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Análise

Yonkoma Manga (4-koma manga): o que é e como funciona?

Você sabe o que é Yonkoma Manga? Conheça mais sobre essa técnica
12 minutos para a leitura

O termo “mangá” com certeza não deve ser algo inédito para você, acredito eu. Porém, você já esbarrou por aí na palavrinha “Yonkoma Manga”? Ou quem sabe em “4-koma manga”? É bem provável que mesmo você não sabendo o que exatamente é, você já tenha tido contado com esses tais “mangás de quatro quadros”.

Aliás, mesmo tendo o nome “quadrinho”, ele difere bastante dos famosos quadrinhos ocidentais que tanto conhecemos. Sua forma de leitura, publicação, diagramação e traços nos desenhos dos personagens são algumas das diferenças entre as publicações. Caso você queira entender mais sobre como funciona um mangá, o André escreveu um ótimo artigo detalhando, na minúcia, como funciona essa enorme indústria que cresce cada vez mais.

Entretanto, você sabia que existem outras maneiras de desenhar um mangá além do que estamos habituados a ver? E este método é o Yonkoma Manga. Você já ouviu falar nesse termo? Sabe como funciona? Então fique até o final desse artigo para conhecer o Yonkoma Manga.

O que é Yonkoma Manga?

Yonkoma é uma mistura das palavras em japonês Yon = quatro, e Koma = quadro, ficando conhecimento também como “mangá de quatro quadros”.

Criado por Rakuten Kitazawa, o estilo surgiu em 1902. Diferente do citado acima em referência ao mangá normal, o Yonkoma teve muita influência de estilos ocidentais da época.

Os Yonkomas podem abordar uma ampla variedade de gêneros, desde comédia e slice-of-life, até paródia. Além do mais, até mesmo drama. Tudo dentro de um formato compacto. Contudo, o gênero mais comum utilizado pelos desenhistas acaba sendo a comédia.

A disposição dos quadros da história vai depender bastante do layout da publicação, o que pode fazer com que varie. Embora a grande maioria siga um padrão de uma fileira vertical de quatro quadros, eles podem ser distribuídos de maneiras diferentes.

tirinhas de mangá

É quase como se fossem aquelas tirinhas de poucos quadros que tínhamos ao final dos gibis da Turma da Mônica. Eram (ou são? não sei se ainda existe isso!) tirinhas curtinhas com uma pequena tiradinha no final. Não seguem exatemente a estrutura narrativa clássica (mais abaixo) de um 4-koma manga, mas pode-se dizer que é algo próximo com toda certeteza.

A famosa estrutura narrativa utilizada nos mangás Yonkoma

Assim como muitas narrativas japonesas famosas, o Yonkoma segue uma estrutura que você provavelmente já ouviu falar por aí, que é conhecida como Kishotenketsu. Esse foi um conceito muito utilizado na poesia chinesa, porém com o tempo acabou sendo difundido e alcançando outras culturas, como a japonesa.

A técnica do Kishotenketsu surgiu para dar ainda mais vazão àquilo que se tinha conhecimento de como se construir um bom storytelling, como as estruturas ocidentais “Jornada do Herói” e a dos “Três Atos”.

Em resumo, confira abaixo a tradução, de forma separada, do Kishotenketsu para entender melhor como essa estrutura é estabelecida dentro da narrativa:

  • ki: introdução;
  • sho: desenvolvimento e contexto;
  • ten: complicação, conflito ou virada;
  • ketsu: conclusão e solução.

Diferentemente da configuração ocidental de contar uma história, o Kishotenketsu vai mais além e acrescenta um tópico a mais: o ten. Ao invés de ser um início, meio e fim, é como se houvesse um desvio na rota um pouco antes do fim. E esse conflito dentro da narrativa serve para dar mais emoção para a história, causando ainda mais impacto em quem está lendo.

E caso você queira saber mais sobre o Kishotenketsu, o canal do YouTube “Narrativando” gravou um vídeo incrível e cheio de detalhes explicando sobre essa técnica. Vou deixar aqui embaixo:

Como funciona, de forma simples?

Digamos que um mangá semanal normal possui, em média, 19 páginas, podendo variar de acordo com a edição. Diferente do mangá comum, já citado anteriormente, que tem a prerrogativa de contar uma história de uma vez, sem limitações, o Yonkoma, se quiser seguir uma linha, precisa abordar essa ideia de forma episódica.

Ou seja, em quatro painéis um personagem encontra algo importante e se surpreende. Isso é um episódio. Subsequentemente, em mais quatro painéis, vem a revelação desse algo misterioso. É outro episódio. E assim sucessivamente.

Outra enorme diferença está na objetividade. Os Yonkomas não possuem histórias longas que são destrinchadas semanalmente ou mensalmente. Por mais que se desenvolvam, excepcionalmente, em mais de quatro painéis, é restrito e vai acabar ali mesmo.

Para os desenhistas dessa modalidade, a laboração é mais difícil, tendo em vista que o trabalho do storytelling é executado de uma maneira mais “complexa”. O vídeo acima apresenta uma conversa entre três amigos que explicam melhor, e com muita comédia, o processo de criação do Yonkoma Manga.

Além do mais, é comum a aparição de Yonkomas na seção humorística do jornal, revistas de jogos, culinária e até mesmo ao final de volumes encadernados dos mangás. Por sua capacidade de entreter os leitores com histórias curtas e que podem ser lidos rapidamente, aparecem de maneira cômica, como uma piada à parte para complementar a história principal.

Yonkoma Manga x Mangá normal

Um questionamento interessante que pode ser levantado acerca do Yonkoma Manga é o porquê não ser tão conhecidos no ocidente como o mangá normal. Afinal, por mais que por aqui não seja um estilo tão propagado, nas bandas do país do Sol Nascente é bastante popular.

Ademais, por se tratar de um mangá construído com base em apenas quatro painéis e uma narrativa consideravelmente simples, deveria ser, teoricamente, atrair mais pessoas.

as diferenças entre os estilos

Convenhamos que ler uma tirinha com início, meio e fim, curta e objetiva, parece ser mais consumível do que uma história com mais de 20 páginas sem um final fechado. No entanto, a possível resposta para essa pergunta está na lei da oferta e da procura. Embora seja mais fácil, será que o público realmente quer isso?

Dessa forma, por mais que seja simples e direto, o Yonkoma Manga nem sempre é a escolha principal na hora de consumir uma narrativa. É possível que o público queira algo além da comédia e eventos triviais do cotidiano. E no que tange à profundidade de personagens e imersão, o Yonkoma Manga passa longe de entregar essa experiência.

Exemplos de Yonkoma Manga (4-koma manga)

Aqui no Brasil, mesmo que não seja um estilo tão prestigiado, a editora NewPOP publicou alguns mangás, como

  • Hetalia,
  • K-ON!
  • Azumanga Daioh.

Às vezes, é possível que você até já tenha se deparado com um Yonkoma Manga, mas não conhecia o termo e sua estrutura. Ademais, outro mangá bem famoso que também é baseado em um Yonkoma, é o Tomo-chan Wa Onna No Ko!.

A propósito, existe outro mangá muito famoso, que recebeu adaptação em anime e foi considerado o melhor do ano de 2022 pelo público, que segue o método do Yonkoma Manga. E se você ainda não descobriu qual é, estamos falando do aclamadíssimo Bocchi the Rock!

o famoso e querido bocchi the rock

O mangá que encantou por sua profundidade em discorrer e explorar questões sociais e psicológicas, além de gerar muita reflexão é, originalmente, um Yonkoma. É interessante essa informação, porque acaba tornando o estilo não tão distante e desconhecido assim.

Finalizando o artigo sobre o que é e como funciona um Yonkoma Manga

Por fim, o Yonkoma Manga (4-koma manga) é detentor de muitos pontos fortes. Pontos esses que contribuem para a sua popularidade e apelo. Entre eles, podemos citar a concisão em criar suas narrativas, sua acessibilidade e simplicidade, que alcança uma ampla gama de leitores.

Também, entretenimento leve, para quem busca algo rápido e que irá satisfazer. Universalidade, podendo abordar inúmeras situações que se baseiam em relacionamentos, vida cotidiana, trabalho e família. E, por último, mas não menos importante, é fácil de compartilhar.

Por se tratar de histórias curtas, é ideal para expressar um estado, uma ideia, ou mesmo uma crítica social. Assim, é possível atingir muitas pessoas de uma maneira que não exija que elas depositem muito tempo para assimilar as ideias que estão sendo transmitidas.

Em conclusão, é sempre bom estar aprendendo sobre novos temas. Aqui na Cúpula existem vários artigos nesta pegada. Se você curtiu esse, dê uma olhada com calma nos outros editoriais que temos disponíveis aqui. Com certeza também irá gostar e aprender bastante sobre essa indústria dos animes e mangás, a qual levamos muito a sério, porque merecem.

Aliás, eu também gravei um vídeo sobre esse tema lá para o meu canal, o Meu Mundo Otaku. Caso você queira assistir e ir além desse texto, vou deixar o vídeo aqui embaixo:

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Escrito por

Welerson Silva

Jornalista e Escritor

Youtuber | Escrita cabeçuda

Brasília - DF

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