Akebi’s Sailor Uniform ou Akebi-chan no Sailor-fuku com certeza é um anime que não faz meu tipo. Mas devo dizer que como “primeiras impressões” eu fiquei surpreso.
Apesar de ser bem bobinho, há muitos valores envolvidos nessa história. Ele pode não ser para mim, mas é inegável que sua mensagem é relevante.
Outro ponto a ser levado em consideração antes de entrar nas primeiras impressões é o quesito técnico. Mesmo não tendo uma alta taxa de quadros por segundo e uma animação fluida 100% do tempo, a direção é quase impecável, e o nível de detalhe surpreende. Pensa num anime bonito de se ver!
Mas vamos falar um pouco mais disso ao longo do texto.
- Gênero: Slice of Life
- Estúdio: CloverWorks (Citrus).
- Material: Mangá
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos episódios: Sábados
A trivialidade de Akebi’s Sailor Uniform
A primeira vista Akebi’s Sailor Uniform parece algo extremamente trivial, e de fato ele é mesmo. Porém, não é por ser trivial, que ele não tenha nada a dizer.
No Japão, tradicionalmente, ser diferente é ser errado. A sociedade japonesa gosta de padrões. Nascer, estudar, fazer uma boa faculdade, casar, ter filhos e um bom emprego e deixar seus netos cuidar de você na velhice. Posso estar falando bobeira pra alguns, mas ao menos é essa visão que eu tenho dessa terra nipônica.
Tem até um ditado clássico lá:
“Prego que se destacada é martelado.”
E de certa forma Akebi-chan no Sailor-fuku mostra que é por aí mesmo. A história conta o dia a dia da Akebi-chan, uma garota alegre e que transborda energia e contagia a todos por onde quer que vá. A menina tem um sonho, o de usar o uniforme de marinheiro de uma prestigiada escola e ter muitas e muitas amigas.
Mas, algo acontece e ela se vê em um dilema: Ser diferente de todo mundo e arriscar não ser amiga de ninguém, ou deixar o sonho de lado e se tornar apenas mais uma na fila do pão?
E é nesse ponto que o anime brilha. Mostrar que ser diferente nem sempre é ruim, é uma mensagem que com certeza deve pegar mais forte nos japoneses do que em nós brasileiros.
Dizer “Eu tenho uma identidade, por mais estranha que possa ser, não abro mão dela”, parece ser trivial da forma como é contada em Akebi’s Sailor Uniform, mas na verdade tem um peso enorme.
Será que é para mim?
Agora preciso ser sincero, por mais que eu já tenha criado uma empatia gigante por Akebi-chan, eu não consigo me colocar totalmente no lugar da protagonista. Claro, os dilemas dela são completamente legítimos e o diretor/roteirista faz um bom trabalho em mostrar isso, mas a questão é que não faz e nunca fez parte da minha realidade.
Não consigo me imaginar dando uma relevância tão grande para um uniforme, para fazer amigos ou outras coisas que acontece ao longo dos episódios, igual a personagem.
Acredito que esse anime deva funcionar muito melhor para o publico feminino. Assim seria muito mais fácil se colocar no lugar da Akebi, tendo vivido dilemas como os dela.
Claro, isso não é algo tão relevante assim, mas para mim, se colocar no lugar do personagem é algo que me ajuda a ter uma imersão muito maior na história. Porém é inegável que é um bom anime e merece ser um dos destaques dessa temporada de inverno de 2022.
Algo também que atrapalha a minha imersão é o fato de ser um mundo bem utópico. Tudo é perfeito, não tem nada negativo, ela pode voltar a pé para casa sozinha por uma rodovia, por quilômetros de distância e está tudo bem.
Isso não é um problema também, afinal, o anime, é, e tem o intuito de ser um refugio. Mostrar o lado bom do mundo. Não sei qual o termo equivalente, mas no filmes é “Feel good Movie“, é algo para assistir e restaurar a fé na humanidade.
Devo dizer que Akebi’s Sailor Uniform faz isso muito bem. Aposto que todo episódio você irá terminar com um sorriso de canto de boca e com um sensação de paz e bem estar.
Vale destacar…
Devo começar dizendo que Akebi’s Sailor Uniform da um tapa na cara do otaku médio que fica defendendo ecchi.
Só para começar, na hora de fazer o uniforme dela, ninguém precisou da calcinha dela para tirar as medidas. Tem cena da Akebi trocando de roupa, tomando banho, mandando foto etc. E nenhuma dessas cenas são sexualizadas. Elas são o que devem ser, algo do dia-a-dia.
Mas é fato que há o intuito de fazer o espectador se apaixonar por ela, pois há claros momentos sensuais (não sexualizados, entenda a diferença) da Akebi no qual até as amigas delas ficam apaixonadas.
Algo também que demonstra isso, mas acredito que seja mais uma visão do autor da obra: os pequenos detalhes. Há um foco muito grande nas pequenas ações da nossa protagonista. Quando ela solta ou prende o cabelo, ao passar um protetor labial, ao secar seu suor, estar concentrada em fazer algo, são os pequenos detalhes que só uma pessoa apaixonada enxerga na outra.
Esse foco nos detalhes dá um ar minimalista para anime que é gostoso de ver. É muito prazeroso ver a Akebi-chan soltando seu cabelo ao se vestir ou qualquer outra coisa que ela faça.
Vale destacar também o quesito da animação. Em cada cena dá para ser feito um wallpaper. A fotografia do anime é muito bonita juntamente com seu design e escolha de cores. É uma composição tão harmoniosa que acaba tornando-se um deleite para os olhos.
Finalizando as primeiras impressões de Akebi’s Sailor Uniform
Akebi’s Sailor Uniform ou Akebi-chan no Sailor-fuku é um anime bem bobinho, mas é um bobinho muito bom e que tem algo a dizer. Pode não ser para mim, mas inegavelmente merece destaque nessa temporada de Inverno de 2022.
Devo dizer que foi uma boa experiência assistir a esses três episódios, e provavelmente devo lembrar desse anime pelo menos por algum tempo. Entretanto não devo continuar a assisti-lo, pois não fui cativado o suficiente.
Mas, ele não ter me cativado não é um demérito do anime e sim a sua incompatibilidade do gênero com o que eu gosto. Definitivamente só não faz meu tipo.
Porém, para todos aqueles que gostam de um slice of life e está na dúvida se deve ou não assistir, pode ir sem medo pois acredito que ele é extremamente competente naquilo que se propõe.
Eai, concorda comigo ou tem a algo que falei que não faz sentido?
Deixa aí nos comentários e vamos expandir um pouco essa conversa.