Nessas primeiras impressões de Luminous Witches (nome que eu reduzi para fins de economia), eu quebrei a cara.
Fãs da Cúpula: eu, Helena, assumo que errei. Mas não me culpem: eu jurava que iria ser uma das piores coisas que eu já vi em toda a minha vida. E não foi.
Luminous Witches saiu de um monte de informação aleatória maluca para um anime que é bem coeso e tem objetivos claros.
Para você que ainda não viu o trailer, posso jogar algumas palavras-chave: bruxas, guerra, idol, furry, militar. Nada a ver com nada, não é? Bem… eu diria a mesma coisa. Mas é impressionante como tudo isso está junto – e faz algum sentido.
Vem comigo então nessas primeiras impressões de Luminous Witches!
- Gênero: Sci-fi
- Diretor: Shouji Saeki (episode director em Tegen Toppa Gurren Lagann)
- Estúdio: Shaft (Bakemonogatari; Mahou Shoujo Madoka Magic)
- Material: Original
- Onde assistir: Não disponível em canais oficiais
- Novos episódios: Domingos
Mas o que afinal de contas é isso?
Foi o que eu também me perguntei quando vi o trailer. Vou colocar aqui para você, que ainda não viu:
E ainda mais esquisito quando lemos a sinopse:
São bruxas que defendem o sorriso de todos e lutam com inimigos pelo poder restaurador da música. Essas bruxas, diferentemente da tropa de defesa, são idols conhecidas como o Esquadrão de Música.
Isso não significa absolutamente nada! Literalmente parece um amontoado de informações sem sentido e meninas fofinhas (o que agrega sempre um público interessado).
Só que Luminous Witches não é a bagunça que eu esperava. Bem, vamos à explicação. Aparentemente, nesse mundo que elas vivem, meninas de até 20 anos ganham poderes e se tornam bruxas.
Por ganharem esses poderes, são utilizadas pelas nações como força de guerra. Então, necessariamente, toda menina que desenvolve esses poderes deve trabalhar em prol da nação.
Isso não é explicitamente falado, mas é demonstrado o tempo inteiro. Por meio das conversas, por imagens e pela curiosidade do que parece ser a personagem mais importante: Virginia Robertson, uma bruxa que sequer sabe que tem poderes (ou que deveria estar lutando).
Ou seja, tudo o que poderia ser explicado por monólogos intermináveis já é direcionado de outras maneiras, o que é muito positivo!
Explicamos, então, as bruxas e a guerra. Mais fácil.
Agora, passemos à parte furry. Não é muito difícil de entender, já que é bem comum, que bruxas no geral possuam familiares.
Quem está acostumado a ver mídias de bruxas vê que normalmente elas têm um animalzinho. Um gatinho, um cachorro, enfim… o bichinho que ajuda nas bruxarias. Aqui também é o caso.
Todas as bruxas têm familiares, e quando elas “ativam” o poder delas, elas se fundem aos familiares, ficando com orelhas de gatinho, por exemplo. Ainda não se explicou COMO elas ganham esses familiares, mas já comentaram algo sobre serem de tipos diferentes.
E o que você deve estar se perguntando, afinal, é: onde a música entra nessa história?
Eu sou a pessoa mais suspeita para escrever as primeiras impressões de Luminous Witches
Porque eu sei que pode não ser o melhor da temporada. E a questão não é bem essa.
Quando eu escrevi sobre K-on por aqui, deixei claro que um dos meus amores é a música. Na verdade, o que eu escrevi em K-on foi exatamente o seguinte: “Se há música, e ela tem função narrativa, meus olhos enchem de brilho“. E é isso. Não precisa de muito.
Quando, no primeiro episódio, a nossa Virginia, ou melhor, “Ginny”, cantou, um mundo se abriu: eles estavam usando música narrativamente. E aí eu prestei atenção em algo que eu estava completamente desinteressada.
A única função das bruxinhas que vemos seria a de lutar pela nação e protegê-la de ser arrasada. Mas elas não são poderosas. São exatamente o contrário disso.
Uma bruxa que ainda não se conheceu, outra que sequer sabe pegar em um rifle, algumas que nunca voaram, outras que só querem sobreviver… todas têm alguma motivação, e todas foram rejeitadas de alguma forma.
Aquele grupo estranho que não se parece em nada se une por meio da comandante Grace, que diz que somente a música é capaz de salvar as pessoas. E seria ainda mais clichê se todo mundo concordasse com ela. Não é o que acontece.
Algumas estão ali por conveniência, outras porque não tinham outro lugar para ir. Aquele pequeno grupo que é formado é muito heterogêneo, e nem todas compartilham esse amor pela música.
Ginny, no entanto, desenvolveu naturalmente o seu poder para a música, e é a “cola” que liga as demais bruxas.
E eu preciso dar parabéns. É uma maneira muito incrível de se dar sentido a todos esses elementos. As meninas desprezadas e retiradas da sociedade criam, através da música, uma forma de se inserir e de fazer algo para aplacar a dor de uma nação em guerra.
Finalizando as primeiras impressões de Luminous Witches
Essas primeiras impressões de Luminous Witches me fizeram ver que eu preciso parar de julgar animes pelo trailer. Ou pela capa.
Posso receber um desconto, porque animes de garotas fofas militares me trazem arrepios na espinha desde que vi Dolls’ Frontline.
Mas eu REALMENTE acho que para quem já gosta de música, garotas fofas e temáticas diferentes (como a militar), não é uma má ideia assistir. Definitivamente não é pra todo mundo, mas pode ser pra você.
É bem interessante ver como eles utilizaram técnicas de empatia para te demonstrar que há um espaço e formas de ajudar o mundo ainda que você não seja o que todo mundo espera. Essa provavelmente vai ser a lição que eu vou tirar disso tudo, porque vou assistir até o final.
Se você queria passar naquele concurso, queria ser aceito no exército ou queria ser reconhecido: talvez não seja exatamente do jeito que você espera. Mas vai haver certamente um lugar que só você pode ocupar.
É bom? Bem, as primeiras impressões não podem dizer isso com certeza. Creio que vá ser mediano, mas eu, pessoalmente, gostei de assistir aos três primeiros episódios. Tem bastante coisa que vou aproveitar. Espero que você também.