Shachiku-san (e todo o resto) não tem boa animação, não tem um roteiro incrível, mas tem O POVO! Que no caso sou eu. Nessas primeiras impressões, nossa famosa RegraDe3, eu NÃO vou te convencer de nada, porque não preciso!
Afinal, esse anime só serve para quem tem anos jurássicos assistindo a obras japonesas, pura finesse, crème de la crème, o apogeu da história humana, o ápice televisivo: MOE!
Apesar de o gênero moe ser injustamente associado a caras mais velhos (e pedófilos), você está em zona de segurança no meu texto. Isso porque eu sou uma mulher de vinte e um anos que ama coisas fofas. Shachiku-san é o suco do moe, por isso, é delicioso de assistir, para quem gosta.
- Gênero: Comédia, Sobrenatural
- Estúdio: Project No. 9 (Jaku-Chara Tomozaki-kun; Hige wo Soru)
- Material: Mangá
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos episódios: Quinta-feira
Mas afinal de contas, o que é moe?
Apesar de não existir isso aqui na Cúpula por enquanto, já pensei muito acerca de fazer uma lista de animes moe. Por mais incrível que pareça, eu adoro. Ainda não fiz, mas quem sabe um dia. O que, por óbvio, não cabe nessas primeiras impressões.
Contudo, de forma bem sucinta, o “moe” é utilizado para definir fofura. É um termo bastante utilizado em animes, que normalmente é relacionado a meninas mais jovens, puras e com um visual angelical.
Muitas vezes, o moe é consumido por homens mais velhos, o que acaba assumindo uma conotação pedófila desagradável ao gênero.
Mas nem sempre é o caso. Um dos mais conhecidos, que inclusive já fiz uma crítica sobre, é K-on! O anime é muito popular e amado. Sua demografia é seinen por motivos quase óbvios: consumido por homens adultos, seu público-alvo.
Todavia, o moe tem ganhado muito mais reconhecimento como um gênero que torna a vida mais leve, juntinho com o famoso slice of life. E isso também diz muito sobre como estamos buscando gêneros mais suaves para lidar com as intempéries da vida.
Olha, eu não sei você, mas depois de um dia pesado e estressante de trabalho, nada como ver garotas fofas fazendo coisas fofas. É como ver vídeos de gatinhos. Você relaxa instantaneamente e o mundo parece mais colorido.
E por que Shachiku-san se encaixa nisso?
Shachiku-san é, na verdade, a história de uma assalariada escrava do mundo corporativo que trabalha até duas da manhã fazendo coisas que o energúmeno do chefe manda. Até aí, nada de fofo. E a coitada ainda estava se sentindo tão sozinha a ponto de achar que a vida dela não faria diferença.
Só que, em uma noite dessas, ela ouve um barulho estranho. Uma voz esquisita estava mandando: “vá embora…”, repetidas vezes. A triste e cansada empregada não liga. Ela não tem medo de fantasmas. Ela só tem medo de ter mais trabalho.
Só que o fantasminha que estava mandando ela ir embora não estava apenas assombrando… ela queria mesmo era cuidar da saúde da pobre Fushihara. Shachiku-san, na verdade, significa “escrava corporativa”, e por isso o nome do anime. Sugestivo, não é?
A pequena fantasminha faz de tudo para que a escrava corporativa não seja tomada pelas garras do desespero. Faz massagem, manda ir embora, leva chá enquanto ela trabalha e faz diversas atividades fofas e divertidas.
Acaba sendo uma metalinguagem, porque nós, escravos corporativos, estamos assistindo a esse anime para receber uma dose de fofura semanal. E vale a pena…
Inclusive, eu achei que a fantasminha poderia ser só parte da consciência dela avisando para não trabalhar mais. Todo trabalhador é meio fragmentado, não é? Normalmente a gente tem uma parte da consciência que diz “termine este trabalho imediatamente, inútil!” e outra que diz “só mais dez minutinhos…”
A ideia sumiu tão rápido quanto chegou, porque a colega de trabalho da Fushihara ouviu nossa pequena fantasminha sem nome mandando-a ir embora também de madrugada. É, meus amigos, a vida dura de assalariado não está facil nessa crise.
Apesar disso, Shachiku-san não é para todo mundo
Porque moe não é para todo mundo! Assim como o slice of life também não. Pelo menos, não acredito que seja o primeiro gênero que todo mundo pesquise.
Eventualmente, pode parecer algo repetitivo: situações fofas do cotidiano, que são interações sutis entre os personagens, uma trilha sonora normalmente muito leve e animação mediana. É bem incomum que animes do tipo recebam uma atenção maior na animação, e poucos fogem à regra.
Uma das exceções é Akebi-chan (que eu, inclusive, recomendo muito). Um SoL de garotas fofas sendo fofas, com uma trilha sonora lindíssima e uma animação de tecidos de cair o queixo. E apesar de Shachiku-san não ser tão majestoso, ainda é fofo.
Finalizando as primeiras impressões de Shachiku-san
Não assista!
Se não quiser. Até porque Shachiku-san tem um público-alvo extremamente específico, que pode não ser você. Mas se você veio até aqui, e acha fantasminhas bebês que impedem escravos corporativos de se exaurirem no trabalho super fofos e interessantes…
Veja!
Assim como eu.
Moe faz parte da minha jornada assistindo anime após a entrada da vida adulta. É uma água de coco geladinha no meio do deserto. É deitar no chão gelado no calor de 45º do verão do Rio de Janeiro. Chorar depois de não aguentar mais de cansaço… bem, você entendeu.
Moe é gostoso demais.