Eu sei, eu sei. Demorei para trazer essa RD3. Porém, em minha defesa, o motivo é o próprio anime. Mais especificamente a maneira como a produção resolveu lançar Oshi no Ko. Vou aprofundar isso mais à frente no texto, mas o que posso deixar claro, desde o comecinho dessas primeiras impressões, é que o anime é legitimamente bom.
Sei que é natural criarmos certa aversão sempre que um anime balança o top do ranque do MyAnimeList, porque geralmente é só “uma grande base de fãs manipulando votações”. Ou seja, pode ser que o anime está lá “porque os fãs quiseram votar em peso e zoar o ranque”, e não por mérito (aconteceu com Ishuzoku Reviewers, e com o retorno de Bleach no ano passado).
Mas, independente disso, Oshi no Ko é bom. Aliás, muito* bom. Bom o suficiente para eu poder afirmar que erramos nas escolhas trovejantes de abril ao não colocar esse anime como uma delas.
Enfim, vamos lá…
- Gêneros: Drama, Sobrenatural
- Estúdio: Doga Kobo (Plastic Memories; Gekkan Shoujo Nozaki-kun)
- Diretor: Hiramaki Daisuke
- Material fonte: Mangá (do mesmo autor de Kaguya-sama!)
- Onde assistir: HIDIVE (não disponível no Brasil)
- Novos Episódios: Quartas
Do que diabos se trata Oshi no Ko?
Garanto que essa é a pergunta que muitos se fizeram quando viram a popularidade estrondosa que o anime vem construindo. E, bem, por si só, meio que já é um spoiler explicar do que se trata. Digo isso porque a sinopse não deixa 100% claro e o trailer passa longe de ajudar no entendimento.
Falando por mim, assistir o episódio 1 sem saber de praticamente nada foi uma experiência excelente, e convido você a fazer o mesmo.
Porém, entendo que nem todos curtem isso, então vou seguir com o texto.
Aprofundando em Oshi no Ko
Para os que ficaram, adianto que essa história começa de um jeito, mas o rumo que tomamos a partir do segundo episódio é bastante diferente do começo.
Como citei na intro do texto, o primeiro episódio do anime conta com um FILME (basicamente) para começar a história. Nesse início acompanhamos a história de Ai, uma idol (uma Aidol, sacou!?!??) que, assim como qualquer outra, passa por diversos perrengues por conta de seu ramo.
A garota acaba por ficar grávida, e isso pode acabar com a carreira de uma idol (literalmente). Por conta disso, o agente dela decide levá-la para um hospital distante, numa região mais remota do Japão.
Lá, Ai se encontra com um médico (que, por sinal, é fã pra caramba dela). Esse médico trabalha tem um tempo no hospital e, mesmo sendo jovem, atuou no tratamento de algumas coisas mais sérias, inclusive de uma menina que, aparentemente, tinha uma doença terminal.
Ambos, o médico e a menina, conversavam sobre Ai. Acredito até que o médico passou a ter gosto pela idol após ver o amor da menina por ela, ou algo assim. Não é tão relevante para a história assim, mas o fato é que ambos adoravam a celebridade.
O inesperado isekai
Tudo ia “bem”. Afinal, a menina que o médico cuidava já havia falecido antes mesmo de Ai chegar no hospital, então o luto já havia passado. O médico passa a cultivar uma relação de amizade com Ai. Alguns meses passam, e, quando Ai estava praticamente tendo seu bebê, o inesperado acontece: o médico é assassinado por um stalker maluco de Ai.
É. Doidera mesmo.
Quando o médico acorda, ele já é “Aqua”, apelido para “Aquamarine”, o nome bizarro que Ai dá para um de seus gêmeos.
Sim. Ai teve seus bebês, e o médico, morto, renasce como um deles. E não escrevi errado: são bebês, no plural mesmo, pois Ai teve dois de uma só vez. Um menino, Aqua, e a menina, Ruby.
A rotina e a vida em família (só que de uma idol bem popular)
O episódio um passa boa parte mostrando como é a vida de uma idol e como é dura essa realidade. Aprendi umas coisas interessantes assistindo esse primeiro episódio, como, por exemplo, o fato de mesmo uma idol sendo bem conhecida, ela não necessariamente tem uma vida de rica. Na verdade, tá mais para uma classe média que trabalha bastante e não recebe de maneira equivalente.
É bacana também ver os corre dessa indústria e como ter filhos pode complicar tudo. Complica até mais do que em uma família convencional, tendo em vista que existe toda uma cultura de “idols precisam ser puras, intocadas”. E bem, bebês não vem de cegonha, pasmem. Existem diversos documentários por aí (até na Netflix) que falam mais sobre essa indústria doida, que, inclusive, muito se parece com a de kpop.
Nesse primeiro episódio de Oshi no Ko, então, acompanhamos a vida de Aqua, Ruby e Ai, junto com sua equipe de produção. A vida passa normalmente, com os corre corre da cidade grande 🎶
Não consigo averiguar, mas confio!
Não sei até que ponto todas as informações ali são verdadeiras, mas gosto quando animes falam mais sobre a indústria do entretenimento japonesa, seja sobre mangás, animes, idols, filmes, etc.
O autor do material fonte de Oshi no Ko é Aka Akasaka, mesmo autor de Kaguya-sama. Esse fator é importante para, inclusive, eu poder passar com segurança e autoridade para você que, mesmo tendo oportunidades para fazer cenas à lá Mushoku Tensei, o anime não vai para este lado.
Isso é bom, porque assim você não é retirado da narrativa por motivos de: vergolha alheia.
Se não confia em mim, confia no cara!
Para finalizar: um cliffhanger caprichado!
Todo o primeiro episódio faz você sentir diversas coisas diferentes.
Você vai da comédia para o suspense, volta para comédia, e aí certa tensão é construída. Seu coração aquece, mas logo você se vê pensando “epa, tem caroço nesse angu”, e do nada você se vê chorando.
A montanha-russa de emoções proporcionada no episódio 1 de Oshi no Ko é consequência da sábia escolha de fazer esse prólogo de uma hora e meia.
Dividindo isso por episódios, teríamos cerca de 4 episódios, que você iria consumir, semanalmente, ao longo de praticamente 1 mês inteiro. Controlar as emoções do espectador seria um desafio muito maior para o diretor, porque, afinal, de uma semana para outra sua vida pode mudar e sua vibe não sintoniza mais com aquele anime. Além disso, é muito mais eficiente entregar uma experiência imersiva em uma hora fucking meia do que em apenas 20min, que seria um tempo normal de episódio de anime. Muita gente, inclusive, não gosta tanto de animes serem tão “curtinhos”. Não da de entrar na pira, já ouvi falarem por aí.
Quem não estiver gostando, dropa antes de acabar. Quem estiver engajado, estará vidrado.
Então, essa foi a estratégia do epi 1 de Oshi no Ko. Ao final, somos presenteados (ou assombrados?) por um clímax de matar.
Você fica completamente preso, querendo mais. Pode acreditar!
As mudanças a partir do segundo episódio
Ouvi algumas pessoas, o Dudi incluso, dizendo que o anime fica menos interessante a partir de seu segundo episódio. Entretanto, não é assim que eu me sinto.
É claro que o episódio 1 em si impacta muito mais e marca muito mais. É nosso primeiro contato com a obra, e a experiência da parada foi de outro nível. O estúdio Doga Kobo caprichou, mesmo que nunca teve nada super relevante no portfólio.
O diretor é nessa mesma pegada; praticamente nada chamativo no histórico. Ou seja, dava para não esperar nada, mas entregou tudo.
E é aí que mora o ponto do argumento da galera: o episódio 1 foi tão bom que ofuscou os outros.
Pode ser verdade, de certa forma. Porém o que me prendeu em Oshi no Ko foi o capricho técnico da parada, ao mesmo tempo que mostra um lado menos romantizado da indústria.
Podemos acompanhar a história de nossos protagonistas, que possuem suas próprias ambições, ao mesmo tempo que podemos aprender um pouco e ter contato com novos personagens bem interessantes. Afinal, em Aka Akasaka, podemos confiar.
Eu gosto mais de aprender sobre a indústria e ver onde poderemos chegar do que apenas a experiência do episódio 1 em si. É como se a experiência do episódio 1 fosse isolada, algo à parte. Realmente é um prólogo. Senti algo parecido quando assistimos e conversamos sobre o filme de No Game no Life; é tão diferente da vibe do anime que parece que você tá vendo outra coisa, outro universo. Chega a ser difícil, inclusive, comparar.
Então, traduzindo: gosto do rumo que Oshi no Ko está tomando. Não acho que esteja ficando menos interessante do que foi o episódio 1. A única coisa é que, obviamente, não vivemos a montanha russa emocional novamente.
Finalizando as primeiras impressões de Oshi no Ko
Tenho certeza que faremos um episódio do CúpulaCast sobre essa série, então não me estenderei muito mais por aqui. Inclusive, muito provavelmente você que está lendo isso já até assistiu o anime. Demorei para fazer a RD3, porque fiquei pensando na matemática da “Regra de 3″… Se geralmente assistimos 3 episódios, que totalizam uns 60min, eu deveria assistir quantos de Oshi no Ko para poder dar meu veredito das primeiras impressões? Na dúvida, segui a lógica de “número de episódios” e vi até o 3.
Agora, cá estou, recomendando fortemente esse anime que com certeza é tão bom quanto falam por aí. Se “merece” estar num top 10 do MyAnimeList, aí já é cedo demais para afirmar. Acho errado qualquer coisa inacabada estar por ali, mas isso é discussão para outra hora…
Msa e vocês, o que estão achando de Oshi no Ko?