9 minutos para leitura
Nunca é fácil participar das nossas reuniões de RD3. Eventualmente caem bombas prestes a explodir nas nossas mãos, e nossa, eu jurava que Raven of the Inner Palace seria uma baita de uma bomba. Daquele tipo que explodiria e jogaria para todo lado personagens desinteressantes, uma trama sem graça e uma produção super abaixo da média.
Graças a Deus, eu errei!
Ou pelo menos é o que eu quero acreditar.
- Gêneros: Fantasia, Histórico
- Estúdio: Bandai Namco Pictures (Gintama°, Mairimashita! Iruma-kun)
- Diretor: Miyawaki, Chizuru (Gintama°)
- Material fonte: Outro
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos episódios: Sábados
Um anime histórico, bem daquele jeitão
Eu curto bastante a atmosfera histórica dos animes que se passam em períodos mais antigos, tipo algo entre os anos 1500 e 1800, sabe? Aquele clima sem energia, que de noite você não sai na rua porque não tem poste ainda?
Em Raven of the Inner Palace, ou em japonês Koukyuu no Karasu, se passa nesse estilo novelão de época. O local: China antiga, bem no estilo de palácios antigos e grandiosos, ao mesmo tempo que temos ambientes sujos e destruídos, onde a crueldade e a fome reinam. Apesar de ainda não muito aprofundado, eu me senti realmente naquele local, naquelas condições.
Já nos primeiros momentos acompanhamos praticamente um golpe, onde temos a Imperatriz atual sendo destronada (se assim posso falar, não sei se é o termo correto) por Koushun, um dos herdeiros e que vira Imperador após o ato. Sendo sincero, eu ainda não entendi exatamente quem ele era antes do golpe, mas imagino que não seria possível ele virar Imperador só na porrada, né?
Enfim… Não é relevante! Porque apesar de ele parecer um tirano safado, na verdade a antiga Impetriz antiga é que era uma grande megera, e teve o que mereceu.
Do que entendi até agora, na China antiga, o Imperador tinha várias “consortes”, que apesar de ao começo eu ter interpretado como “cortesãs”, não são exatamente isso. Consortes são, em significado, “companheiras na sorte”, “cônjuge”, “quem tem vínculo matrimonial com um rei ou rainha”. Não ficou 100% claro no anime, mas acredito que existam várias mulheres nessa condição.
Uma delas, é Jusetsu, nossa protagonista.
Mas ela obviamente é especial.
A Consorte Corvo
Jusetsu é uma das consortes do Imperador, porém ela possui um diferencial: ela consegue mexer com o sobrenatural. É como se ela fosse uma feiticeira – ou uma bruxa, dependendo dos olhos de quem vê.
A Consorte Corvo é responsável por atender aos pedidos daqueles que a procuram, “seja para encontrar algo perdido ou para levar alguém à morte”, como nos ensina a sinopse. Somos introduzidos a essa premissa e aos elementos sobrenaturais logo no começo de Raven of the Inner Palace, pois no episódio 1 acompanhamos Koushun (o Imperador) fazendo um pedido para Jusetsu: entender se existe algum espírito possuindo um brinco de jade.
O Imperador é um cara frio, aparentemente sem emoções. Porém, claro, é bonitão e fala o que tem que ser falado, apesar de fazer isso com um rosto quase inexpressivo. Já Jusetsu é aquela mulher de personalidade forte, que bate boca e dá nos dedo. E nem vem com essa de “Ele é o Imperador, meça suas palavras, mulher!” que ela não tá nem aí!
Não demora para, após algumas interações e eventos, pintar um clima daqueles que a gente gosta entre os dois. Ok, pelo menos um clima que eu gosto muito. Ainda mais depois que eles começam a compartilhar um certo… segredo.
Contudo, mantenho minhas expectativas baixas, porque romance não consta nos gêneros oficiais do anime. Mas não custa nada sonhar, né?
A premissa de Raven of the Inner Palace, então
Enfim, apesar do possível romance que estou cavando em Raven of the Inner Palace, é provável que a trilhe mais para o caminho de desenvolvimento pessoal de Koushun, que possui diversos traumas e arrependimentos, e de Jusetsu, que apesar de ser a tal Consorte Corvo, que supostamente precisaria viver “sozinha”, não parece querer viver tão sozinha assim… E nem falo aqui no jeito romântico da coisa, ok? Pessoas precisam de pessoas. “O homem é um animal sociável”, como nos ensinou Aristóteles.
Acredito que o desenvolvimento desses dois ocorrerá por meio de uma trama bem episódica, onde teremos vários mini arcos com diversas tarefas diferentes sendo requisitadas, até, eventualmente, um clímax que eu ESPERO ser romântico, apesar do que disse acima 😛
O lado bom é que tudo isso vem acompanhado de um traço belíssimo. Sério, é de ficar de queixo caído de tão bela que a produção está conseguindo deixar a Jusetsu.
Da maneira que descrevi tudo até agora, Raven of the Inner Palace parece melhor do que é
Apesar de você ter chego até essa parte desse texto de primeiras impressões com um brilho nos olhos, sou obrigado a deixar claro que Raven of the Inner Palace não é tudo o que parece.
Como citei acima, algumas coisas ficaram confusas, e não parece que o anime terá vontade (ou tempo) para desenvolver uma boa construção de mundo. Acredito que, além de não ficar clara a posição política daquele império (que, supostamente seria importante numa trama imperial), acredito que toda a parte sobrenatural também se limitará ao clássico “porque sim”.
Pessoalmente, eu gostaria de um melhor trabalho nessas áreas, e não sinto que o anime irá para esse lado. Como citei acima, acredito que o mesmo focará no desenvolvimento pura e unicamente dos personagens e com tramas episódicas, meio numa pegada InuYasha, mas sem tanta ação.
Apesar do traço ser bonito, não tem personalidade em qualquer coisa que não seja a protagonista. Parece um webtoon genérico chinês, ou qualquer “anime de época” (que termo, eim). Além disso, a parte sonora não chama a atenção, e se torna bem repetitiva e bem genérica-chinesa também.
Ah, e apesar de eu ter escrito os nomes dos personagens como são de fato pronunciados, na legenda da Crunchyroll tá tudo escrito em chinês, que são Shouxue e Gaojun. Quem é quem, deixo para vocês descobrir, mas uma coisa eu tenho certeza: vai gerar desconforto ao ouvir os personagens falando uma coisa, e na legenda está escrito outra.
Fora a opening, que, pelo amor de Deus, como é ruim. Chega a ser cringe.
Finalizando as primeiras impressões de Raven of the Inner Palace
Mesmo com o agressivo subtópico acima, posso dizer que esse anime vale sua RD3 para tirar suas próprias primeiras impressões. Eu vou continuar assistindo, mas porque eu gostei demais da personalidade da protagonista e da ambientação histórica, mesclada com a possibilidade de um romancezão delicioso. Me lembrou Akatsuki no Yona, que apesar de ir mais para ação e aventura, é nessa mesma pegada. Acho.
Até cena de QUASE beijo já teve… 🔥
Então, se você não tem muito tempo disponível, provavelmente Raven of the Inner Palace será uma bomba que, mesmo que exploda, você esteja longe o suficiente para nem ver se explodiu para o bem, ou para o mal. Afinal, não é uma produção que se destaca em meio a uma temporada com tantas obras relevantes saindo.
