Mahoutsukai no Yome (The Ancient Magus’ Bride) foi um anime exibido em 2017. A animação foi de responsabilidade do Wit Studio, que está a cargo do belíssimo Vivy: Fluorite Eye’s Song, anime desta temporada de abril 2021. Ao total, Mahoutsukai teve 24 episódios.
A premissa da animação é muito interessante. Aliás, não de forma exclusiva a ideia é legal, como a arte e a trilha sonora também sofrem enaltecimento. A presença e mescla desses elementos torna e experiência de assistir a The Ancient Magus’ Bride bem mais divertida.
Sobretudo, nem tudo são flores. A animação é boa, as músicas são belas, a história agrada, porém somente até certo ponto. Como disse o Pedro: “chega um ponto que a história é contada e contada e não chega a lugar nenhum.”.
Mas, de antemão, é importante avisar que vale a pena assistir este título, caso nunca tenha tido a oportunidade de ver. E por fim, este texto não conterá spoilers acerca do anime.
![pôster do anime mahoutsukai no yome](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/mahoutsukai-no-yome-anime-poster-726x1024.jpg)
A premissa nada original, mas agradável de Mahoutsukai no Yome
Que The Ancient Magus’ Bride é um lindo anime, isto é indubitável. Todavia, ele parte de uma ideia que já fora vista em outras obras, pelo menos por mim. Cronologicamente, ele pode ter impulsionado esta narrativa, mas foi a obra mais recente que assisti sobre o tema, logo já estava habituado com o teor da história. Mas, claro, isto não impede a obra de inovar e ter sua parcela de originalidade para mim.
Sobre estas obras, provavelmente já tenham ciência, mas caso não, são Somali to Mori no Kamisama e A Menina do Outro Lado.
Sobre Somali, QUE É UM DOS MELHORES ANIMES DE 2020 (a propósito, dê uma conferida no nosso Cúpula Awards 2021), acompanhamos a jornada de uma garota perdida no mundo dos monstros em busca de encontrar os humanos. A partir deste ponto, surge um ser não humano que ajudará a garota nesta longa e encantadora viagem.
![a protagonista de Mahoutsukai no Yome](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/05.jpg)
Com A Menina do Outro Lado também não é diferente. Parte do mesmo pressuposto supracitado. A narrativa de uma garota perdida em um mundo que não é o seu e, contando com o auxílio de um ser também não humano, vivencia uma jornada de descobertas sobre a vida.
Claro que não é exatamente a mesma coisa. Há divergências, pontos que são mais explorados em um do que em outro, porém permanece a essência ali. E isto é até bom, afinal fica aquela comparação de crítica ou mesmo um possível respaldo para complementar uma ideia.
A história
O anime se desenvolve a partir da protagonista Chise Hatori, que é uma escrava. Um início um tanto quanto surpreendente. Ademais, ela está sendo leiloada em um evento. E é a partir deste momento que conhecemos Elias Ainsworth, que carinhosamente chamo de “Caveirudo”.
Elias é o “ser não humano” da história que guiará a protagonista pelo caminho certo ou qualquer coisa do gênero. Por fim, ele compra a garota. Posteriormente, Elias revela que é um mago é que os planos para Chise é transformá-la em aprendiz de mago e, futuramente, sua esposa.
![elias e chise, o casal não convencional do anime](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/007.jpg)
Particularmente, neste ponto, achei um pouco estranho tudo isto. Até dei uma vasculhada pela internet a fim de encontrar algo sobre esta minha suspeita, mas não achei nada. Talvez eu estivesse tentando problematizar algo desnecessariamente.
Mas, enfim, a história tem o foco principal no desenvolvimento de Chise. Ao longo dos 24 episódios levados somos a compreendê-la. Principalmente seu passado, elemento de vital importância para a história. Afinal, tudo se trata de sentimentos em The Ancient Magus’ Bride.
Chise Hatori, a garota problema
Logo nos primeiros episódios revela-se que Chise não é uma humana comum. Muito pelo contrário. A menina possui habilidades especiais raras. Contudo, essas habilidades têm um alto preço: a morte precoce do portador.
Chise pode ser considerada uma garota depressiva, porque seus inúmeros pensamentos acerca de seu passado a atormentam e a deixa desolada. Tanto que ela criou um determinado bloqueio a interações sociais ou de externar seus sentimentos.
Quando Elias a recebe como discípula/noiva e apresenta para ela um mundo no qual ela não mais era escrava dele ou mesmo de seus pensamentos, é uma nova fase para Chise.
![a protagonista problemática de Mahoutsukai no Yome](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/09-1024x576.jpg)
Quando a jovem descobre seus poderes e como a consideram sortuda, ela comenta que esta sorte é uma maldição, pois levou ela ao estado atual que ela se encontrava.
E este é um ponto muito interessante. Nos episódios finais, revela-se o motivo dela ter esta percepção acerca dos poderes dela. Esta construção narrativa do passado da Chise é simplesmente fenomenal.
Por fim, no processo dos acontecimentos de cada episódio, são jogados na tela alguns fragmentos do passado da personagem, causando aquela ideia de mistério. E funciona muito bem. Logo, um dos objetivos ali se torna tentar entender porque a Chise é da forma que é.
Algumas problemáticas inerentes à animação
Também nos primeiros episódios de Mahoutsukai no Yome, já encontrei alguns pontos ali que me estressaram um tanto. O fato de a protagonista ser, quase todo o momento, sequestrada.
Entretanto, a história dava um jeito, de todas às vezes, contornar a situação de uma forma sedutora ou como se dissesse: “ela foi sequestrada mais uma vez, mas calma, isso faz parte do show.”. E o fato é que estes momentos serviam como uma grande experiência catártica para ela.
Foram a partir desses momentos de insegurança que Chise começou a trabalhar a questão de seus sentimentos e a desbloquear seus poderes. Cada situação corroborava para ela romper com a visão aterrorizante de seu passado. Dessa forma, a menina abria caminho para algo melhor que estava a sua frente.
![momentos de aprendizado da personagem](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/10-1024x576.png)
E, basicamente, tudo era uma lição de vida que ela precisava enfrentar sozinha, mesmo a todo o momento tendo Elias como uma espécie de válvula de escape.
Aliás, outro ponto também abordado pelo anime, mas que não se tornou foco, foi o fato da problemática desses seres sobrenaturais com os humanos. Em Somali to Mori no Kamisama essa visão é bem mais notória e explorada. Em A Menina do Outro Lado também há a citação deste problema. Aliás, caso queira saber um pouco mais sobre Somali, dê uma olhada na RegraDe3 do André sobre o anime.
Aqui também se faz presente. Minimalista, mas está ali. E um dos que sofreu bastante com isto foi Elias, o Caveirudo. Na metade da produção, alguns episódios incumbem-se de flashbacks, que salientam a história do ser misterioso. Além do mais, o enredo gosta bastante de trabalhar com flashbacks, recurso usado com vários personagens da trama.
O anime é bom, mas…
Como nem tudo são flores, chegamos ao momento crítico da história. É aqui que as coisas começam a desandar e ficar chatas. Claro que isto é uma opinião pessoal. Não significa que o anime de fato fica ruim ou perde o sentido. É bastante subjetivo.
Porém, a segunda metade do anime é extremamente maçante. Enquanto que, no início, tínhamos uma história linear, com eventos interessantes e com uma proposta de crescimento gradativo, na segunda parte isto é esquecido. O anime envereda para uma lógica mais episódica. E depende muito da animação para esse estilo desvinculado funcionar.
![o caveirudo enquanto criança](https://cupulatrovao.com.br/wp-content/uploads/2021/04/elias-1.jpg)
Mahoutsukai acabou não tendo um caimento muito agradável. Talvez pelo fato de, no início, ter tido uma exposição diferente. Mas, claro, ainda assim há uma ligação com o todo.
Sobretudo, esses episódios serviram mais para enaltecer a questão dos sentimentos dos personagens. Apresentar como as relações podem mudar pessoas e, quiçá, o mundo. Ou pelo menos a forma de enxergá-lo.
Finalizando a crítica de Mahoutsukai no Yome
A sugestão que fica aqui é “assista Mahoutsukai no Yome”. Em síntese, a obra é muito agradável, fofa e sentimental. É um daqueles animes para aliviar “ressacas” de obras um tanto mais pesadas.
Por fim, também gravei um vídeo comentando sobre The Ancient Magus’ Bride. Nele expresso um pouco melhor o que foi denotado aqui neste texto. Caso tenha gostado do anime e queira saber um pouco mais, confira o vídeo que está logo abaixo.
Deixa aí nos comentários o que achou de Mahoutsukai e, caso não tenha assistido ainda, se dará uma chance para o título.