Antes de mais nada, é preciso adiantar que Shuumatsu no Harem é um ecchi. Sim, tem muito peito e bunda rolando soltos na tela quase que constantemente. E talvez você até esteja pensando porque raios eu estaria recomendando uma coisa dessas aqui na Cúpula. Eu te respondo: pela história por trás de tudo.
Um ecchi com história? Pois é, alguns possuem. E é o caso de World’s End Harem. Ademais, é preciso salientar o fato da importância da negligência neste caso.
Uma obra tem diversos efeitos a partir de quem a consome. Isso vai depender de como a pessoa é e a forma que ela interpreta os fatos. Se você for parecido comigo e não for muito adepto ao gênero ecchi, vai ser necessário ignorar muitas cenas para poder reter algo “importante” da animação.
Mas, enfim, o que tem de bom em Shuumatsu no Harem que faz valer a pena assistir o anime?
A história de Shuumatsu no Harem
O plot de World’s End Harem me remeteu ao “O Senhor dos Espinhos“, mangá de Yūji Iwahara. A propósito, eu escrevi um crítica aqui na Cúpula sobre o que eu achei da adaptação em filme desta obra. Depois dá uma lida. Embora não tenha sido tão empolgante quanto o material original, ainda assim é muito bom.
Porém, voltando para Shuumatsu no Harem, temos um mundo onde 99,9% dos homens foram extintos. Isto por consequência de um terrível vírus que afeta, obviamente, somente os homens. Agora, a terra passa por uma fase de declínio com a ausência do sexo masculino.
No entanto, alguns homens remanescentes são imunes a esse vírus. E ficou incumbido a eles a missão de restaurar o equilíbrio do universo tendo relações com as mulheres. Aparentemente são três principais. No decorrer da história vai sendo revelando que há outros mantidos em segredo (por que será?).
Logo nesta introdução fica bem clara a proposta da obra. Anime de harém não é nem um pouco novidade. A “inovação” é que começaram a surgir mais animes com harém invertido, onde a mulher é o centro das atenções. Mas a temática em si, nada de novo. Mas levanta a ideia de que será obsceno. E é exatamente isso. Como é um fato constatado, não há motivos para entrar nesse ponto.
Afinal, quem entrou no anime já sabendo disso (e está literalmente no título), não pode e nem deve esperar algo diferente…
Protagonista conservador? Sexo só depois do casamento? Que fofo!
Reito Mizuhara, o protagonista, é levado para uma instalação onde tem praticamente tudo que quiser.
A única condição, como uma espécie de pagamento da parte dele por estar ali é ter relações com as mulheres. Se levarmos em consideração que isto é algo imprescindível, tendo como foco o desenvolvimento da raça humana, até que faz sentido todo o negócio. Isso, também, entrando de cabeça na ideia do anime.
Só tem um único problema: ele ama alguém e não pretende fazer absolutamente nada que não seja com essa pessoa em especial. Claramente o último romântico! Essa tenacidade dele em se manter firme aos seus ideia é legal de acompanhar. Há alguns momentos que ele parece quase ceder, mas permanece irredutível quanto a seu posicionamento.
Enquanto isso, os outros homens se entregam por completo a libertinagem, vivendo aquela vida boemia sem nenhuma preocupação. O fato é que, em um dos casos, esse estilo de vida acaba tendo um efeito negativo e denotando uma face obscura que precisava apenas de um gatilho para ser exposta.
Por fim, o protagonista se mantém firme até o final e acaba não tendo relações com nenhuma mulher ao longo dos 11 episódios do anime. Muitas pessoas que assistiram ao anime taxaram o personagem de “estraga prazeres” ou mesmo que ele não merecia ser o protagonista da história. De fato o último romântico. Nos dias de hoje ninguém pensa mais em se guardar. Trágico, trágico.
Uma história, dois públicos
É incrível como, em dado momento do anime, a narrativa sofre uma bifurcação, quase como separando a água do vinho. Reito decide que irá estudar e desenvolver a vacina para este vírus. A partir daí temos um arco inteiramente focado nesta pesquisa. Quase sério e sem nenhum traço de ecchi.
Todavia, do outro lado inicia-se um arco sobre um outro personagem, um homem, que se rendeu aos prazeres da carne. Acompanhamos todo o processo dele. Desde o momento que ele chega na instalação, até o clímax de toda sua trajetória. Mas aqui é puramente sexo. Fica claro que é uma abordagem voltada para a galera que entrou no anime porque queria ver peitos e bundas.
Embora tenha um desenvolvimento, um background para tentar respaldar a personalidade do indivíduo e os motivos do porquê ele ser como é, ainda assim não nega o intuito. Como, por exemplo, aqueles animes de garotas que viram aviões. Nada a ver, mas funciona para vender action figure.
Então, se você resolver assistir World’s End Harem, vá pelo caminho do protagonista e sua busca em desenvolver uma vacina para esse vírus mortal. Reiterando, quase dá para esquecer que é um ecchi.
Conspirações, conflito de interesses e um final confuso
É trago a tona que o vírus não é natural, mas desenvolvido pelos seres humanos. Inicialmente é uma conspiração. Não há como provar nada. No entanto, remete a vida real. Quantas vezes já não ouvimos alguém comentar que “vírus x” foi criado pelos humanos para, por exemplo, diminuir a população?!
É interessante como os animes carregam uma mensagem que facilmente pode ser usada na vida real. Muitas obras, inclusive, possuem esse papel. Não somente fazendo alusão, como utilizando dos fatos reais para construírem sua narrativa.
Mas se o vírus da história de World’s End Harem realmente tiver sido desenvolvido por humanos é porque há um interessa nos bastidores. Qual seria esse interesse? Por que se dar ao trabalho de fazer algo que afetaria todo um sistema do mundo? Você precisará assistir o anime se quiser descobrir a resposta. Contudo, te adiantando, o final vai parecer não fazer muito sentido, mesmo com explicações.
Finalizando a crítica de Shuumatsu no Harem
Como supracitado no início desta crítica, é preciso fazer muita vista grossa para tirar algum proveito de toda essa história. Não obstante, não é impossível.
O anime não tem nada de extravagante, desde sua animação até sua trilha sonora. Nada que possa de fato ter um impacto absurdo. Há alguns poucos momentos que surpreendem, mas nada avassalador.
No fim, é um anime bem mais ou menos, tanto que a nota dele no MyAnimeList é 6.0, mas que consegue entregar uma ou duas coisas se tiver um (grande) esforço da parte de quem está assistindo.
Em conclusão, eu também gravei um vídeo sobre esse anime lá para o Meu Mundo Otaku, meu canal do YouTube. Confere aí, se tiver interesse: