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Análise

Prophecy é bom? Vale a pena ler o mangá? | Crítica

Prophecy: até que ponto pode ser considerado uma questão de justiça?
12 minutos para leitura

Prophecy, publicado pela editora JBC, é um mangá intenso e que explora muito o meio cibernético. Analisar esta obra, escrita e ilustrada por Tetsuya Tsutsui, coloca em perspectiva o quanto mangás são importantes e atemporais.

O público-alvo seinen, em sua maioria, é abarrotado de suspense e ação, temas que permeiam por completo toda a trajetória da trama e que faz com que o leitor fique preso aos acontecimentos. Esse é um ponto mais do que importante. Prophecyé daqueles mangás que só te deixam em paz quando chega ao fim.

O mangá é curto, possui apenas três volumes, no entanto, são os três volumes mais intensos que, talvez, faça parte do seu acervo de leituras.

Além de ser muito bem desenvolvido, trabalha, principalmente, com questões possíveis inerentes à vida real. Isso torna tudo mais empolgante.

Vamos a análise, então.

“Te trago amanhã, senhor. Sem falta”

Acho que é importante ressaltar como conheci esta obra de arte conhecida por poucos. Meu encontro com Prophecy aconteceu às escuras.

Estava tirando minha habilitação de motorista, no centro da cidade onde moro. Como de praxe, sempre passava por uma banca de jornais para ver se tinha algo de interessante.

Nesse dia em questão, encontrei Prophecy, com três volumes embalado juntos. Perguntei se era coleção completa e o dono do estabelecimento afirmou que sim. Eu perguntei se ele sabia do que se tratava, porque a capa já havia me tomado por inteiro. Infelizmente ele não sabia.

mangas volumes

Eu tinha exatamente R$20,00 em minha carteira e estava decido a levá-lo para casa. Quando questionei o senhor sobre o preço, ele percebeu minha empolgação e me disse que faria pra mim por R$30,00. Fiquei decepcionado.

Eu disse a ele que tinha apenas R$20,00, mas que, como passava por ali todos os dias da semana, eu voltaria no dia seguinte para pagar o valor que faltava. Fiquei com medo dele me dizer que não, mas para minha surpresa ele assentiu. No ônibus mesmo comecei a ler. E no dia seguinte paguei ele.

Os crimes cibernéticos e a atuação da polícia em Prophecy

Dentro desta história, acompanhamos uma polícia perita em crimes que ocorrem dentro da internet, como hackers, sites de download clandestinos e tudo que esteja relacionados a esse meio.

O fato é que quando entramos neste mérito da internet, o universo é vasto, uma vez que a mesma atinge um nível global. Desse modo, nem tudo que acontece de errado é monitorado e resolvido.

Sendo algo comum, sempre existe uma separação de assuntos. Aqueles que são priorizados em detrimento de outros. E é justamente isso que a polícia faz. É impossível analisar tudo o que acontece dentro da web, então acabam fazendo vista grossa para muitos acontecimentos.

O problema é que muitos desses casos que são “abandonados” pela polícia são de extrema importância, pois causam repercussões nocivas para os envolvidos.

Mas, como supracitado, não se pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Daí vem as prioridades.

Gates e os Jornais

Como havia mencionado no tópico anterior, a polícia acaba deixado muita coisa passar, o que não é bom. Mas tanto faz, não é, porque ninguém sabe. Entretanto, surgem alguns personagens que vão causar uma total revolução.

gates personagem principal prophecy

Entre eles está Gates, um cara mestre em computação. Ele entende sobre como funcionam muitas coisas no âmbito digital. E ele é uma peça fundamental para o desenvolver futuro de Prophecy. Fora Gates, mais três pessoas surgem e formam um grupo chamado de Jornal.

Mas afinal, quem são o “Jornal”

O Jornal é um grupo que, basicamente, faz o que a polícia não faz: JUSTIÇA.

E é neste ponto que podemos fazer uma breve, mas interessante, associação à Death Note. Todos sabem bem o conceito deste mangá. Justiça para os menos favorecidos, usando a ideia de que os fins justificam os meios.

O grupo Jornal utiliza a internet e, principalmente, as redes sociais para buscarem por casos de pessoas que estejam sofrendo qualquer tipo de injustiça. Quando encontrados, eles fazem um anúncio em live avisando que irão pegar a pessoa em específica e, aí… só Deus pra guardar.

O lance da justiça é levado muito a sério, uma vez que é utilizado meios brutos e hostis para se vingarem dessas pessoas. E, com o tempo, a internet explodiu com o Jornal, fazendo eles ganharem fama. Por isso, várias pessoas começaram a denunciar casos de injustiça.

 grupo jornal

Claro que tudo isso não poderia simplesmente passar impune. Alguém, em algum momento, teria que notar esses burburinhos na internet e essas ações do grupo. É neste ponto que surge a delegada de polícia, Yoshino, que trava uma intensa batalha com o grupo.

Recordam-se da analogia que fiz à Death Note? Imagine o Jornal como Kira, e a delegada como L. Está feita a comparação que elucida boa parte desta história.

Essa polarização é o que transforma o clima numa coisa mais pesada e, ao mesmo tempo, mais animada.

Quem de fato está com a razão em Prophecy?

Aqui entramos mais uma vez na famosa e curiosa discussão de quem está fazendo o que é certo e quem só está sendo um fascista babaca. Prophecy é uma dessas história que faz isso com o leitor.

Quando iniciamos a leitura, percebemos o quanto a polícia é eficaz, em paralelo, também é visível a quantidade de crimes hediondos que a mesma faz vista grossa. Por esse motivo, o grupo Jornal surge na história como intermédio da justiça e proteção.

líder protagonista

Que seja feita a justiça… por meios desumanos

No entanto, os meios utilizados pelos rapazes são muito duros, gerando aquela sensação de desconforto ou de se realmente há necessidade para determinadas escolhas. Está certo, mas ao mesmo tempo pelos meios errados. Esse permanece sendo, talvez, o grande discurso em Prophecy.

Para elucidar a vocês o modus operandi da equipe, geralmente essas pessoas que são punidas são expostas à internet, sofrendo ao vivo para milhares de pessoas acompanharem. Talvez uma advertência para que os demais não façam nada ou parem de fazer.

Cera quente sendo derramada no corpo, torturas, espancamentos. Todas essas brutalidades ocorrem em nome da justiça. É interessante, no inicio, ver que alguém busca por justiça, no entanto, quando acompanhamos os métodos, chega a ser questionável.

E, assim como na história de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, tudo é uma grande subjetividade. Há aqueles que acham os métodos extremistas, mas, em paralelo também existem aqueles que se sentem empolgados com o que acontece com essas pessoas que são “condenadas”.

A história não está ali como juiz de valor para definir para o leitor o bonzinho e malfeitor. Ela entrega uma história, apenas. Provavelmente o que vai discernir o certo e o errado é sua personalidade.

Prophecy é desconhecido, mas não fracassado

Esse é um dos casos em que a obra rendeu positivamente para a indústria, mas não é famosa. Isso chega a ser até um paradoxo.

Mas infelizmente é a realidade. Eu digo isso porque quase nunca vi nada na internet a respeito de Prophecy. E pouco vi pessoas, sequer, comentarem sobre ele.

Todavia, o volume 3 alcançou o 45º lugar nas paradas semanais da Oricon e, em 15 de setembro de 2013, vendeu 20.871 cópias. Esses são resultados e números mais que positivos para a coleção.

 filme live action

A história também recebeu uma adaptação para cinema, dirigida por Yoshihiro Nakamura. O longa foi lançado em 6 de junho de 2015.

Sua estréia na América do Norte foi realizada durante o LA EigaFest, em setembro de 2015. Foi lançado, também, em DVD e Blu-Ray, em 4 de dezembro de 2015, pela TC Entertainment.

Aspectos técnicos do mangá

O ritmo de leitura da obra é bem fluido, ponderando os quesitos visuais em conformidade, ou seja, texto e imagem.

O mangá não chega a ser um Shingeki no Kyojin no que tange aos textos, mas possui uma quantidade de narrativa na média. Nada que exceda e deixe cansativo demais.

Quanto aos traços do Tetsuya Tsutsui, posso dizer que denotam uma maturidade, o que, de longe, faz perceber que a história possui um teor mais adulto e desenvolvido.

Em suma, são bem trabalhados, porém nem tanto. São traços comuns sem muitos detalhamentos no que diz respeito ao contexto geral.

Supracitado esses elementos, o fato da obra possuir apenas três volumes, favorece ao leitor uma agilidade na leitura. Sendo assim, Prophecy é uma ótima escolha para se ler nessa quarentena, se você estava querendo algo para passar o tempo.

Finalizando…

Temos uma lista de mangás da mesma demografia, caso tenha chamado a tua atenção. Sendo assim, se gostou, dá uma conferida lá.

Então, resumindo, Prophecy é um puta mangá de respeito. É uma das histórias que mais gostei de acompanhar, e terminei em pouco tempo, do tanto que é cativante e imersiva.

Se me questionarem, algum dia, sobre qual mangá da demografia seinen alguém deve ler, com certeza indicarei esta história. E o fato de eu mencionar a suma relevância e a questão atemporal, é justamente pelo tratado na história.

A cada dia a tendência da internet e evoluir. E por mais que vivamos nossas vidas achando que está tudo normal, existem muitas coisas acontecendo dentro dela. Não vermos, não significa que não exista.

A história de Prophecy explana essas coisas. Um mangá que passa uma visão realística do mundo em que vivemos.

Nota
10.0

/10

Resumindo, Prophecy é um puta mangá de respeito. É uma das histórias que mais gostei de acompanhar, e terminei em pouco tempo, do tanto que é cativante e imersiva.

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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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