Maior do que os shounenzões de porrada só o nosso amor sobre esse gênero de animes e mangás, ouça nosso podcast. Não fique de fora dessa conversa!
Eu, Pedro, tenho uma teoria a respeito de animes shounen (shonen) e para animes num geral também:
“Todo anime bom possui uma abertura boa, mas nem toda a abertura boa pertence a um anime bom.”
Para provar essa minha teoria, vou fazer essa lista de 8 animes shounen (shonen) que você provavelmente não conhece, e farei questão de colocar suas respectivas aberturas para provar essa minha teoria!
Ah, e se você é um daqueles que pulam as abertura dos animes, só tenho uma coisa para dizer para você: ”tira essa camiseta do Naruto aí rapa, porque você é muleque!”.
O critério dessa lista foi: ser um anime shounen que não é tão comentado ou consumido pelos brasileiros, e ainda precisa ter uma boa abertura!
Nota do editor: Oi! Aqui é o André, também da Cúpula! Tô passando agora meses depois para fazer uma breve adição de +3 títulos à essa lista, tornando-a uma lista de 8 títulos! Espero que gostem dos animes shounen que eu adicionei!
Para começar: o que é um anime shounen?
Shonen ou shounen é um dos gêneros (o André se morde ao ler isso) de animes mais populares que existem.
Esse termo faz parte de um estudo demográfico que indica para quem a obra é. No caso dos animes shounen, o público-alvo são “meninos jovens”, leia-se, adolescentes do sexo masculino entre 12 e 18 anos de idade.
Desta forma, é bem fácil reconhecer esse tipo de obra, uma vez que esse gênero é recheado de personagens poderosos e chamativos, protagonistas com um forte senso de justiça, além de, em sua maioria, apresentarem diversos episódios de lutas e mais lutas, um atrás do outro.
Afinal, o lema da própria Shounen Jump é nunca desistir, amizade e vitória!
Apesar deste gênero ser designado para o sexo masculino (o que eu acho uma besteira), cada vez mais as meninas estão mostrando interesse por esse segmento (ou sempre se interessaram, mas agora estão demonstrando mais). O termo “equivalente feminino” para shounen é o shoujo.
No brasil, a grande maioria dos animes que vieram na época da já extinta TV Manchete eram animes shounen.
Se você “é um shounen“, provavelmente não passou por isso, mas a mãe de muita gente não deixava o filho ficar acordado até tarde para ver Yu Yu Hakusho, por ela achar ser violento de mais.
A parte irônica é que, na verdade, era um entretenimento voltado para jovens entre 12 e 18 anos. Pelo menos, segundo os japoneses… e quem sou eu para discordar de um japonês?
Conceituado o que de fato é um “shounen“, seguiremos com a lista de animes shounen “desconhecidos”!
1) Ushio to Tora
- Gêneros: Ação, Comédia, Sobrenatural
- Estúdio: MAPPA, Studio VOLN
- Material original: Mangá (novembro 1990 – dezembro 1996)
- Episódios:
- 1ª Temporada: 26 episódios (julho 2015 – dezembro 2015)
- 2ª Temporada: 12 episódios (abril 2016 – junho 2016)
Ushio to Tora é um anime que segue a lógica “shounen clássico”. Ou seja, é aquele que você bate o olho já sabe de que gênero é. Seu estúdio responsável é o mesmo de Dororo e Banana Fish.
O anime conta a história de Ushio Aotsuki, um garoto que vive no templo de sua família, no Japão. Há cerca de 500 anos, um samurai lutou contra um monstro e o prendeu contra uma rocha, usando uma lança amaldiçoada.
Ushio logo descobre um local secreto dentro do templo, e dá de cara com uma chocante verdade: o monstro que seu ancestral (o samurai) havia aprisionado ainda se encontrava lá, preso.
O tal monstro tem a aparência de um tigre (tigre é Tora, em japonês). No fim, o protagonista resolve libertar Tora, pois ele descobre que as coisas sobrenaturais que ele enxerga está diretamente ligada com aquele ser.
Não contarei mais do que isso, pois o plot é muito bom e vale a pena assistir para descobrir como a relação desses dois figurões será desenvolvida.
Ushio to Tora é um shounen da “natureza episódica”, daquele bem arrastado que quase chega a ser entediante (no começo, relaxem).
Digo isso pois a maior parte do primeiro arco do anime consiste do Ushio e o Tora derrotando yokais (monstros) ou algum outro tipo de criatura, com pouco desenvolvimento de história. Bem naquele estilo Inuyasha, sabe? https://cryptocasumo.com
Contudo, a partir da metade, o autor te surpreende com uppercut dos plots twists e te entrega uma obra digna de recomendação!
2) Samurai Champloo
- Gêneros: Ação, Aventura, Comédia, Samurai
- Estúdio: Manglobe
- Material original: Anime Original
- Episódios: 26 (maio 2004 – março 2005)
Samurai Champloo é uma série dirigida por Shinichiro Watanabe, o famoso famoso diretor de Cowboy Bebop.
Você já imaginou o que aconteceria quando se mistura samurais com hip-hop?
Bom, Shinichiro pensou, e por isso esse anime shounen misturou esses dois elementos em uma obra primorosa e que envelheceu muito bem com o tempo, com uma animação diferenciada e de alta qualidade.
Esse shounen se passa em uma versão fictícia do Período Edo e conta história de Fuu, uma jovem de 15 anos que quer encontrar ”o samurai com cheiro de girassol”.
Entretanto, em sua jornada, ela acaba se deparando com Mugen, um vagabundo de 20 anos, e com Jin, um ronin de também 20 anos. Os dois acabam tendo que segui-la devido a uma aposta que fora estupidamente perdida.
O diferencial desse shounen está em sua originalidade. As lutas são incríveis, e ele não se prende apenas ao estilo de espada – uma vez que tem praticantes do estilo “Human Beat Box“.
Abaixo um cena de luta dessa obra que, mesmo com seus muitos 15 anos, consegue se manter no um patamar acima no padrão de qualidade.
Uma curiosidade sobre esse anime é que ele veio para o Brasil por meio da Cartoon Network. Nessa época, nas altas horas da noite a transmissora passava os mais diversos tipos de animes, no Toonami.
Caso você tenha interesse, há um canal no YouTube que tem todos os episódios dublados disponível para assistir. Divirta-se!
3) Trigun
- Gêneros: Ação, Sci-Fi, Aventura, Comédia, Drama
- Estudio: Madhouse
- Material original: Mangá (fevereiro 1996 – fevereiro 1997)
- Episódios: 26 (abril 1998 – setembro 1998)
Trigun conta a história de Vash, The Stampede, ou como se diz na dublagem brasileira, “Vash, o Estouro da boiada” (¬¬’).
Vash é um pistoleiro temido de uma terra desértica e steampunk, com uma recompensa de 60 bilhões de dólares (isso mesmo, BI-lhões).
Ele é tido como responsável pela destruição completa da Cidade de July.
Contudo, quando conhecemos o personagem vimos que ele é um pacifista ferrenho que evita agressão ao máximo e não admite matar em hipótese nenhuma!
Trigun não é um típico anime shounen. Para ser sincero, ele tem muitos elementos que beiram o seinen (animes para homens adultos), com uma carga dramática que é capaz de fazer você chorar.
Além da atmosfera mais pesada e profunda, Trigun tem uma história fascinante.
Ainda, o autor conseguiu dosar de forma perfeita a comédia, drama e ação, sendo que o destaque fica para o protagonista, pois seu timing cômico é perfeito. A trilha sonora de Trigun evoca bem o cenário steampunk e de ação constante.
Trigun também foi um dos animes shounen que passaram no Cartoon Network.
No Brasil, a série foi exibida no ano de 2006, mas em 2007 a TV aberta (detalhe no ”TV aberta”) PlayTV exibiu esse anime de forma completa, juntamente com Love Hina, e o já mencionado anteriormente, Samurai Champloo.
4) Get Backers
- Gêneros: Ação, Comédia, Drama, Mistério, Sobrenatural
- Estudio: Studio DEEN
- Material original: Mangá (1999 – 2007)
- Episódios: 49 (outubro 2002 – setembro 2003)
Get Beckers é um anime shounen de 49 episódios produzido pelo Studio DEEN, o mesmo de Ruroni Kenshin. O anime, aqui no Brasil, foi transmitido pelo extinto canal “Animax“.
Get Backers conta a história de Ban Mido e Ginji Amano, que possuem um “Serviço de Recuperação”. Ou seja, é meio que um trabalho que foca em encontrar e trazer de volta as coisas perdidas dos clientes.
Vale ressaltar que os garotos garantem um sucesso de 100% no serviço. A empresa é conhecida pelo nome de “Get Backers” (que em inglês, pode ser lida como “os que pegam de volta”).
Um ponto interessante é que a dupla de protagonistas possui superpoderes.
Ginji é conhecido como o “Imperador dos Raios” e Ban, por sua vez, tem uma força de 200 quilos em sua mão direita e é capaz de usar o poder da ilusão que pode durar 1 minuto, chamado “Jagan”.
Para aqueles que curtem um anime shounen com personagens com os mais diversos poderes, Get Backers é a pedida certa.
Aviso:
O ponto negativo é que o anime foi finalizado antes do material original, o que gerou um final aberto e diferente do mangá.
5) School Rumble
- Gênero: Comédia, Romance, School
- Estudio: Studio Comet
- Material original: Mangá (outubro 2002 – maio 2009)
- Episódios: 56 (outubro 2004 – setembro 2008)
Saindo do gênero “tiro, porrada e bomba”, School Rumble é um anime shounen perfeito para aqueles que estão interessados em assistir algo leve e descontraído, mas que vai ser capaz fazer você gargalhar em quase todos episódios.
School Rumble foi um tremendo sucesso na época, o que resultou em adaptações nas mais diversas mídias.
Saíram diversas OVAs, uma segunda temporada, duas light novels, três jogos (sendo dois para Playstation 2) e quatro guidebooks.
School Rumble é centrado nas relações entre estudantes do ensino médio de uma escola no Japão, porém o real foco é no triângulo amoroso central que envolve os dois protagonistas da série: Tenma Tsukamoto, Kenji Harima e um de seus colegas de classe, Oji Karasuma.
Harima é um delinquente que está apaixonado por Tenma, porém, para seu azar, a heroína está mesmo preocupada é em como se confessar para o Karasuma.
Esse anime shounen tem uma trama bem desenvolvida, inúmeros personagens carismáticos, mas o destaque é o todo do Harima. Afinal Seus momentos cômicos são hilários. Pelo menos é a minha opinião.
Apesar da obra ter 56 episódios, a primeira temporada (26) tem um final satisfatório, sendo ela a melhor parte desse anime.
Apesar de não ser um anime “shounen clássico”, arrisco a dizer que esse anime é o segundo ou até quem sabe o melhor dessa lista.
Nota do editor: agora, as adições do André.
6) Bakuman
- Gêneros: Comédia, Slice-of-life, Amadurecimento, Shounen
- Estúdio: J.C. Staff
- Material original: Mangá
- Episódios: 75 (divido em 25 episódios por 3 temporadas)
Bakuman é um daqueles animes que, se tomar pela temática e desenvolvimento, dificilmente se enquadraria numa demografia shounen.
Entretanto, ele foi designado para um público jovem, fora que seu mangá foi serializado na revista Weekly Shonen Jump. Desse modo, Bakuman acaba sendo, sim, um shounen.
A história de Bakuman desenvolve-se a partir da vida de dois estudantes que desejam se tornar grandes mangakás da Jump, Mashiro Moritaka e Takagi Akito. Um é extremamente habilidoso com traços e o outro possui uma boa desenvoltura para produzir roteiros.
Sendo assim, unindo o útil ao agradável, a dupla adentra o selvagem e inquietante mundo dos mangás assumindo o psudônimo de Ashirogi Muto.
Bakuman é um grande guia de elucidação deste universo dos mangakás. O anime exemplifica muito bem as várias nuances que um trabalhador desse meio sofre e vive.
Questões como serialização, produção de material, escolhas editoriais e muito mais, são alguns dos exemplos que a história de Bakuman faz questão de trabalhar. Também temos um mega-artigo aqui na Cúpula que explica tudo isso, e ainda cita Bakuman várias vezes!
“Mas todo shounen tem uma batalha”. Para alguns que tenham essa linha de pensamento acerca da demografia, Bakuman apresenta um estilo de luta similar ao de Death Note.
É uma batalha mais mental e de demonstração de habilidade. Entretanto, dificilmente a história apresentará alguém como “inimigo eterno” dentro do universo de Bakuman.
Surgem alguns rivais que, com o passar do tempo, se tornam “fonte de motivação para sempre melhorarem”. Todavia, é a partir desses rivais que “batalhas” interessantes começam e se desenvolver dentro desse universo dos mangakás.
Bakuman é sobre foco, resiliência e, principalmente, amizade.
7) D. Gray-man
- Gêneros: Ação, Aventura, Sobrenatural, Shounen, Demônios
- Estúdio: TMS Entertainment
- Material original: Mangá
- Episódios: 103 + 13 (segunda temporada)
Em D. Gray-man você acompanhará a história de Allen Walker, um garoto cujas origens são bem misteriosas e ele tem um braço diferenciado que é usado para combater os “Akuma” (tipo “armas” criadas pelo Conde do Milênio, o boss final dessa série).
Walker é um exorcista novato, e ainda não havia visitado o Q.G. dos exorcistas, porém, ele está em sua jornada para chegar lá à comando de seu mestre.
Ao chegar lá, Allen é confundido com um demônio já que sua mão, até parece, mas não é uma dos 109 fragmentos de “Inocência” que os Exorcistas usam para enfrentar os Akuma antes citados.
D. Gray-man entra facilmente como um “clássico anime shounen desconhecido”, porque, apesar de seu número de episódios bater a casa da centena, pouquíssimo se fala sobre essa obra na comunidade brasileira de amantes de animes.
Entretanto, principal fator para a falta de popularidade desta obra é sua ausência na TV aberta brasileira durante os anos dourados.
Digo isso porque o motivo de não ver esse anime passa longe de ser sua qualidade, pois, além de bem animado para os padrões da época, ainda é um anime que possui uma trilha sonora invejável e uma mitologia e construção de universo muito interessantes.
Por fim, D. Gray-man acaba sendo um anime de ação sobrenatural bem misterioso. Quando você acha que sabe o que está por vim, a autora Katsura Hoshino te surpreende com alguma nova revelação que mudará a forma que você vê as coisas.
Aviso:
Não chegam a ser plot twists completamente malucos, seria mais algo como “explicar mistérios que já estavam ali faz tempo, mas de uma maneira bacana”.
Todavia, tenha em mente que mesmo com seus mais de 100 episódios, o mangá que dá origem a esse anime ainda está inacabado, estando já em hiato durante um tempo.
Só que ainda vale bastante à pena assistir esse anime shounen, confia!
8) Katekyō Hitman Reborn!
- Gêneros: Ação, Aventura, Shounen, Máfia, Comédia
- Estúdio: Artland
- Material original: Mangá
- Episódios: 203 episódios
Katekyō Hitman Reborn! ou Reborn! é um clássico dentre os animes shounen desconhecidos, porém, ele é um daqueles tipo bem 8 ou 80. Ou ama, ou detesta.
Se você é daquelas pessoas que precisa ver mortes acontecendo aos montes para sentir a atmosfera de perigo, passe longe de Reborn!, porque aqui a mágica acontece sem precisar matar (muitos) personagens.
Porém, nessa história, você acompanhará a jornada de Tsuna, um jovem garoto colegial que aparentemente é descendente de uma linhagem da máfia, e agora, Reborn, seu instrutor meio anão, aparece do nada para treiná-lo e torná-lo um chefe que faça jus a família mafiosa chamada “Vongola”.
Reborn! entregará a você um início muito ruim, pois, no começo, essa história foi idealizada para ser uma comédia, então, ao ver que o trem estava saindo dos trilhos, o editor da mangaká Akira Amano deve ter falado algo como: “ou mudamos, ou morremos”.
Sendo assim, ela mudou completamente sua história para um shounen porradeiro clássico que realmente surpreende com a originalidade dos combates e dos poderes.
Tal virada ocorre somente ali pelo episódio 20 do anime, porque, infelizmente, o diretor optou por não mudar o começo mais chato da história. O porquê? Nem ideia.
Enfim, garanto que se vencer os primeiros 20 episódios você cairá numa história tão gostosa de acompanhar quanto Naruto e Bleach, em suas devidas proporções.
Mas lembra que eu falei que é 8 ou 80? Bom, para mim [André], foi 80. Para o Pedrão, foi 8.
Aconselho você assistir para ver o que será para você!
Finalizando…
O gênero “shounen” é extremamente vasto, e nos permite seguir pelas mais variadas tramas.
Ressalto que essa lista é uma recomendação de animes que me marcaram na minha infância (e também a do André), e, ainda que talvez alguns destes estejam datados, acredito que todos podem cumprir com o seu papel: o de entregar uma boa história. Afinal, boas histórias não precisam ser longas.
Agora, desafio vocês nos comentários a listarem animes que são pouco conhecidos, mas que também mereciam estar nos holofotes! Não precisa ser antigo não, desde que seja um ótimo anime shounen!
Ah, e para quem lembra da introdução, eu afirmei que todo anime bom tem uma boa abertura, mas que o contrário não é necessariamente uma verdade…