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“Por favor, só não mostrem calcinhas”, diz autor da novel de Wandering Witch

4 minutos para leitura

E é com um pedido curioso do autor de Wandering Witch: The Journey of Elaina, um dos animes da temporada de outono 2020, que inicio essa notícia. Na verdade, a notícia em si é o tal pedido. Mas o que ele pediu? Bem, Jougi Shiraishi foi sincero com a equipe do anime:

A única coisa que eu pedi foi ‘Por favor, não mostrem nenhuma calcinha.’ Gostaria que esta obra fosse vista por pessoas de todas as idades, então queremos aumentar o público-alvo. Esse foi o único grande pedido que fiz a eles.

Apesar de um tanto quando engraçado quando visto superficialmente, tal pedido representa a quebra daquele CHATO clichê que otaku brasileiro cisma em apontar; o clichê que TODO japonês GOSTA dessas cenas esquisitas onde, do nada, a câmera PRECISA mostrar a bunda de uma guria.

Sério, sempre que discutimos sobre o tal do ecchi desnecessário aqui na Cúpula, alguém aparece indo contra nossa argumentação, porém, indo contra do jeito errado.

Nós não atacamos o ecchi como gênero (mesmo não curtindo ele).

Nós atacamos o uso do ecchi como recurso narrativo fora de contexto, em cenas onde, geralmente, não era preciso termos um momento de tensão sexual. A discussão foi bem mais além no CúpulaCast, então, se quiser dar um pulinho lá e dar uma conferida, vale à pena.

Também gravamos um episódio sobre representatividade feminina com as meninas do Otaminas, onde, apesar de não falarmos exclusivamente de ecchi, também falamos sobre a objetificação da mulher em obras japonesas.

Voltando à Wandering Witch

Em Wandering Witch: The Journey of Elaina o tema é slice-of-life, com uma pitada de aventura, e, claro, magia.

Nas palavras do autor, ele não quer arriscar pessoas que não são “habituadas com anime”.

Traduzindo, eu, você, e pessoas que veem bastante anime, já “normalizamos” o uso de cenas de calcinha aleatórias. Porém o povão num geral estranharia isso, com certeza.

E porque diabos espantar esse povão, sendo que evitar o uso desse recurso chato, clichê e sem graça, é tão fácil e manterá a temática do anime em pauta?

Pense por um segundo que em Promised Neverland, do nada, tivéssemos uma cena onde o Ray tropeça e põe a mão no peito da Emma.

Ou então, em Ano Hana, onde o diretor optasse por mostrar a calcinha das meninas ao invés de focar no drama, que é o principal gênero da história.

Até mesmo no recente Somali and the Spirit Forest, já pensou se toda personagem feminina que aparece na jornada do golem e da menina usasse saias curtas e o anime ficasse, constantemente, mostrando a bunda dessas garotas?

menina em wandering witch
Seria a cara de todo mundo nas cenas… (ou deveria ser)

E por mais que você gostaria que todos os exemplos que citei acima fossem de fato verdade, tá tudo bem. Você não é obrigado a concordar comigo.

Porém, uma coisa é fato: Jougi Shiraishi [autor da noval] já percebeu que tirar esse tipo de cena atrai não-amantes de anime para o mundo dos animes. Ou melhor, deixa de espantar.

Mais gente consumindo, mais notoriedade para animes. Mais notoriedade, mais olhar dos investidores. Por fim, mais “olhar”, mais animes.

E ainda, de quebra, acaba-se esse clichê chatíssimo, que, só à título de conhecimento, ficou ridículo no recente Burn The Witch. Quem assistiu, sabe do que estou falando…

tchau em anime por menina ruiva
Tchau pros haters

Fonte: Crunchyroll

Escrito por

André Uggioni

Co-Fundador

Host do CúpulaCast

Criciúma - SC

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