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Análise

Tomo-chan wa Onnanoko! | Primeiras impressões

Tomo-chan busca um terreno seguro entre os amantes de rom-com

Em nossas RegrasDe3, os autores assistem os 3 primeiros episódios de um anime novo lançado na respectiva temporada. Após isso, eles escrevem uma análise sobre esse começo da obra, sendo uma espécie de primeiras impressões. Fique atento: a RegraDe3 é uma visão baseada APENAS nesses 3 primeiros episódios, NÃO sobre o anime inteiro.

7 minutos para leitura

Tomo-chan wa Onnanoko! é a história de Tomo, uma garota que quer… ser vista como garota! Na nossa reunião da rd3, eu pedi a Welerson para trocar Trigun por Tomo-chan comigo. Alguns diriam que não estou sã, mas eu queria muito poder escrever essa rd3!

Na verdade, já faz algum tempo que li o mangá, por indicação do meu irmão, mas não me lembro ao certo de como foi. Sei que eu tinha gostado e acho que isso precisa ser normalizado.

Isto é, quando você consome muitas mídias, é normal que, ainda que você goste de uma coisa ou outra, esqueça. Principalmente quando se trata de rom-coms, ou slice of life, que pelos fatos leves e cotidianos, tomam menos espaço nas nossas mentes ocupadas.

Inclusive, há neurocientistas que indicam a memória negativa como aquela que dura mais tempo nos nossos cérebros, o chamado “viés de negatividade” (ou negativity bias).

Então, nunca é demais rever (e relembrar) aquilo que já vimos e achamos bom, mas que por algum motivo não ficou gravado na mente. Será que Tomo-chan merece a sua atenção?

tomo-chan is a girl
  • Gêneros: Comédia, Escolar, Romance
  • Estúdio: Lay-duce
  • Diretor: Nanba, Hitoshi (Gosick, Golden Kamuy)
  • Material fonte: Webmangá
  • Onde assistir: Crunchyroll
  • Novos episódios: Quarta-feira

Tomo-chan é uma garota!

E na verdade isso é bem fácil de perceber. Contudo, o que acontece é que Tomo é apaixonada, desde a infância, por seu amigo Junichirou Kubota, e decide se declarar para ele já no primeiro episódio.

A reação dele não é das melhores. Como Tomo sempre foi uma tomboy (garota com estilo masculino), ele trata como se ela estivesse falando de amor entre amigos, e diminui o peso da confissão dela.

Tomo, agora, está determinada a ser uma garota, e a conquistar a atenção de Jun de alguma forma, indicando que ela não é um menino.

Já nesses primeiros episódios, é possível perceber que Jun SABE que Tomo é uma garota. Em alguns momentos, ele também fica nervoso, tenta não olhar para os peitos dela, tenta protegê-la de assediadores e permanece ao seu lado.

tomo e jun caminhando na chuva com o guarda-chuva

Mas, também, há momentos em que Jun parece não saber o que sente, e confunde ciúme com medo de se sentir solitário caso Tomo tenha um namorado. De qualquer forma, as situações entre os dois são como ver dois adolescentes que não sabem lidar com a paixão.

É como ver uma versão mais nova e menos experiente da gente. Aquela que tem medo da rejeição e que tenta as mais variadas táticas – até as piores – para fazer a outra pessoa te ver com olhos de romance.

Não é o primeiro, nem o último rom-com, mas também tem seu espaço

O mangá que deu origem ao anime foi lançado de 2018 a 2020, então, não é certo dizer que é um pioneiro em explorar tomboys. No entanto, Tomo é muito carismática e cheia de personalidade, o que torna a protagonista divertida.

O exagero faz parte do anime, o que pode incomodar alguns espectadores, já que ela parte pra violência com certa frequência. Mas em momentos de aquecer o coração, as dinâmicas entre os protagonistas e os secundários têm seu valor.

Trago esse tópico porque esperar sempre um Kaguya-sama de toda comédia romântica que a gente vê é quase injusto. Existe toda uma produção e direção que podem tornar um rom-com um sucesso infalível, e Kaguya marca todas as caixinhas.

Apesar disso, o desenvolvimento natural de friends to lovers é sempre gostoso e muito cheio de expectativa.

Até mesmo os personagens secundários são legais. A melhor amiga de Tomo, Misuzu, é meio malvada, mas vive criando as mais atrapalhadas situações para servir de cupido a Tomo. Sua frieza é super divertida e contrabalanceia as cenas exageradas e extravagantes de Tomo.

misuzu, amiga da tomo de cabelos roxos e lisos, com olhar vazio

Mas como nem tudo é um mar de rosas…

O anime tem uma avaliação um tanto menor quando relacionado ao seu original. Considerando, também, que ainda não está completo, é difícil dizer que haverá alguma modificação nesse panorama.

Tomo-chan, como já dito, não é o primeiro e nem o último rom-com. Trazer um diferencial em um gênero tão difundido é extremamente importante, principalmente para criar laços com os personagens.

Apesar disso, a direção não vai para esse sentido, e perde tempo, muitas vezes, com cenas desnecessárias (tais quais os focos demasiados em peitos femininos).

Deixando claro: o anime não é voltado para pessoas mais adultas. É uma versão escolar de um romance juvenil, cheio de erros e exageros. Eu com certeza o amaria de paixão se tivesse visto com 14 anos. Talvez, também, me reconheceria em Tomo, alguém meio fora do padrão.

Hoje, contudo, apesar de amar comédia romântica (DEMAIS), Tomo-chan não seria a minha primeira escolha para assistir. A direção do anime não se sustenta e não inova em uma história potencialmente boa.

As situações e dinâmicas entre o casal principal não são das mais saudáveis, o que também é bem comum em comédias românticas escolares. Ou seja, ele marca as caixinhas de um anime do gênero, sem trazer um diferencial.

Finalizando as primeiras impressões de Tomo-chan

Amantes de romance de todo o mundo, uni-vos! Talvez eu entenda, agora, o motivo de ter esquecido de Tomo-chan: não houve negatividade suficiente para que eu lembrasse como uma experiência ruim.

Contudo, também não houve nada tão bom que houvesse sido gravado em minha mente. Acho que Tomo-chan é um pouco disso. Se você já vê comédia romântica e está acostumado aos clichês, aos peitos e a todos os desentendimentos escolares, não verá nada de novo.

E, apesar de apontar todos esses problemas, EU AINDA VOU CONTINUAR VENDO! (haha). Eu sou uma defensora da comédia romântica, e gosto de ver ainda que saiba ser ruim. Estou inclusive aprendendo a ver doramas agora porque muitos são rom-coms.

Entretanto, estou deixando tudo em panos limpos para que você saiba o terreno em que está pisando. Tomo-chan não sai de seu espaço de mediocridade para a inovação, e permanece no meio-termo que agrade os já acostumados com comédias românticas de baixa qualidade (no caso, eu).

É tudo tóxico, e eu vou ver assim mesmo“. Quem nunca viu uma comédia romântica assim? Pois é, eu sei. Você pode assumir que já pensou assim também. A minha primeira do gênero foi Kaichou wa Maid-Sama. Bons tempos…

Inclusive, se você quiser assistir a outros animes de romance já finalizados, só clicar aqui para saber quais valem o seu tempo.

E você, o que achou? Comenta aí embaixo! Já se apaixonou por Tomo-chan ou decidiu rejeitar a confissão dela?

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Escrito por

Helena Nunes

Advogada | Professora | Concurseira triste

Máquina de spoiler | Jojofag

Campos - RJ

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