Mais um listão de recomendações aqui do time da Cúpula! Espero que vocês estejam gostando dessas listas tanto quanto nós estamos gostando de fazer (apesar de o André ter que cobrar o pessoal de lembrar de passar por aqui e deixar as recomendações o tempo inteiro).
Diferente do que fizemos no listão #3, dessa vez, voltamos para uma pauta livre; ou seja, não houve um “tema” específico para este listão #4. Em outras palavras, você encontrará abaixo recomendações de filmes, canais, séries, animes, mangás, doramas… Qualquer coisa que tenha a ver com os autores e que eles julguem boas o suficiente para recomendar para vocês, nossos queridos leitores e leitoras!
Sem mais delongas, comecemos a lista!
Recomendação do André: Haikyuu!! (mangá)
Recentemente tive o prazer de reassistir Haikyuu inteiro com a minha namorada, a Dai. Essa foi a terceira vez que assisti o anime por completo, e isso me fez pensar: como será que é o mangá de Haikyuu que o PED tanto falou bem quando veio nos visitar aqui no CúpulaCast? Resolvi dar uma chance.
E cara, que experiência maravilhosa que eu tive!
Achei bizarro como a autora Haruichi Furudate consegue colocar nas páginas tanta emoção quanto o estúdio responsável pela animação conseguiu colocar no anime.
Digo, é CLARO que no anime temos a trilha sonora maravilhosa do Yuuki Hayashi por trás e, ainda, uma animação de deixar o queixo caído do Production I.G., porém o mangá não fica para trás por conta de sua narrativa única.
O estilo é único porque, primeiro, ela brinca com “deformações” constantemente, deixando tudo mais dinâmico e com mais impacto, como em cenas onde os personagens dão um puta cortasso e o adversário segura com uma manchete suada, demonstrando muito esforço para segurar o tranco.
Ou, ainda, a forma como ela desenha a bola, mas sob um vulto branco, para dar a ideia da trajetória da bola, dessa forma nós, leitores, conseguimos de fato “assistir” a partida. Imagem que NÃO é spoiler para quem viu o anime aí em baixo para exemplo.
O traço do anime é legal, porém o traço original do mangá acaba sendo mais “caricato”, e isso me aproximou mais dos personagens, e fez eu gostar deles ainda mais. Tipo, eles são mais “musculosos”, com ombros mais largos e caras mais sérias no mangá, parece. Não sei explicar bem o motivo, mas eu gostei!
Por fim, como o PED mesmo falou no cast: todo detalhe é importante. Se tem uma informação ali, provavelmente ela será usada depois, o que é magnífico.
E, para fechar de verdade, claro, já tive o prazer de ver o final dessa empolgante, maravilhosa e linda história. Afinal, o mangá já acabou, para quem não sabe. E QUE JEITO DE ACABAR, meus amigos e amigas. Valeu demais a pena. Ah, e o mangá será publicado aqui no Brasil. Quem vamos colecionar?
Eu tentava imaginar como seria ler um mangá de vôlei e cultivava até certo preconceito, afinal, nunca li um mangá de esportes (o que deve ser uma ofensa para o Dudi e o Luiz, mas tudo bem).
Mas agora, eu posso ter descoberto um mundo novo por meio desse mangá. Vale demais a leitura se você gosta de Haikyuu, pelo menos para conhecer essa “narrativa única” da autora.
Recomendação do Wesley: Colorful (filme)
Sendo a primeira vez que vou escrever uma recomendação para o listão, decidi trazer algo que não é tão conhecido.
Pensei qual seria a melhor contribuição que eu poderia dar e decidi que, já que estou me sentindo meio emocional, a melhor escolha seria refletir a minha sugestão com o meu estado de espírito.
Contudo, não quero dizer que o filme é triste, mas sim o contrário: ele é uma reflexão positiva sobre a vida e a amizade. No geral não quero dar muitos spoilers, já que eu acredito que a maioria das obras seriam mais interessantes se não tivéssemos nenhuma informação antes de assisti-las. Isso é meio impossível, pois você precisa ter vontade de assistir algo e, caso não saiba nada, provavelmente não vai assistir, então…
Afinal, do que Colorful se trata?
Uma alma no purgatório que cometeu um grande pecado recebe uma chance de voltar a vida (Soul, é você?) no corpo de um garoto que acabou de cometer suicídio. Na época, uns 9 anos atrás, achei algo meio inovador e interessante. Ainda acredito nisso, talvez.
Então, acompanhamos essa alma tentando se encaixar na vida desse garoto, tentando se lembrar da sua própria vida e tendo problemas para entender o dia-a-dia dessa criança. Por acaso, ele faz um amigo que vai ajuda-lo nessa sua jornada por uma segunda chance.
É um filme bem reflexivo, com uma mensagem que, no final, acredito ser positiva (com algumas ressalvas). Não acredito ser um filme perfeito, mas com certeza é uma boa forma de usar uma hora da sua vida, nem que seja para discordar dele.
Recomendação da Helena: Annarasumanara
O nome parece até um xingamento, mas, fique tranquilo, não é. Annarasumanara é o título de uma (o artigo feminino é meu!) webtoon de apenas 27 episódios.
Inclusive, para quem não conhece o formato, as webtoons são histórias para celulares, porque são contínuas verticalmente. Com muitas cores, normalmente diferem do mangá, que costuma ser em preto e branco.
Não é, no entanto, o caso de Annarasumanara. Ilkwon Ha deixou QUASE tudo em tons cinzentos. Quase. Mas, antes de falarmos disso, vamos à sinopse.
A trama gira em torno de três personagens.
A protagonista, principal personagem dessa história, é a Yonn Ah-Eh (ou Yun Ai, depende da tradução que você estiver lendo), uma sul-coreana muito pobre que luta para ter o que comer no dia.
Em certo dia, ela conhece um mágico, que mora em um parque de diversões fechado há muitos anos. Ele a questiona: “Você acredita em mágica?” Ela não sabe o seu nome, e nem entende o porquê daquilo, mas, ainda assim, acaba por querer (re)descobrir o que é mágica.
E o terceiro personagem é o Na Il-Deung, melhor aluno da sala da Ah-Eh, que estuda incansavelmente, e está entre os melhores 0,01% da Coreia do Sul. Um estudante de renome, que, inicialmente, ganha a alcunha de bonito, e o leitor não entende. E você não vai entender aqui, porque quero que você leia.
A aparência de alguns personagens é simbólica, as cores são simbólicas e até mesmo o amorfismo de algumas cenas é, também, simbólico. Tome-se como exemplo o dinheiro (muito importante para a nossa protagonista) ser uma das poucas coisas coloridas.
A estética de tudo é proposital, porque definitivamente, esta não é uma webtoon sobre magia. É sobre amadurecimento, pobreza e realidade. Eu adoro ler uma fantasia de vez em quando, mas Annarasumanara foi como levar cinco chutes na costela.
O que você espera para seu futuro? Quem é você? O que você está fazendo? O que você faz AGORA valerá a pena para a sua vida? Creio que esta história seja, principalmente, para aqueles que estão entre seus 17-30 anos, naquele limbo onde desgarramo-nos de uma realidade e encontramo-nos com outra.
Você acredita em magia? Espero que sim, porque Annarasumanara será um choque de realidade gigantesco.
Recomendação do Luiz: Ping Pong e Drama (mangá nacional)
Andei pensando, e pensando nessa semana que queria trazer algo diferente na recomendação deste mês. Andei revirando uns animes antigos que gosto, alguns filmes, porém no fim nada me agradou, assim acabei decidindo por algo mais inusitado.
A primeira coisa é que eu queria trazer uma obra mais tranquila do que as que recomendei nas outras listas, mas nem por isso menos interessante. E bom, porque não fortalecer um pouco o âmbito nacional, não é?
Esse quadrinho é produzido pelo artista Hataoh, em formato mangá, porém nacional (dessa forma a leitura é feita da esquerda para direita). Envolve esporte, comédia e drama de uma maneira bem peculiar.
Acompanho Ping Pong de Drama desde que o artista, começou a publicar as páginas no Twitter dele. Ainda está no começo do projeto, contudo a ideia, a premissa e a arte são ambas muito boas.
Além de quê, agora, ele está publicando ela também no Tapas, e você pode ir lá conferir clicando aqui!
Às vezes, ping pong pode ser a coisa mais importante para alguém
Especialmente para as crianças que estudam na Escola Fundamental Santa Cloro. Onde a Mesa é o ponto de encontro mais importante do recreio.
E é na mesa onde as crianças colocam tudo: suas alegrias, suas tristezas e seus pirulitos em jogo, todos os dias. Além disso, é a hora mais esperada, simplesmente porque ping pong se tornou a brincadeira mais importante, ao ponto em que é um assunto bastante sério para eles.
Aqui conhecemos nosso jovem protagonista, Lucas Kano, de apenas 8 anos, revoltado por terem perdido a mesa para o medo de perder uma partida contra o aluno transferido, apelidado de o “Muro”.
Assim, após uma semana sem ninguém conseguir tocar na mesa, ele acaba por desafiar para uma morte súbita o novo “dono da mesa”. Isso tudo para garantir que eles não cheguem a esquecer do sentimento de jogar todos os dias, e também porque ele acredita que o Muro não leva o jogo a sério.
Fiquei admirado, inicialmente, porque a ideia é bastante criativa: fazer uma história sobre crianças do ensino fundamental, e representar o comportamento, as ideias e problemas que só crianças enfrentariam.
E além disso, representar esses pequenos dramas com a seriedade que apenas essas mesmas crianças colocariam nestes eventos. Estou ansioso para ver o que vêm pela frente.
Como citei anteriormente, o projeto está no começo, porém tem bastante potencial. Espero que vocês gostem!
Recomendação do Jão: The Music of Marie (mangá)
Você já se deparou com uma obra onde simplesmente não sabe o que esperar dela? Esse sentimento de que você não está trilhando um caminho, e sim em um mar, com um toque de familiaridade e novidade ao mesmo tempo. Já teve essa sensação incômoda?
É provável que você já tenha se sentido dessa forma. Sendo assim, para minha recomendação, eu escolho esse mangá curtinho, chamado The Music of Marie, que irá lhe prender a cada capitulo pela curiosidade.
No universo da obra, tudo funciona em perfeita harmonia como se fosse um relógio. Natureza, animais e humanos. Sem ódio, egoísmo ou qualquer outro sentimento negativo, onde cada cidadão faz a sua parte com a finalidade de criar uma sociedade melhor. Tudo isso graças a Marie. Uma divindade que com sua presença e sua música, mantém a ordem no planeta.
Essa deusa tem a aparência de uma boneca autômata e orbita o planeta. De tempos em tempos aparecendo no céu. Sendo louvada por todos os humanos, independente de sua nacionalidade.
Mesmo em um mundo prefeito, sendo por bem ou por mal, existe mistérios a serem desvendados. Seguimos os passos de Kai, o personagem principal da trama, em busca de algumas dessas respostas.
Kai, assim como todos, é fascinado pela figura de Marie. Porém, mais do que isso, ele nutri uma certa paixão pela deusa ao mesmo tempo que sente que há uma ligação misteriosa entre ele e ela.
Com uma arte fantástica e um ritmo envolvente, acredito que os 16 capítulos de The Music of Marie irão lhe envolver tanto quanto me envolverão.
Recomendação do Jeferson (Youkai): Mirai Shounen Conan (anime)
Saudações pessoas! Haja calamidade que não falta, estamos aqui para mais uma recomendação, que por quebra, é de uma calamidade outra, ou melhor, uma pós calamidade apocalíptica fantástica executada por ninguém menos do que o Hayao Miyazaki.
Mirai Shonen Conan é um anime do final da década de 70, mas é atemporal, sua linguagem e manejo narrativo é tão juvenil que mal conseguimos discernir essa obra comparada a tantas outras fantasias sublimes efetivadas pelo mestre.
Claro que os anime atuais tem uma diversidade de identidade contemporânea, mas tudo que sai da mão do Miyazaki magicamente não envelhece.
Mirai Shonen Conan adapta e desbrava a história de Conan, um jovem próximo à adolescência que herda um mundo desolado pelo efeito colateral de uma guerra que devastou o mundo, afundou continentes e repaginou a geografia de maneira irreversível.
Sua ingenuidade é ameaçada pelos ecos do passado, e a paz imperante em sua morada é violentada pela realidade que não perdoa. Conan, entretanto, é um pequeno herói, de uma força de vontade e física assombrosas, se arremessa na aventura e no digno resgate dos inocentes.
Parece um épico, mas na verdade é apenas o desvelar do novos dias entre os escombros e a reconstrução da civilização de um novo mundo. Acompanhado por Lana, a quem por vezes resgata e pela qual por vezes é resgatado, o rapaz obstina a proteção e segurança de seus amigos e conhecidos, apenas isso.
Temos em Mirai Shonen Conan o reflexo de toda a habilidade de Miyazaki, sua indiscutível crítica à decadência humana que se submete a ambições desmedidas, a apreciação do gênio humano em construções e equipamento complexos, e a redenção de velhos homens reféns de um passado com o qual compactuaram.
Recomendei no segundo listão uma obra do igualmente ilustre Isao Takahata, e com essa indicação presente, complemento o convite para adentrarem por essas obras de qualidade inquestionável e de contemplação necessária.
Até uma próxima, pessoas.
Recomendação do Pedrão: O Lobo solitário e sua cria (filme, hexalogia)
Hoje a minha recomendação vai ser um filme. E não é apenas qualquer filme, e sim, um dos grandes clássicos do cinema japonês.
Eu sou muito fã dos filmes antigos do Japão, e quando digo antigo, é antigo mesmo como filmes dos anos 50, 60, 70 e 80. Para os amantes da arte do cinema, esses filmes são um deleite. Antes mesmo de eu gostar de animes eu já era um aficionado pela cultura oriental justamente por essa influência.
Já falei do Lobo Solitário em uma outra lista e também devo ter recomendando o mangá em algum outro lugar aqui na cúpula, mas coisa boa nunca é demais reforçar.
Primeiramente vale ressaltar que o filme O lobo solitário e sua cria é uma adaptação da série de mangás escrita por Kazuo Koike e ilustrada por Goseki Kojima entre os anos de 1970 e 1976.
O filme conta a árdua trilha de Itto Ogami e seu filho Daigoro pelo Meifumadô (caminho da vingança) contra o clã Ura-Yagyu, que organizaram uma conspiração para desmoralizar o clã de Itto Ogami, no qual sua esposa e familiares foram mortos pelos Yagyu.
Para alegria de uns e tristeza de outros, essa história foi compilada em seis filmes que foram produzidos entre os anos de 1972 e 1974. Ao todo são quase 10 horas de filme, para o @welerson-silva 1.5 são 6 horas e 30 minutos.
Porém, esse tempo não significa muita coisa, caso você seja um apreciador de bons filmes, e claro, a “barreira” temporal de quase 50 anos não seja de fato uma barreira.
O cinema japonês era referência nessa época e foi neles que grandes cineastas hollywoodianos buscaram inspiração para compor seu estilo de direção. George Lucas e Quentin Tarantino são exemplos de diretores que nunca fizeram questão de esconder essa influência.
O que cativa no filme, além da incrível direção, é a atuação do excepcional Tomisaburo Wakayama como Itto Ogami. Ele não é um samurai “cool“, fortão, bonitão e estiloso, pelo contrário, ele é gordinho e baixinho.
Mas, não se engane, a fisicalidade que Wakayama emprega em seu personagem é incrível e nem por um segundo você dúvida da letalidade de suas habilidades.
O ator foi muito bom em conseguir expressar tudo aquilo que era necessário para ele: Uma pessoa obstinada, que está em luto constante, implacável, e mesmo exigindo muito do seu filho, muito mesmo, consegue dar toques sutis de um bom pai (para um padrão japonês).
Além a fotografia absurda, a coreografia das lutas são muito boas, a trilha sonora é épica e os temas abordados ao longo do filme é a frente do seu tempo para um filme do Japão.
Eu poderia passar horas elogiando esse filme, afinal, é um dos meus favoritos, mas a ideia aqui não é essa. Recomendo fortemente que você assista e se gostar, passe para os mangás, essa é uma história fantástica.
Recomendação do Diegão: The Legendary Moonlight Sculptor
Eu poderia falar sobre qualquer coisa aqui, mas nessa lista resolvi trazer uma experiência que tive quando não esperava nada demais.
Estava procurando algo para ler quando me deparei com esse webtoon, pela sinopse achei que era só mais uma qualquer mas me surpreendi muito.
Mas aviso que essa leitura é pra quem gosta de obras longas, pois são 170+ capítulos.
Apesar da premissa ser genérica, tem muitos detalhes implícitos nessas páginas que são roladas verticalmente e uma mensagem: “a arte vem do seu coração”.
Breve resumo e o porquê de gostar tanto desse webtoon
Lee Hyun é o dono do personagem Top 1 do jogo Continente da Magia, porém ao ver sua avó muito doente e ao mesmo tempo herdando dívidas de seu pai falecido ele decide leiloar sua conta, ganhando muito dinheiro no processo.
Ficando na pindaíba totalmente após pagar tudo o que deve, ele conhece um novo MMORPG e decide se aventurar nele, tentado a repetir o feito anterior.
Essa obra trata sobre uma coisa: arte. Vários momentos mostram o nosso MC aprendendo habilidades manuais, algo muito subestimado naquele mundo.
E um detalhe importante: a classe de prestígio dele, que dá o nome a essa obra foi praticamente imposta, mesmo ele tentando recusá-la de todos os jeitos.
A humanidade do personagem também consegue ser bem explorada; vemos ele chorar, se apaixonar e principalmente aprender a ser um escultor.
É uma jornada tão legal que vale a pena recomendar para quem procura algo descontraído e simples, nas que passa uma mensagem maneira.
E lembrem-se, a arte é algo que sempre virá do coração.
Finalizando o quarto listão de recomendações da Cúpula…
E é isso, gente. Espero que tenham curtido as recomendações dos nossos autores. Daqui a pouco já serão mais de 50 títulos recomendados por nós aqui da Cúpula, então se você curte a gente e quer conhecer melhor nossos gostos, sem dúvidas este aqui é o melhor artigo para isso (e ainda para encontrar ótimas obras para consumir!).
No mais, deixe aí abaixo o que você achou deste listão! Os feedbacks de vocês são nosso combustível, dessa forma, sempre adoramos quando vocês interagem com a gente.
Abração, e até o próximo listão!