai mais para um suspense. Não posso dizer que fiquei assustada, mas fiquei intrigada para saber o final da história. Vale a pena!

⚡Minha opinião: veja.

7: Cidade de túmulos

história dos túmulos, protagonistas com vários túmulos no fundo

Esta está mais para um suspense do que para um terror ou horror, mas nem por isso deixa de ser interessante. Talvez seja uma das histórias mais marcantes da lista, porque tem uma premissa legal.

Tsuyoshi e Kaoru são irmãos, e eles querem ver uma antiga amiga. Para isso, irão viajar até uma pequena cidade, com o irmão recém-habilitado.

Em uma pequena discussão por mapas, Tsuyoshi perde o controle do carro e acaba atropelando uma garota. Apesar de todo o desespero, os dois tentam levá-la a um hospital, mas logo percebem que ela já está sem pulso.

Com medo de serem acusados de homicídio, entram na pequena cidade dispostos a escondê-la. Mas a cidade tem algo de esquisito… há lápides em todos os cantos. Dentro das casas, no meio das ruas, dentro de estabelecimentos: em todo lugar.

No local em que uma pessoa morre, surge uma lápide. O que causa isso?

Apesar de não ser exatamente assustadora, gostei bastante da ideia da história e dos desdobramentos. É uma história que cobre um episódio inteiro, mas acho que vale a pena ser vista.

⚡Minha opinião: veja.

8: Camadas de terror/O que o mar trouxe

camadas de mim e história do mar

Que história maneira essa primeira! Uma das melhores da lista. Em Camadas de Terror, Reimi, uma jovem adolescente, sofre um acidente e vai fazer um exame laboratorial de imagem.

Diferentemente das outras pessoas, Reimi não tem órgãos em seu corpo. O que ela descobre, pelo exame, é de que seu interior é cheio de camadas dela mesma. Cada ano, são formadas novas camadas. O que significa que seu corpo está escondendo outras versões de si – mais jovens.

Após uma descoberta arqueológica de seu pai, a família de Reimi pode estar amaldiçoada.

⚡Minha opinião: veja.

O que o mar trouxe é uma história de humanos parasitando o intestino de uma baleia-monstro gigante. Essa história era para ser uma espécie de terror, mas não deu muito certo.

A criatura aparece na praia, todo mundo fica assustado. Depois, os cientistas tiram os humanos vivos há mais de sete anos dentro da barriga da tal criatura. Eles são desfigurados. Concluem que são parasitários.

E é só isso. A história não é assustadora, intrigante ou interessante de qualquer modo.

⚠️Minha opinião: não veja.

9: Foto de Tomie

tomie

Tomie é uma das protagonistas mais conhecidas de Junji Ito, e, quando nós falamos dela, normalmente vêm à cabeça imagens graficamente assustadoras.

Já vamos falar sobre depois, mas essa história é sobre uma personagem do clube de fotografia que anda tirando foto dos meninos populares e sai vendendo por aí.

Apesar de ser moralmente questionável, as meninas compram todas as fotos inflacionadas. Isso até Tomie, a nova aluna e integrante do Comitê Disciplinar, chegar. Tomie não gosta das atitudes da aluna e decide colocar um fim nas vendas irregulares de fotos.

Bem, eu não curti muito a história como um todo, mas entendo a importância da Tomie enquanto personagem do Junji Ito. Por isso, essa história tem para mim certos “mixed feelings“, em que eu não sei se recomendo ou não.

Por via das dúvidas, acho melhor não recomendar e procurar histórias da Tomie em mangá. Como estamos falando sobre o anime, especificamente, a história não rende muito e não há horror que seja suficiente para dar peso à história.

⚠️Minha opinião: não veja.

10: Labirinto insuportável/Implicante

labirinto insuportável e suas três protagonistas

A primeira história, Labirinto insuportável, trata-se de duas meninas que, em uma caminhada pela floresta (seja lá o que foram fazer) acabaram se encontrando com um grupo de monges esqueléticos e com expressões duvidosas.

E, mesmo após isso, pensaram: “uau, que legal seria ficar aqui!” E acabaram em uma seita esquisita. No fim das contas (porque você não vai querer ver mesmo) elas acabam em uma espécie de tumba com diversos monges mumificados.

E sentem, após entrar nesse labirinto, o insuportável olhar de todas as múmias. E é só isso. Sem susto, sem suspense, sem nada. Reflete a possibilidade de problemáticas mentais, mas não impressiona.

⚠️Minha opinião: não veja.

bullying junji ito história

A segunda história, implicante, tem um background bem parecido com a Quatro x quatro paredes, só que melhorada, porque é mais assustadora e tem um tanto de suspense.

Há uma implicância que é a personificação de um problema mental, quando Kuriko, uma menina levada demais, faz bullying com um colega mais novo que ela.

Não vou falar muito pois gostei da história e acho que vale a pena ver. Começa no minuto 11:29.

⚡Minha opinião: veja.

11: Beco/Estátua sem cabeça

Na história “Beco”, um estudante universitário decide se mudar para uma pensão ao lado de um beco. À noite, ele ouve vozes vindas do beco, mas não consegue ver nada.

No entanto, ele descobre, por meio de outra pessoa, que algumas pessoas morreram naquele beco e que suas sombras voltavam todas as noites. História básica de fantasma sem muito a acrescentar: nem terror, nem horror.

⚠️Minha opinião: não veja.

estátuas de cera do junji ito

Na segunda história, “Estátua sem Cabeça“, um professor de artes é conhecido por fazer várias estátuas – claro – sem cabeça. Ao explicar aos seus alunos, diz que o corpo também é uma forma de expressão, e que tem tanta ou mais importância que as faces.

No dia seguinte, aparece assassinado. O enredo cria situações de horror para demonstração gráfica das estátuas, que passam a procurar cabeças que completem seus corpos.

Ou seja, as próprias estátuas criam vida e passam a procurar cabeças. Uma coisa meio The Walking Dead mesmo. Contudo, não achei o horror assustador, e a trilha sonora peca um pouco. Talvez eu só não goste muito dessa vibe zumbi e horror sem qualquer tipo de suspense.

⚠️Minha opinião: não veja.

12: Mulher que sussurra/Bichinho de estimação

a mulher que sussurrava junji ito

Mulher que sussurra é a história de uma menina que tem alguma doença mental e precisa de cuidadores. Mas, diferentemente do esperado, essa menina possui algo bem atípico: ela não consegue tomar decisões.

Devo sentar? Mas como? De frente? Com as pernas dobradas? De lado? Devo beber água? Vou me levantar agora? Deveria me deitar? Todas essas perguntas – para as quais tomamos decisões rápidas – são feitas o tempo inteiro.

E já era de se esperar que nenhuma cuidadora aguentasse isso. Contudo, a nova cuidadora não só suporta as perguntas intermináveis da menina como também lida bem com o trabalho… bem até demais.

⚡Minha opinião: veja.

história do gato

A história Bichinho de Estimação traz de volta os irmãos Soichi e Koichi, personagens do mundo do Ito. Só que nessa, a família arranja (como diz o próprio nome) um gato.

E, como sempre, o Soichi perturbado decide atazanar todo mundo e fazer o gato virar o the mônio em forma de animal. Ela me passou exatamente a mesma impressão da outra história, algo meio em uma vibe slice of life que é até destoante demais de outras histórias da lista.

Acaba dando vontade de dormir.

⚠️Minha opinião: não veja.

A decepção estética dos fãs de Junji Ito

Junji Ito tem como sua marca registrada as páginas de mangá extremamente trabalhadas graficamente, com ótimos requintes de horror. Como é um mangá, ou seja, não colorido, o preto e branco é um adicional importante aos seus desenhos cheios de vida (ou morte).

Bem, eu não desenho mangás. No entanto, sei que a experiência de mangás e animes é – indubitavelmente – diferente. Seja para melhor, seja para pior.

O que faz com que muitos fãs de mangás aclamados odeiem suas adaptações é a diferença temporal entre a leitura (atividade ativa) e a recepção de conteúdo audiovisual (atividade passiva). Em um episódio de 24 minutos, muitos recursos poderão ser utilizados para se chegar a um resultado alcançado com uma página de mangá.

Isso porque o mangá precisa ser exagerado, com todos os detalhes, a fim de dar a sensação de movimento de um anime. Há muito trabalho minucioso para que uma página tenha o impacto que merece ter.

Por isso, Junji Ito: Maniac recebeu grande ojeriza de seus fãs: é extremamente difícil reproduzir uma assinatura gráfica tão minuciosa como a dele sem perder o impacto e o horror que são tão presentes no material original.

Finalizando esta crítica de Junji Ito: Histórias Macabras do Japão

Apesar de ter tido um bom trabalho fazendo essa lista, e selecionando as que eu gostava (e não gostava), posso dizer que não foi uma total perda de tempo. Vamos contabilizar: são, ao total, 20 histórias. Das 20, 9 delas foram aqui recomendadas por mim.

Bem, se colocarmos isso em porcentagem, há um aproveitamento de 45% do material disponibilizado na Netflix. Junji Ito: Histórias Macabras do Japão não passou de ano, mas também não é de se desprezar tudo.

Por isso, é possível dizer que algumas dessas histórias possam ser uma porta de entrada para quem NÃO CONHECE e nunca leu nada do Ito. Por meio delas, acredito que possa ser instigada a procura pelo material original.

Para quem já conhece as obras dele, dificilmente será uma experiência agradável. No entanto, confio muito na seleção que eu fiz aqui, e acho que é um ótimo ponto de partida para quem pensa em assistir algo de terror/horror despretensiosamente.

Apesar da falta gráfica que lhe é característica, a adaptação da Netflix não te deixa esquecer que aquele é o trabalho de Ito. Inclusive, vi muitos comentários falando que a adaptação escancarou uma falha de enredo que lhe é própria em algumas histórias. Não consigo dizê-lo com propriedade, mas tenho grande esperança nos materiais originais.

E você, o que achou de Junji Ito: Histórias Macabras do Japão?

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Escrito por

Helena Nunes

Advogada | Professora | Concurseira triste

Máquina de spoiler | Jojofag

Campos - RJ

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