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Análise

Goblin Slayer é bom? Vale a pena ver o anime? | Crítica

A dark fantasy polêmica, cruel e realista: Goblin Slayer!
15 minutos para leitura

Animado pelo estúdio White Fox e dirigido por Takaharu Ozaki (que foi assistente de diretor em Terra Formars), Goblin Slayer chegou às telas de maneira surpreendente, no mínimo. 

Afinal, o padrão RPG like apresentado por obras como KonoSuba, SAO, Log Horizon e Dungeon ni Deai é praticamente amassado e jogado no lixo já no primeiro dos doze episódios da adaptação da light novel escrita por Kumo Kagyu e ilustrada por Noboru Kannatuki

Além disso, afirmo ainda que o termo dark fantasy define bem o gênero da obra. Na verdade, talvez a coloque no podium de animações que trazem o mundo estilo RPG dentro da demografia seinen.  

Se o que você procura é violência explícita, um protagonista frio com fortes convicções, traços de D&D e um quase-pseudo-harém, você está no caminho certo! 

Goblin Slayer teve uma chegada marcante

É inegável a constante presença que teve o título “Goblin Slayer” em sites de conteúdos relacionados a animes, principalmente durante sua exibição semanal na televisão japonesa. 

Afinal, qual animação da época que mostrou, ao vivo e em cores, um grupo de adolescentes sonhadores que recém tinham se filiado à uma associação de aventureiros e pegaram sua primeira ambiciosa missão serem completamente destruídosarrasados, e, de fato, mortos por um bando de meros goblins?  

Sim, por meros goblins! Peço perdão pelo termo “meros”, Goblin Slayer-san.

Utilizei o termo igual a sacerdotisa loirinha bonitinha, a única integrante do grupo que foi salva pelo protagonista quando estava chorando e, literal e explicitamente, urinando nas calças de medo após ver sua party devastada.

Isso tudo nos primeiros 10 minutos do primeiro episódio!  

impacto gerado pelo primeiro episódio de Goblin Slayer foi gigantesco.  

A polêmica em Goblin Slayer: apologia, sensualização ou foi sem querer? 

Neste mesmo primeiro episódio, uma das garotas do grupo sonhador de adolescentes tem seu corpo violado pelos monstros. Pois é, estupro está presente já no primeiro arco da história, pasmem.  

Os produtores, juntamente com o autor, queriam causar polêmica?

Queriam atenção? Queriam mostrar o lado sujo dos goblins, e somente isso, sem segundas intenções?  

Nunca saberemos com certeza. Mas algo é certo: isso gerou muita repercussão na internet, o que elevou pra caramba a popularidade do anime.

Menina sendo segurada por goblins em Goblin Slayer
“Algo pior estava por vir…”
Priest com muito medo em Goblin Slayer
“Todos ficamos mais ou menos assim após o ato, eu acho”

Por questões narrativas e dramáticas, achei interessante o ato em si. CALMA!

Não me julguem ainda! Interessante somente no sentido de mostrar a real natureza dos monstros esverdeados. Só isso. Pois, apesar de serem pequenos e parecerem inofensivos em sua maioria, são malvados e cruéis como qualquer outra raça de monstros selvagens de um RPG.  

Acredito que a ideia, além do óbvio merchandising, foi criar no telespectador um certo desgosto pelos monstrinhos desde o começo do anime (desgosto que aumenta com o passar dos episódios, acredite).  

Entretanto, ao meu ver, a cena em si foi reproduzida de maneira extremamente errada. Ao assistir, é impossível não notar que houve sensualização do ato. Sensualização de estupro, cara.  

Sendo assim, entendi o motivo, porém…

“Ah André, mas como mostrariam a crueldade com que os goblins tratam seus reféns? É uma batalha, quem perde sofre as consequências mediante aos vencedores. Sempre funcionou desta maneira, até mesmo na vida real. Você está exagerando! ”.  

Eu entendo o lado dos produtores em querer dar ao público uma cena forte dessas.

Como mencionei antes, achei essencial para despertar no telespectador raiva e desgosto pelos goblins (fora o merchan), para que cada vez mais o público se identificasse com o Goblin Slayer-san, nosso protagonista, e compactuassem com a ambição dele. 

A empatia para com o protagonista é necessária nesse tipo de história para que a mesma não pareça apenas um massacre sem sentido em cada novo episódio.  

Além disso, a cena torna mais fácil o entendimento dos distúrbios e traumas que aquelas aberrações verdes causaram no nosso herói em sua infância. 

Minha conclusão sobre a polêmica de Goblin Slayer

Onde eu quero chegar: todos já sabiam o que iria acontecer ali quando a garota foi capturada e despida pelos goblins.  

Veja bem, bastava introduzir elementos narrativos que antecedessem esta cena, e estes, confirmassem ainda mais o que viria a acontecer com as reféns capturadas.

Elementos narrativos estes que foram mencionados e discutidos diversas vezes, porém somente nos episódios posteriores da série.  

Quem acompanhasse os episódios seguintes já saberia o que aconteceu naquele momento, descartando a necessidade de explicitar o ato na tela.

Na verdade, mesmo que você assistisse apenas o primeiro episódio, você certamente já saberia o que aconteceu com a pobre lutadora.

Por isso, não precisava ter colocado o monstro apertando o traseiro da garota. Muito menos ter dado um zoom naquela posição que, para quem já praticou qualquer tipo de ato sexual, sabe que é bem erótica e sensual.  

Os produtores pelo menos não tiveram audácia de fazer a bochecha da vítima ficar corada. Seria uma afronta completa. O pior é que já vi tal acontecimento em algumas obras (e não foi em hentais, eu juro).

Meninas atacadas por goblins na carroça de Goblin Slayer
“A triste e cruel realidade”

Menos assédio e mais D&D!

Saindo do assunto polêmico, Goblin Slayer nos mostrou um mundo medieval-mágico que, ao mesmo tempo que é fantástico, é justo

Os traços de D&D são fortes. Guerreiros não possuem stamina infinita e são fortes dentro dos limites humanos (caso sejam humanos, é claro), magos não possuem mana abusiva e clérigos são limitados a milagres diários.

O mundo de Goblin Slayer é algo que realmente leva o telespectador a se imaginar em um lugar onde é preciso dar duro para sobreviver.  

Se rolar um “erro crítico” nos dados você pode realmente morrer. Essa ideia está fortemente presente no anime, que nos traz isso de maneira sútil e inteligente.

Um bom exemplo é o momento em que o primeiro carinha do grupo de adolescentes antes mencionado bate a espada no teto da caverna.

Ele perde o controle da batalha contra os goblins, causando sua morte quase que instantaneamente, a medida que os monstros verdes mutilavam seu corpo na frente de seus colegas de grupo (os que ainda restavam).  

Ou, ainda, a bruxinha do mesmo grupo, que acabou por subestimar os goblins e terminou sendo esfaqueada na barriga logo nos primeiros momentos do combate.  

A moral é: estar em um local de nível superior ao seu em um RPG pode ser fatal. Nem sempre dá certo caçar monstros que não são para o seu bico, e o estúdio White Fox não hesitou em executar o esperado.  

Tô viajando sobre Goblin Slayer?

Agora, sobre o universo do anime: seria o mundo de Goblin Slayer apenas um jogo de RPG sendo jogado por deuses, como sugerem algumas cenas rápidas durante os episódios?  

Dessa forma, seria tudo fruto da imaginação de tais deuses? Ou, melhor, a imaginação destes deuses toma forma concreta à medida que os dados são jogados? Ou será que estou viajando muito e na verdade é só um mundo normal mesmo?  

Constantemente me fiz perguntas desse tipo enquanto me deleitava com o desenho japonês.  

Dados sendo jogagos na openning de Goblin Slayer
“Referências até mesmo na abertura!”

Realismo, engenhosidade e sagacidade! 

O ponto chave foi a abordagem principalmente realista dos acontecimentos que Goblin Slayer passa a quem assiste.  

O desenho passa a real sensação de medo, preocupação, incerteza.

Houveram horas que eu realmente pensei “putz, é agora!”. Acima de tudo, o anime nos coloca lado a lado com o protagonista em sua incansável vingança contra os monstrinhos que acabaram com quase tudo que ele amava (sim, quase tudo, ainda restou a fazendeira com seios avantajados, não é de todo mal, cá entre nós hehe).  

Combates estratégicos e soluções engenhosas trazem um tom ainda mais intrigante a série. O Goblin Slayer-san usa toda a sua experiência nos embates que enfrenta, fazendo jus ao seu rank de Prata.  

Nos combates em que teoricamente ele estaria em desvantagem, tal experiência em combater goblins é posta à prova e a solução encontrada geralmente é inteligente e sagaz, contornando a situação com maestria e fazendo-a ficar a favor dele.  

Soluções estas que são bem acompanhadas de uma animação acima da média e uma trilha sonora de mesmo nível, fazendo o telespectador se empolgar com as perigosas batalhas e ainda, com um sorriso no rosto, pensar: “uau, ele não tirou força através da amizade e do protagonismo, interessante!

O Ogro fazendo sua entrada em Goblin Slayer
“Pensa num desespero desolador ao dar de cara com esse amigão aqui”

Pequenos goblins, grandes negócios 

Outro ponto legal da história, é que, apesar de existirem de fato ameaças maiores no mundo do que goblins, o protagonista realmente não dá a mínima para isso.  

A sede de vingança é forte. E, além disso, no fundo, ele sabe que não é porque existem ameaças grandes que as pequenas devem ser ignoradas.  

Fazendo uma rápida analogia a algo mais generalista, eu interpretei algo mais ou menos assim: se cada um fizer sua parte, independentemente do nível de importância das partes, tudo dará certo no final.  

Ou seja, enquanto o herói rank de Platina dá cabo do Rei Demônio, o nosso Cortador de Barbas favorito (apelido carinhoso dado ao protagonista pelo anão carismático) e sua party estarão suprindo as necessidades de menor escala, como no arco da Cidade da Água.  

Aliás, quem não gostou da luta contra o Beholder (o olhão demoníaco), por favor se retire. 

Finalizando…

Em conclusão, a equipe de produção do anime conseguiu entregar uma obra de altíssima qualidade. Lembrando que é um anime de somente 12 episódios (eu só analisei o anime aqui). Se quiser ver uma comparação do mangá com o anime, dá uma olhada nesse especial do Dudi.

Reforço que a merecida nota que eu dei ao anime provém do mais simples argumento – Goblin Slayer entregou exatamente o que ele propôs desde seu primeiro episódio:

  • combates intrigantes e engenhosos;
  • um protagonista interessante e focado;
  • violência extrema;
  • meninas bonitinhas;
  • por último, mas não menos importante, goblins sendo surrados!  

Se você é uma pessoa tendenciosa a ter sentimentos vingativos e costuma sentir empatia por personagens, o desenrolar da história provavelmente tornou você quase em um segundo Goblin Goroshi (como diria o lagartão coadjuvante que gosta muito de queijo, ”Oh, o Néctar dos Deuses! ”).

No entanto, acho improvável que você tenha assistido Goblin Slayer do começo ao fim sem raiva. Duvido que tenha conseguido concluir a experiência sem nutrir sequer um certo nojo ou raiva pelos bichos verdes filhos da mãe.

Ainda, foi um anime que trabalhou muito bem alguns dos pontos necessários para se tornar um megahit. Provavelmente foi esse o fator que fez a obra estourar durante sua época de exibição.

Por esses ultimos motivos, e outros que citei ao longo da análise, eu dou um merecido…

Nota
8.5

/10

Estou errado? Rola um D20 aí e vê se você consegue escrever um comentário de qualidade a favor ou contra as opiniões dadas nesse review!

Continuação de Goblin Slayer?

Apesar de não termos nada dando certeza sobre uma segunda temporada, o último episódio do anime terminou com uma mensagem bem sugestiva.

Mensagem do final de Goblin Slayer

Certamente isso prova que os produtores tem vontade de realizar uma segunda temporada (ou até já esteja acertado isso, internamente).

O lado bom é fácil de encontrar, pelo menos. Some toda a popularidade que o anime conquistou com toda a venda dos Blu-rays. Ainda, considere e aumento das vendas do material original.

As chances estão bem favoráveis para voltarmos a ver nosso protagonista matador de monstrinhos verdes favorito.

EXTRAS

O Goblin Slayer e a Sacerdotisa
“A dupla dinâmica”
Fazendeira olhando para o Goblin Slayer
“A tal da fazendeira peituda…”
Beholder olhando para o grupo de protagonistas de Goblin Slayer
“Se não é verde não vale a pena matar, né, Goblin Slayer-san?”
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Escrito por

André Uggioni

Co-Fundador

Host do CúpulaCast

Criciúma - SC

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