Esse é meu primeiro texto abordando sobre dorama aqui na Cúpula. Sempre gostei muito de assistir essas séries coreanas. A mais recente da vez foi Holo, Meu Amor, original Netflix. E aconteceu simplesmente por um acaso. Era madrugada, zapeando sem encontrar nada pela plataforma, até que apareceu esta série na tela. Resolvi dar uma chance.
Porém, mesmo que tenha sido um encontro por acaso, Holo, Meu Amor agrada em muito sentidos. O primeiro e mais importante, é aquele que prende a atenção logo nos primeiros minutos de tela. Mas afinal, do que se trata este dorama? Por que ele é tão bom? Pelo título, pode deduzir que o tema é um tanto profundo. E ao falarmos de inteligência artificial, talvez caiamos em alguns clichês também.
A propósito, caso você seja um iniciante nesta vertente, a Amanda, outra autora aqui da Cúpula e expert em doramas, escreveu um texto que pode te ajudar a entender mais sobre esse universo dos doramas. E caso você já seja um bom conhecedor, ela também escreveu um artigo indicando ótimos títulos para assistir.
E agora, vamos com Holo, Meu Amor.
- Distribuição: Netflix
- Data de lançamento: 7 de fevereiro de 2020
- Gêneros: romance, sci-fi, slice-of-lice, drama
- Direção: Lee Sang Yeob Yoon Jong-Ho
- Episódios: 12
Meu Deus, eles me enganaram!
Os primeiros minutos de Holo, Meu Amor é simplesmente arrebatador. Estarmos saturados é normal por vermos diariamente muitas coisas se repetindo e quase nenhuma inovação. Quando comecei a assistir a série, já embarquei sabendo, por alto, o que me aguardava. Mas mesmo acostumado com algo, já calejado com a mesmice, houve uma surpresa.
Em Holo, Meu Amor, sua temática principal é a criação de uma IA para facilitar a vida das pessoas. Com isso, são levantados os vários questionamentos de algo assim presente na sociedade, tais como a segurança particular, possíveis traumas e até mesmo o ponto em que esta IA possa ter uma personalidade própria e ser uma espécie de ameaça.
A forma como o Holo, o personagem principal da série, é apresentado, é simplesmente maravilhosa, porque eu tenho certeza que você que nunca assistiu, saberia que aquilo iria acontecer. Aliás, essa sensação de surpresa, de “novo”, é o que nos faz permanecer, porque ao mesmo tempo em que o novo assusta, ele também surpreende e pode agradar bastante.
O grande conflito em Holo, Meu Amor
O Holo é uma IA desenvolvida para ser vista apenas por meio de uma lente. Por um acaso (ou nem tanto assim) os óculos que permitem a existência do Holo acabam parando nas mãos de uma pessoa comum (mais uma vez, talvez nem tanto assim). A partir deste evento, acompanhamos a moça Han So-yeon, como uma beta tester do produto.
Além do mais, aqui entra o clichê de Holo, Meu Amor. No início, ambos são apenas o que eram para ser: um ser humano e uma IA. Mas claro que isso não iria durar para sempre. A partir de um determinado ponto da história, Han So-yeon começa a despertar sentimentos por Holo, que por sua vez é incapaz de corresponder. Ou será que não?
Mais uma vez vemos ser quebrado o paradigma de que uma IA não pode expressar sentimentos humanos ou mesmo entendê-los. Ao longo do drama somos levados a uma enxurrada de sentimentos que, a cada passo, envolvem mais pessoas.
Muitas coisas são colocadas à mesa e, aos poucos, resolvidas a partir do deslanchar desses sentimentos. A história inicia uma grande questão que levanta-se até seu último episódio como um mistério para o público. Outro ponto positivo para a série.
Mas é curioso pensarmos que todo o desenvolver do dorama, dos próprios personagens e a superação de muitos traumas humanos que acontecem ali, só foi possível de serem resolvidos e superados por meio de algo que não é humano.
Não é nenhuma novidade esse questionamento, entretanto, novamente, o dorama coloca em voga se uma IA poderia ser mais do que uma simples criação tecnológica e alçar voos inimagináveis.
Claro que temos romance em Holo, Meu Amor (e é surpreendente)
Além de tudo, no que tange ao tópico dos traumas, o romance é um forte aliado para a superação. A forma que a série trabalha esta questão agrada bastante. O romance ali tem um propósito profundo, um conceito de mudar prismas deturpados e oferecer uma nova oportunidade de viver a vida da melhor maneira possível.
Ademais, o plot quase nos leva a crer que haveria um triângulo amoroso, mas como seria possível se um dos três era uma IA?!
Mesmo despertando sentimentos humanos, não deixa de ser uma inteligência artificial. Contudo, essa relação entre os três se mostrou ser indispensável para a felicidade individual de cada um. Acompanhar esta trama, o desdobramento e como tudo foi posto em seu devido lugar foi algo simplesmente encantador.
Finalizando a crítica sobre o dorama Holo, Meu Amor
Em síntese, assista este dorama.
Eu tenho certeza que não irá se arrepender. Ao todo, ele possui 12 episódios. O que pode pegar um pouco é sua duração, afinal cada episódio tem em média quase 1h de duração. Todavia, é sempre bom lembrar que a Netflix adicionou à sua plataforma a opção de acelerar a reprodução em até 1.5x. OBRIGADO, VERMELHINHA!
Enfim, a série é simplesmente muito boa. Vale o teu tempo. E outro ponto que eu não poderia deixar de dar ênfase aqui é a trilha sonora, que é muito gostosa. Ademais, nem todas as músicas ali são coreanas, o que me surpreendeu de certa forma.
Em 12 episódios, Holo, Meu Amor vai te irritar, emocionar, te fazer rir e, o mais importante, entender que a vida não é nem um pouco artificial.