Peter Grill and the Philosopher’s Time (Peter Grill to Kenja no Jikan), apesar de todos os seus problemas, estava, até o final de seu terceiro episódio, sendo um entretenimento que valia seus 12 minutos por episódio.
Porém, claro, os imbecis precisavam chegar até aquele ponto… mas tratarei disso mais à frente.
- Gêneros: Harém, Ecchi, Fantasia, Comédia
- Estúdio: Wolfsbane
- Episódios: ?
- Disponível: Crunchyroll
- Página do anime aqui na Cúpula, e no MAL
Pera, isso é HENTAI!?
Quando eu li a sinopse de Peter Grill and the Philosopher’s Time, eu juro que eu pensei “cacete, isso aqui vai ser um ecchizão daqueles”.
Mas na verdade, esse anime foi além. Porque Peter Grill é, literalmente, um hentai.
A Crunchyroll só não admite, e o MyAnimelist não colocou nos gêneros, mas desconheço o motivo para tal. Afinal, olha a sinopse dessa parada:
“Peter Grill é conhecido por ser o lutador mais forte do mundo. Ele tem uma amiga (namorada, mais ou menos), e ele está tentando constantemente ficar mais próximo dela. A vida dele era ótima! Até ele perceber que, agora, dezenas de garotas querem ter ele como o pai de seus filhos.”
É isso mesmo isso que você leu.
E o anime vai direto ao ponto, porque já no primeiro episódio temos duas ogras querendo as “sementinhas” do Peter para ambas terem filhos fortes.
Nos primeiros momentos você já consegue entender que esse anime não quer entregar nada além de situações onde teremos o protagonista lidando com garotas gostosas.
Só que isso por si só não é bem um problema. Afinal, Peter Grill and the Philosopher’s Time nunca prometeu entregar algo fora disso, certo?
Se mesmo ao ler a sinopse, você clicar e ver o primeiro episódio… bem, você mesmo botou sua conta em risco.
Eu botei minha conta em risco.
Pera, parece que você tá “falando bem” de Peter Grill!? É isso mesmo, André?
Na verdade, sim.
Porque esse talvez seja o único ponto positivo do anime: ele não mente para você.
Ele não te promete uma aventura cheia de desafios, e do nada vai jogar a bunda de uma menina na sua cara.
Ele não te promete lutas empolgantes com animações fora de série, mas que em toda luta as garotas ficam nuas para prazer dos punheteiros de plantão.
Peter Grill, na verdade, abraça e beija os punheteiros.
Os traços, apesar de inconsistentes, são bonitos. As moças são desenhadas tão bem quanto em qualquer ecchi (pelo menos nas cenas estáticas, que predominam em 99% deste anime). Até mesmo o protagonista é bem desenhado e é bem bonitão.
O Wolfsbane produziu até agora, literalmente, somente este anime. Sim, Peter Grill to Kenja no Jikan é o primeiro e único anime deste estúdio.
Já o diretor, por outro lado, chamado de “Tatsumi“, tem um histórico bem grande na produção de hentais. E isso explica muita coisa.
Para somar, outro ponto positivo aqui é o timing cômico. Eu realmente cheguei a rir enquanto assistia essa porcaria. Não sei o que me deu… talvez eu tenha algum problema. Mas realmente ri, admito.
O roteiro é completamente forçado para tudo dar errado, mas também para tudo dar certo ao mesmo tempo, então tudo acaba na mesma velocidade que começa. Só que continua engraçado! Vai entender.
E bem, se você ignorar o fato de o Peter pensar mais com a cabeça de baixo do que com a de cima (e da normalização do adultério que isso gera), tudo corria bem (POIS É!).
Mas só até o final do terceiro episódio…
O grande problema de Peter Grill and the Philosopher’s Time
Gostaria de poder ter um melhor entendimento de todo o impacto que usar um recurso narrativo como estupro pode causar.
Afinal, o estupro, como elemento narrativo, levanta polêmicas demais. Não importa onde e como seja usado. Todavia, não sou hábil para conseguir apontar todos os problemas gerados. Mas eu sei que gera problemas.
E não me venha com o papo de “hentai é assim mesmo”, ou “ah, mas isso sempre foi assim no Japão”. Cara, se sempre foi assim, sempre foi errado. E deu. Não tem papo.
Introduzir um monstro estuprador já é um erro, porque além de clichê, é tosco. Mas em Peter Grill, o estupro foi usado literalmente como fetichização de um ato cruel, violento e traumatizante. Não importa quem você é, e de onde você vem. Essa é a definição de estupro.
Esse elemento, como foi usado em Banana Fish, é uma coisa. Porque você, como espectador, entende o contexto e o que esse ato criminoso causou, em termos de construção de personagem. Ainda, você saca que rolou, mas não precisa ver o ato.
Em Goblin Slayer, algo QUASE assim acontece. Mas o White Fox errou, porque botaram a garota numa posição completamente erótica, só para parecer “sexy”. Digo que o estúdio errou porque não importa se no mangá está assim também. Tinha que mudar. A ideia, na cena, era passar medo e desgosto, não deixar seu pau duro.
Agora, em Peter Grill, tiveram a AUDÁCIA e fazer a heroína ser pega pelo tal monstro, E AINDA FICAR CORADA enquanto estava prestes a ser violada.
Cara, vai tomar no cu.
“É hentai”.
Ok, se é “hentai”, é para fazer alguém ficar excitado, com tesão, né? Você fica com tesão ao ver alguém sendo estuprado? Pior, por um monstro?
Procura um psicólogo.
Finalizando a RD3 de Peter Grill to Kenja no Jikan
Eu queria que o finalzinho do episódio 3 não existisse, porque eu estava legitimamente me divertindo com esse anime.
Sério, eu sei que a premissa é patética, e o anime é completamente superficial no que tange a história. Mas ele não mentiu para mim, e os episódios têm apenas 12 minutos. Fora que eu ri de verdade com algumas das situações.
O traço é aceitável, e a animação é medíocre, porém eles fazem umas jogadas de quadros que parece um quadrinho animado que fica até interessante.
Contudo, Peter Grill and the Philosopher’s Time me perdeu com o final do episódio 3. Todo o lado sombrio da indústria da pornografia mesclada com a do hentai apareceu, fetichizando um ato que chega a ser pena de morte em algumas regiões do mundo.
Nem presidiário perdoa estuprador, cara.
Não seja pior que um presidiário.
Talvez eu assista até o final, porque quero ver se Peter Grill terá errado grotescamente somente ali, porque de resto, levando em consideração somente o entretenimento (e passando pano aqui e ali), é um anime que pode ser ok.
Veremos.
Na dúvida do que assistir nessa temporada? Dá um pulo no nosso eletrizante GUIA DA TEMPORADA!
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