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Análise

Memórias de Emanon é bom? Vale a pena ler o mangá? | Crítica

Memórias de Emanon: transcendendo o espaço-tempo
11 minutos para leitura

Antes de iniciar a resenha sobre Memórias de Emanon, vale uma menção ao Luiz, também autor aqui da Cúpula. Este mangá foi uma recomendação dele. Devo dizer que foi uma senhora recomendação. Exatamente o tipo de história que gosto de acompanhar.

Aliás, no que se refere a qualquer tipo de produção, geralmente me inclino mais para o lado de títulos menos mainstreams. E Memórias de Emanon segue esse estilo, o que me agrada muito.

E isto é tão bom para mim quanto para você que está lendo. Existem muitas obras incríveis soterradas por outras que possuem mais visibilidade. É uma via de mão dupla. Eu leio sobre aquilo que já me é comum e vocês têm a possibilidade de descobrir pérolas escondidas.

O conteúdo também é deveras interessante. E ao longo da leitura tive vários lampejos de ideias de outras obras. Se foram referências ou apenas coincidências, não saberemos.

Mas, enfim, muito obrigado, Luiz. O conhecimento de Memórias de Emanon e este texto não seriam possíveis se não fosse pela tua indicação.

Mas afinal, do que se trata este mangá?

mangá Memórias de Emanon

O mundo pela perspectiva de um jovem

O mangá, escrito por Kajio Shinji e ilustrado por Tsuruta Kenji, inicia-se apresentando um jovem que comenta sobre as principais realizações do ser humano no mundo.

Aparentemente, como estudante, e por ter aprendido sobre muitas coisas ao longo de sua vida, ele disserta sobre esses tópicos de forma cronológica. Porém, não é sobre o mundo. Mas é sobre o papel dele neste mundo.

Afinal, a história de Memórias de Emanon é bastante introspectiva. O ponto legal deste começo é que quebrou o pré-conceito que eu tinha sobre o mangá. Imaginei que o foco, desde o início, seria na Emanon, a garota da capa. Porém, não exatamente.

protagonista de memórias de emanon

Emanon não é o que podemos chamar de protagonista. Ela é importante, mas a história mostra-se ser bem mais sobre o jovem do que sobre ela. Posso estar errado.

Só que é fato que este jovem não tem muitas ambições na vida, além de seu amor profundo por ficção científica. Ademais, também é um ferrado no que tange a ideia de amor, sempre tendo seu coração partido. E, por fim, chegamos ao ponto que nos leva a conhecer Emanon.

O jovem, cansado de tudo, reúne todas as suas economias e parte para uma viagem sem destino. A partir deste ponto, passamos a acompanhar a história ambientada em um navio. E é neste navio que ele se encontra com Emanon.

Características agradáveis de Memórias de Emanon

Algo que faz Memórias de Emanon um bom mangá para mim, além de sua narrativa, é seu tamanho. Por ser um one-shot, facilita muito a minha vida. Quem me conhece sabe que sou um tanto quanto apressadinho. Não à toa meu apelido internamente aqui na Cúpula é “1.5x”.

Mas enfim, acerca de como a história é contada, a cadência é perfeita. Temos a apresentação dos personagens, a introdução ao tema e o desenvolvimento.

os traços lindos de memórias de emanon

Outro ponto que me agrada é o fato do mangá usar bastante do elemento ilustrativo para compor suas ideias. Pode-se dizer até que Memórias de Emanon é um mangá um tanto conceitual. Principalmente nas primeiras páginas do capítulo. Remete a outro título chamado Children of the Sea, que usa muito desse recurso de várias páginas apenas com imagens e quase nada de diálogo entre os personagens.

O protagonista narra boa parte da história de Emanon. Algo que me agrada bastante. Também, outro mangá que segue um teor parecido é Solanin. Inclusive, eu escrevi uma crítica sobre ele. Caso queira saber mais, dê uma lida no artigo.

capa do mangá children of the sea
capa do mangá solanin

Emanon, a garota que possui memórias de três bilhões de anos

Enfim chegamos ao que realmente interessa. Quando o jovem se encontra com uma garota aparentemente despojada da vida, mas bem vivida, diferente dele, surge uma ligação.

Nas primeiras trocas de ideias o jovem quis saber o nome da garota. E este é um ponto interessante. Nomes são apenas rótulos, de acordo com a garota, e nada mais que isto. Por isso não quis dar seu nome.

Logo, a partir das iniciais E.N, que estavam em sua mochila, ela decidiu que ele podia chamá-la de Emanon, que ao contrário é Noname. Traduzindo do inglês: sem nome.

emanon, a personagem enigmática

Quando, por fim, eles começam a conversar de fato e desatam a discutir sobre a vida, Emanon descobre que o jovem é apaixonado por ficção científica e vê ali uma brecha para comentar sobre sua habilidade de possuir memórias de três bilhões de anos. Ou seja, memórias desde a origem do universo.

Contudo, antes de Emanon externar isto, o mangá se incumbe de preparar o terreno para a experiência que está por vir. Por ser um grande fã de ficção, o jovem comenta acerca de um livro que está lendo que trata justamente sobre um experimento que possibilita a transferência de memórias.

E esta foi uma gigantesca sacada do autor, porque casou perfeito com a sintonia da história. Já, logo em seguida, direcionando para a premissa do mangá.

A habilidade de possuir todas as memórias dos acontecimentos do mundo é boa ou ruim?

Por fim, quando Emanon abre o jogo, surge uma ideia subjetiva desta habilidade. Segundo o jovem, isto é um superpoder, uma habilidade incrível. Porém, de acordo com Emanon, não é isso. Seria mais algo negativo. O motivo? Imagine milhares e milhares de memórias ruins e você não ter a possibilidade de apagá-las da mente.

O cérebro humano foi programado para esquecer, naturalmente, determinadas coisas. E quando nos esquecemos de momentos constrangedores ou de eventos que nos causam muito mal, é um alívio. O fato de não podermos ter essa função, é algo simplesmente algoz.

Eu mesmo já vivenciei momentos traumáticos no âmbito profissional que, graças a esta função do cérebro de cair no esquecimento, não me atormentam tanto. Mas sempre que vem à tona, é aquela triste sensação de nunca mais querer passar por algo do tipo. Dessa maneira, ter essa habilidade pode não ser tão vantajoso. Não em sua totalidade.

Mais uma vez, Neon Genesis Evangelion

Esta não é a primeira vez que acompanho uma obra e, por coincidência, Evangelion consegue se infiltrar e fazer parte da narrativa de alguma forma.

Desta vez tem a ver com a ideia traga pelos personagens de Emanon sobre a evolução do ser humano. A ideia de, um dia, o objetivo desse poder de Emanon ser transformar os humanos em uma espécie de “Deus”, onde seria alcançado tal espiritualidade que o corpo físico não seria mais necessário. E daí vem à mente o Projeto de Instrumentalidade Humana.

o projeto de instrumentalidade humana

O Projeto de Instrumentalidade Humana é o objetivo secreto da organização Seele. Basicamente, é unir todos os humanos em um só, obliterando a ideia de fraqueza ou imperfeição. Alcançar um nível de divindade suprema onde não existem mais defeitos.

Claro que em Emanon é apenas uma ideia jogada em meio a uma conversa, enquanto que em Evangelion é um projeto em processo, que acaba sendo concretizado de certa forma. Porém, partem de uma premissa similar. Novamente: coincidência ou não, é dahora.

Finalizando a crítica sobre o mangá Memórias de Emanon

O desfecho do mangá é deveras filosófico, com várias frases de efeito que você pode usar em status do Whatsapp ou nas descrições de fotos no Instagram.

Todavia, brincadeiras à parte, Memórias de Emanon deixa uma forte mensagem acerca da vida e das memórias que aqui são deixadas por todos os habitantes da terra.

Se hoje temos conhecimento de alguma coisa, é porque alguém veio antes de nós, fez sua parte no mundo e cravou sua história para a posteridade. Ficará registrado na história do mundo para sempre o que fazemos e quem somos.

E, sobretudo, existem memórias que transcendem o tempo, nunca se apagando. Não importa se passarão dez dias ou dez anos, se forem memórias intensas, elas serão eternas.

Por fim, este one-shot deu vida a uma nova série intitulada Sasurai Emanon. Então, se você gostou do primeiro mangá, fica a dica para ler a continuação desta história.

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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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