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Análise

Promare é bom? Vale a pena assistir o filme? | Crítica

Esse Promare é ótimo e tal, mas na dúvida assista Gurren Laggan (ou os 2)
19 minutos para leitura

Antes de entrar nessa análise, é muito importante você ter em mente que se você não assistiu Tengen Toppa Gurren Lagann ou Kill la Kill, a sua experiência com o filme PROMARE estará parcialmente comprometida.

Imagem promocional de Promare

Digo isso porque, bem, esse longa é basicamente uma grande homenagem/referência à essas outras duas obras que citei do estúdio Trigger.

É claro que PROMARE por si só também tem uma mensagem a passar, e o longa possui suas próprias discussões e histórias para passar à audiência.

Todavia, para mim, o que tornou esse filme realmente divertido foi o histórico com obras do Trigger (principalmente com Gurren Laggan, que é um dos meus animes favoritos).

Em outras palavras, sendo assim, PROMARE é aquele tipo de filme que sabe onde quer chegar. Ele possui personagens carismáticos e um enredo com potencial bem interessante para ser o clássico filme hypado que você fica na ponta da cadeira assistindo.

Contudo, seu roteiro super apressado e a coreografia mixada com aquele CGI malucão acabou por comprometer certa parte da experiência.

Além de comentar brevemente cada uma dessas características que citei, vou tentar deixar meu ponto claro nessa análise para justificar o título desse artigo.

Então, vem comigo!

Primeiramente: sobre PROMARE

Esse filme foi produzido pelo estúdio Trigger, como já mencionado, em parceria com o estúdio XFLAG.

PROMARE ficou em exibição em diversos cinemas no mundo inteiro, entre maio e novembro de 2019, faturando algo em torno de 9,5 milhões de dólares (que na cotação do dólar atual, deve ser algo em torno de 1 trilhão de reais).

Os dois gêneros predominantes são ficção científica e ação, mas isso já era de se esperar, pois o diretor, Hiroyuki Imaishi, e o roteirista, Kazuki Nakashima, ambos trabalharam juntos em obras de renome que são bem marcantes por esses dois gêneros.

Quais obras, meus queridos e queridas? Nada mais nada menos que Tengen Toppa Gurren Laggan e Kill la Kill.

Promare Kill la Kill e Gurren Lagann referências

Naturalmente, é possível perceber que os criadores colocaram a essência dessas duas renomadas obras no novo longa, principalmente no que tange ao character design do elenco.

Sobre o enredo, no universo de PROMARE, somos introduzidos logo de cara à uma sociedade que muito se parece com a sociedade humana, porém, com um certo grupo de pessoas que são conhecidas como “Burnish“.

Esses Burnish são, basicamente, humanos-mutantes que sofrem por combustão instantânea por motivos de stress – pelo menos é o que o primeiro minuto e meio do filme nos leva a acreditar.

Essas implosões desencadearam uma cadeia de destruição em massa, que comprometeu boa parte da sociedade como a conhecíamos.

Cerca de 30 anos se passaram desde então, e uma espécie de grupo terrorista chamados “Mad Burnish” começam a destruir o mundo, mais uma vez.

A história girará em torno das intensas batalhas entre Kamina Galo Thymos, o novo membro da equipe de resgate “Burning Rescue” (que são basicamente bombeiros), e Lio Fotia, o líder dos Mad Burnish.

Galo e Lio do filme anime PROMARE
Os famosos

Bem, PROMARE tem uma premissa de respeito, então, né?

SIM!

Essa premissa não só parece incrível, ela é incrível.

O melhor disso tudo é como essa premissa nos é mostrada logo de cara nos primeiros momentos do anime, onde temos o Burning Rescue precisando salvar a cidade do ataque dos Mad Burnish.

Equipe Burning Rescue
Ao resgate!

Eu sempre defendo boas primeiras impressões, porque acredito que você realmente deve deixar claro o que você pretende entregar ao espectador logo de cara. Não fazer isso faz parecer que o roteirista não sabe onde quer chegar.

E nós estamos falando aqui de um filme. Sendo assim, as pessoas precisam ser surpreendidas logo de cara para grudar na tela.

A sensação de perigo está ali, afinal, temos aquele fogo roxo do capeta pegando em tudo que é lado da cidade, nos prédios, nas pessoas, e temos uma gangue super irada de motoqueiros do inferno preparados para tocar o terror.

Predio pegando fogo em Promare

Os bombeiros do Burning Rescue, mesmo com todos os seus recursos, não estavam sendo capazes de conter essa ameaça. E o motivo é simples: um daqueles motoqueiros era ninguém menos que o líder dos Mad Burnish.

Ou seja, estávamos diante de uma ameaça real logo nos primeiros minutos do filme. Isso me deixou intrigado, porque não fazia ideia de como as coisas aconteceriam dali para frente.

É principalmente por isso que o começo de PROMARE te surpreende: porque você é jogado no meio de um intenso e caótico cenário de luta entre nosso elenco principal e os vilões.

Um começo frenético, para um filme frenético.

Mas talvez, frenético demais… Bem, chegaremos lá.

Os personagens de PROMARE

Neste filme, ficou bem difícil para um fã de Gurren Lagann não procurar referências. E que bom que eu procurei, porque eu encontrei muitas. Muitas mesmo. Na verdade, eu nem preciseu me esforçar, digo, olhe para o Galo:

O design do elenco principal e os personagens que os seguiam certamente foram feitos com muito carinho.

Além disso, todos eles se mostraram com um potencial de carisma muito alto. Na verdade, até mais carismáticos que boa parte dos personagens das outras obras do Trigger.

Quero dizer, o potencial que habitava nesses personagens foi muito elevado. Mas, só isso mesmo. Só “potencial”, mesmo.

Naquelas cenas inciais que descrevi antes, onde temos o embate Burning Rescue vs. Mad Burnish, tivemos até direito a apresentações de personagens à lá Boku no Hero, onde a cena fica estática e temos o nome do personagem escrito na tela, bem grande, com efeitos diferenciados.

Mad Burnish os terroristas
Irado

Com esse tipo de atenção dada a todo o elenco que cerca nosso protagonista, eu achei que pelo menos metade deles teriam uma relevância maior para os acontecimentos que moveram a trama.

Talvez tenha sido novamente um problema meu com expectativas, como foi em Dr. Stone?

Talvez. Mas, eu ainda julgo que, se a pessoa que criou expectativas possui um senso crítico minimamente afiado foi “enganada”, parte da culpa está depositada na narrativa da história que deu margem para essa expectativa ser criada.

Porém, sinceramente, eu não achei um problema tão grandioso assim, porque Galo e Lio, junto com a Yoko Aina conseguiram suprir essa falta que o elenco secundário teve.

Aina linda demais

E também, mesmo que eles não tenham sido explorados ao máximo como eu gostaria, praticamente todos tiveram participação relevante na trama, como a menina cientista, Lucia, e a irmã da Aina, Ellis.

O dilema do filme

Como já dito, nesse filme, começaram a aparecer na sociedade uma série de pessoas com uma mutação voltada para “fogo”, e esse pessoal começou a ser isolado, sofrendo uma grande discriminação por parte das outras pessoas.

O anime mais recente que eu assisti que trata desse “preconceito” que nós, seres humanos, possuímos, foi Somali and the Forest Spirit.

Somali [anime] defende que o ser humano sempre tratará com desdém aquilo que lhe é desconhecido, que lhe causa certo medo e angústia.

E isso é fato. Basta olhar para nossa própria história e tirar suas próprias conclusões. Logo, em PROMARE não foi diferente. Os Burnish sofreram demais, ao ponto de serem caçados e maltratados pelo mundo inteiro.

Burnish em isolamento no filme
Em isolamento total, passando fome e medo
O que nos fizemos para merecer isso
“O que nos fizemos para merecer isso?”

Pelo menos eu acho que foi no mundo inteiro, porque o filme não deixou claro que aquela cidade onde o filme se passa é a única que restou.

E o debate que o filme levanta é o clássico: “Quem merece viver?” e “Os Burnish também são gente, não são?”. Enfim, preconceito, amizade e conspirações governamentais. Aquela sopa de sempre, mas que funciona.

Funciona porque a narrativa utilizada para mostrar os personagens do lado Burnish vivendo como humanos injustiçados foi bem impactante. Somando isso ao carisma e à vontade do antagonista, Lio, que é um Burnish, tornou tudo mais convincente.

Fora que do lado “dos mocinhos” nós temos o clássico general cabeça dura filho da puta que só quer destruição e caos, e abusa de sua autoridade.

Personagem mal encarado de promare
Não podia faltar o sargentão chato e pau no cu

Sendo assim, ficou bem fácil compreender o outro lado da moeda da sociedade.

Coreografia bizarra + CGI, a fórmula do WTF

Aqui talvez more uma certa repulsa pessoal minha, mas praticamente em todas as cenas de ação eu só conseguia pensar: cacete, se isso fosse em 2D ficaria SENSACIONAL demais.

Infelizmente, não foram em 2D.

O CGI foi usado de tal forma que chegou a ser até abusivo. Eu nunca gostei de computação gráfica em desenhos, na boa. Até mesmo desenhos como Jimmy Neutron me causavam desconforto na infância.

Chame como quiser, mas eu sei que muita gente participa comigo desse “grupo anti-CG”. Talvez, até mesmo você.

Contudo, eu também entendo o motivo de CGI ser usado em produções como PROMARE. Entendo, de verdade. Mas não é por isso que sou obrigado a gostar ou achar bonito.

Some esse 3D com uma coreografia e um jogo de câmeras insanamente rápido e, voi là, você terá boa parte dos combates do filme.

Isso me deixou muito triste, pois, novamente, eu vi muito potencial ali sendo desperdiçado. Se tudo aquilo fosse feito como foi feito Demon Slayer, o filme seria insanamente melhor.

No fim, é claro, ficou aceitável. Mas poderia ter sido muito, muito mais.

Mas e o resto da parte técnica?

Apesar da animação das cenas de ação terem ficado mais fraquinhas e o roteiro muito apressado para dar conta de passar tudo que tinha para dentro da duração de um filme, o resto da produção não deixou a desejar no que tange outras partes técnicas, como o design de personagens e direção.

Mas, principalmente, a trilha sonora me chamou a atenção. Sinceramente, fazia certo tempo que eu não pegava uma trilha sonora de anime para ouvir repetidamente enquanto eu trabalho ou jogo alguma coisa.

Hiroyuki Sawano

Porém, essa trilha feita por Hiroyuki Sawano me fez relembrar essa coisa maravilhosa que é amar uma ost de uma obra.

Só que isso não é de se surpreender tanto assim, porque Sawano é o icônico compositor de outros animes com trilhas muito marcantes, como Shingeki no Kyojin, Guilty Crown, Kill la Kill, The Seven Deadly Sins e Ao no Exorcist.

E esse nem é o portfólio inteiro dele. O cara é um monstro. Dá uma curtida:

~espero que tenha pego o link da playlist inteira~

PROMARE X Gurren Laggan

Bem, como mencionei lá no comecinho, a comparação direta de PROMARE com seu antecessor espiritual, Tengen Toppa Gurren Lagann é inevitável para qualquer pessoa que já tenha visto o segundo.

Tengen Toppa Gurren Lagann Yoko e Kamina
Aina e Galo em Promare
Same energy~

O tempo inteiro temos referências ao anime sendo levantadas, como o plano final do vilão, o jeito como o poder dos Burnish se manifesta…

E até mesmo referências completamente diretas, como na parte em que Galo puxa uma broca para enfrentar o inimigo e o próprio design dele, junto de outros personagens.

E isso é um problema? É claro que não. Passa longe de ser um problema. Porém, eu arrisco dizer que para a grande maioria das pessoas que já assistiu Gurren Lagann teve uma experiência épica enquanto assistia.

Épica demais.

Lembrar de toda esse semelhança constantemente ao longo do filme me forçou a compará-lo o tempo inteiro com meu xodózinho, o que acabou por prejudicar minha experiência, porque, bem, Gurren Laggan é muito superior.

E sim, eu sei que é um anime com vários episódios, o que torna bem mais fácil de trabalhar o ritmo da história e dos acontecimentos. Eu entendo, de verdade. Mas ainda fica impossível não pensar coisas do tipo:

“Nossa, isso parece Gurren Lagann. Mas também é epico! Mas parece tanto… mas… continua épico!…hmmm”.

No fim, acabei pensando: se eu tivesse que decidir entre os dois numa recomendação, eu certamente ficaria com Gurren Lagann, e não com PROMARE.

A suspensão de descrença em PROMARE

Bom, assim como é impossível falar de Gurren Lagann sem falar de suspensão de descrença (ou verossimilhança, chame como quiser), também é impossível falar de PROMARE e não questionar como tudo aquilo funciona.

Mas o questionamento aqui é: importa?

É importante que faça sentido a possibilidade de o fogo do Burnish ser aquilo que é? É importante que faça sentido que o vilão faça as coisas que fez? Ou ainda, é possível os combates terem ocorrido de maneira à lá Kill la Kill?

Ninguém liga. Porque o filme é muito bem sucedido em mostrar para você tudo ali funciona daquele jeito, porque sim. E mesmo assim, tudo faz sentido.

Sendo assim, seguiu muito bem os passos de seu antecessor espiritual.

O único ponto aqui que “abusou” um pouco foi a história ter levantado problemas grandiosos demais, e nossos mocinhos aparentemente não tinham como enfrentar essa ameaça. Pelo menos até isso aparecer:

Deus Ex Machina em Promare
A imagem fala por si só

Eu achei simplesmente genial o fato de eles mesmos brincarem com a ideia de que essa solução realmente saiu do nada, simplesmente porque sim. Sério, isso foi basicamente aceitar que erraram, ou, que quiseram fazer tudo ser grandioso mesmo, e entregar um embate épico no final.

Que bom que entregaram!

Finalizando…

Esse filme com certeza reascendeu a chama do hype no meu peito, mesmo com todos esses “pontos negativos” que elenquei. Parte deles eu entendo de verdade, como o CGI ter sido utilizado (principalmente por conta do perrengue que o Trigger estava passando na época).

A coreografia das lutas realmente ficou confusa, mas o design dos personagens e a fotografia do filme conseguiram meio que anular esse ponto.

Os personagens, além de bonitos como gostei de reforçar ao longo da análise, são muito interessantes. Uma pena que pouquíssimos deles tenham sido trabalhados. Contudo, é um filme. Preciso aceitar que não é uma série.

Sendo assim, levando essas partes “técnicas” em conta, eu chegaria numa nota “x”. Só que PROMARE reascendeu essa chama do hype, como eu falei. E eu não ousaria chamar esse título de guilty pleasure. Nunca.

Bem pelo contrário. O filme emociona, empolga e diverte, e, mesmo sendo, na minha humilde opinião, pior que seu antecessor espiritual, ele continua sendo um puta filmão-de-anime.

E quer saber? Na dúvida, assista os 2 títulos!

É aquele tipo de obra que você assiste e meio que quer defender quem ataca ela, sabe? Fora que com certeza vai envelhecer muito bem comigo. Finalizo aqui com um…

Nota
8.0

/10

Ficou bem difícil não compará-lo com Gurren Lagann. Mas ainda é um puta filme. Vale muito a pena!

EXTRA

Eu percebi que ao longo do filme, sempre que víamos aqueles clássicos raios de sol refletindo nas coisas, os raios ficavam com um espectro retangular.

Porém, ao final do filme, os raios se tornaram redondos. Seria isso uma analogia com “estava tudo quadrado, agora ficou redondinho”? Eu não faço ideia. Realmente não peguei. Se alguém quiser fazer o favor de explicar ai nos comentários…

Raios de sol quadrados
Quadrado!
Quadrado!
Raios de sol circulares
Já ao fim do filme…
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Escrito por

André Uggioni

Co-Fundador

Host do CúpulaCast

Criciúma - SC

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